Uma Porta que se abre

Na verdade, o objetivo da carta era um pedido de socorro para que ambos refletissem sobre o quanto eram amados e importantes naquele contexto familiar.
Com o coração saltitante, aguardou pacientemente uma reação, diante da expectativa de que aquela porta repentinamente se abrisse e ela fosse, finalmente, acolhida e abraçada por aqueles que amava, reconhecendo a importância do amor e de que  tudo poderia ser diferente.

Diante daquela porta, ouviu o rasgar do papel de sua cartinha e, ansiosa, percebeu que à medida que eles liam as pequenas linhas, risos irônicos e debochados se misturavam àss suas próprias lágrimas de decepção e vergonha.

Muitos anos se passaram e as dificuldades nos relacionamentos, especialmente na área afetiva, sucederam-se.

Buscou por um longo tempo formas de terapia que pudessem levá-la a aceitar, absorver e compreender que aquela “ferida emocional”, precisava, de fato, ser reconhecida e acolhida; com intuito de que aquela porta novamente se abrisse dentro de seu interior, liberando-a novamente para o amor e para a real expressão de seus mais puros sentimentos.

Atualmente, pronta para fazer as pazes com este lado oculto, onde a luz e a sombra se encontram, procura, através do processo de ressignificação, aceitar e compreender que todos damos aquilo que temos e que, somente através do perdão e da aceitação, conseguiremos nos desvencilhar das amarras do passado, resgatando a oportunidade de reconstruir uma nova vida, pois, conforme palavras do querido escritor Augusto Cury, “Somos os Autores de nossa própria História”.

Texto Revisado