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Superficialidade nos relacionamentos II

Atualizado dia 3/7/2012 5:45:37 PM em Espiritualidade
por Paulo Zonta


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Nos últimos anos, muitas mudanças ocorreram no mundo, na tecnologia, mas também na forma como o ser humano se concebe na vida. A forma como nos relacionamos com os outros (e consigo mesmo) é muito diferente de nossos pais e avós. Quando paramos pra refletir, algumas questões se fazem presente:

A quantidade de divórcios e separações seriam devido à facilidade criada pelas leis na diminuição da burocracia? Ou seria uma nova forma de encarar o mundo, criada pelo alto grau de espiritualização do homem (e desenvolvimento)? Há atualmente uma extensão do período de solteiro, ou seja, a mulher e o homem estão casando mais tardiamente, após os 35 anos e, paralelamente, há também uma abertura e uma liberalidade sexual.

As pessoas estão iniciando sua vida sexual ativa muito mais cedo e criando também novas formas de se relacionar (o ficar, por exemplo). Seria porque as pessoas têm maior necessidades do que antes, ou porque as barreiras morais e sociais caíram com a modernidade? Se assim for, por que então as pessoas se casam tão tardiamente, já que o casamento seria uma forma de garantir uma vida sexual e afetiva? Poderíamos pensar também no fato de que as pessoas querem primeiro garantir uma segurança profissional e econômica antes de constituirem uma família. Mas por outro lado, poderíamos pensar que se trata de uma fuga da responsabilidade, pois é sabido que, economicamente, um casal vive melhor que uma pessoa sozinha.

Parece existir uma banalização dos relacionamentos.

O sociólogo polonês Zygmund Bauman lança sua obra “Amor Líquido”, em 2004, lançando também mundialmente o conceito de mesmo nome: O amor Líquido para definir o relacionamento humano na modernidade. Para Bauman, há uma necessidade de se “consumir a vida”, exatamente como fazemos com outras relações de consumo. Há necessidade do ser humano em absorver tudo ao mesmo tempo, agora, e não se tem tempo pra treinamentos ou preparações, tudo tem que ser feito o mais breve possível. Parece haver pressa em tudo. Aliás, parece que o tempo está correndo mais depressa.

Segundo o mesmo autor, o amor próprio é constituído pelo amor que recebemos dos outros, e esse amor parece estar sendo exercido de forma cada vez mais superficial e descartável. Cria-se e desfaz-se relacionamentos muito facilmente nos dias de hoje.

Os relacionamentos estão migrando para o meio virtual, onde substitui-se o contato físico pelo clique no teclado do computador, smartphone, tablet etc. Isso é o que Bauman discute em “Fragilidade dos laços humanos” (2004), onde o autor chama a atenção para o fato de que o ser humano está se acostumando a resolver tudo com um delete, ou basear seus “fracassos”, “frustrações” e até “conquistas”, com agilidade e a velocidade da internet (Baumann 2004).

Não há dúvidas que o mundo virtual reflete o que estamos vivendo no mundo dito concreto/real, mas apesar dos avanços e da importância da internet no nosso dia a dia, precisamos refletir se é saudável um adolescente (ou mesmo adultos e crianças) ficarem conectados 24 horas pelo smartphone, talvez obsessivamente tendo de registrar no microblog o que está fazendo, o que está pensando, ficando até altas horas da madrugada (quando não vira a noite) respondendo e enviando recados nas redes sociais, pois se não o fizer não conseguirir dormir.
O ser humano está voltando-se muito para seu mundo interior pois precisa estar mais dentro de si para pensar e refletir, responder algo, colocar-se em determinada rede social, pois sabe que sua imagem está sendo transmitida de alguma forma pelas palavras e imagens. E assim é que se cria, entre imagens e palavras escolhidas minuciosamente, seu “personagen” nos perfis do facebook, orkut, e outros. Personagens, pois neles estão incutidos a idealização no ato de expressar-se virtualmente, seja na aceitação de qualquer um como amigo buscando demonstrar-se uma pessoa muito sociável, seja nas mensagens e nas frases escolhidas, visando transmitir uma imagem de pessoa inteligente ou reflexiva, espiritualizada ou que seja perspicaz e observadora do cotidiano. E copia-se e cola-se frases, poemas, reflexões, descrição de si mesmos (de outros quero dizer).

Os jovens e crianças, a todo momento, estão alheios a pessoas em geral, seja na rua, ou com seus familiares, através de seus fones de ouvido.

Convido o leitor a refletir sobre a era da virtualização na qual vivemos hoje, a era do descartável, da valorização da imagem e do marketing (sim, pois todos somos marqueteiros de nós mesmos na web). Como serão no futuro, as crianças e jovens criados na era da internet? Só o tempo vai dizer...

 


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Conteúdo desenvolvido por: Paulo Zonta   
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