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Um Novo Horizonte

Atualizado dia 6/16/2009 6:08:54 PM em Espiritualidade
por Isabela Bisconcini


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A mente é mesmo um mistério. E o caminho de transformação é mesmo inusitado...

"Céu, estrada aberta pro mar, é só começar, é só você deixar, e a vida pode ser feliz, mesmo por instantes, mesmo por um triz"... diz Marina Lima. E ela tem razão... Mas, este não é o começo da caminhada, mas o adiantado dela. Pensando que os fenômenos não existem por si só, mas dependem da nossa atribuição e da nossa relação com eles, pensando que tudo é o espaço vazio das infinitas possibilidades, o que sobra é a mente e suas projeções...

No caminho da autotransformação, que é o caminho de desmontar essas projeções e irmos nos desnudando, constato que o crescimento da consciência é descontínuo, ou seja, seguimos numa estrada e o trabalho é quantitativo: fazemos, fazemos e fazemos; há que se ganhar músculos neste trabalho, e parece que não vemos um resultado contundente dos nossos esforços, parece que nada acontece  (me lembro de um mestre que disse certa vez: o Samsara é um oceano, você nada, nada, nada e quando vê, não saiu do lugar...). Mas precisamos fazê-lo; e o caminho de crescimento se revela num lento e invisível gotejar.

Mas, aparentemente, sem mais nem menos (aparentemente, porque há que se atingir um quantum energético de consciência e nunca sabemos quanto é o suficiente), num dado momento - aquele em que o creme de leite vira manteiga, ou queijo - a situação simplesmente vira de um jeito inusitado, e a mudança é tanto qualitativa quanto inesperada e inexplicável, e de um processo físico, passamos a um processo químico, ou alquímico, talvez. É uma reviravolta... não estamos mais falando de um esforço voluntário, mas de um fato novo que aparece na história, uma revelação, uma coincidência providencial, um insight súbito, um alívio... 

Quando isso acontece na análise, é como uma chuva num deserto... ou um oásis; o que mais costumo ver é um fato novo, um feliz acaso, uma sincronicidade abençoada, uma conversa reveladora, um dado novo que entra na história, um sonho, uma compreensão que vem de outra ordem... como a maçã de Newton. Algo que conta sempre com o apoio das forças misteriosas e benfazejas do Universo; uma energia de bênção... e liberação.

E, nessa reviravolta, todas as premissas,  o modo como nos víamos e as histórias que tínhamos a nosso respeito, simplesmente caem por terra, e, caindo, uma paisagem mais ampla se descortina e muda-nos, definitivamente. Entendi que isto é o chamado salto quântico e que, num súbito momento, estamos liberados, somos diferentes e saímos do casulo, ou da barriga da baleia - tal qual Jonas - diferentes. Experimentamos uma "pequena iluminação", não "A Iluminação", mas uma pequena experiência de um amanhecer interno, onde antes havia noite. Na prática, isso não se traduz num evento grandioso, escrito com letras garrafais da vida... ao contrário, às vezes é uma coisa bem miúda...mas muda tudo. 

Entendi também que é preciso fazer o caminho do lento gotejar (muitas vezes tormentoso; ninguém está dizendo que é fácil!) para se acumular a energia suficiente até que se criem as condições para que, num dado momento, sem que saibamos quando, o salto se dê (mas quando ele se dá, a dor se vai). Ou seja, Newton pensou, pensou e pensou e era preciso que pensasse para que, num dado momento, o imponderável atuasse e a solução do enigma da gravidade lhe viesse como que por milagre, com a maçã caindo em sua cabeça, mas um milagre resultante e concomitante (sincrônico) com o próprio esforço consciente.  "Ajuda-te que a vida te ajudará", mas faça a sua parte, para a vida poder fazer a dela.

E como não há caminho fora sem uma contrapartida dentro, e não há caminho interior que possa se desenrolar sem que a paisagem externa se mova, sem que a vida aparente também se modifique, não pela necessidade de se comprovar resultados, mas porque o Universo dança no alinhamento do tempo pequeno, o linear, com o tempo grande, aquele cíclico, assim, sincronicamente, a paisagem interna e a externa se encaixam e, neste alinhamento, qual segredo de cofre, uma porta se abre e enxergamos a vida com um novo horizonte... De uma nova perspectiva! 

Este texto talvez pareça abstrato demais aos práticos e óbvio aos intelectuais. Mas, entre uma coisa e outra, ele é o compartilhar dos processos de transformação que vejo, o meu próprio e o daqueles que tenho o privilégio de acompanhar, contando com a limitação de traduzir sensações em palavras... Enfim, como dizia Guimarães Rosa, "todo abismo é navegável a barquinhos de papel".



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Conteúdo desenvolvido por: Isabela Bisconcini   
Isabela Bisconcini é Psicóloga Clínica e Consteladora Sistêmica. Terapeuta EMDR. Terapeuta Floral, Reiki II, NgalSo Chagwang Reiki, AURA-SOMA. Deeksha Giver. Dedicou-se por 25 anos ao estudo da psicologia budista e prática do Budismo Tibetano. Participou do Centro de Dharma da Paz desde 1988, quando Lama Gangchen Rinpoche o fundou.
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