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Você espera muito dos outros?

Atualizado dia 8/7/2012 8:34:01 PM em Espiritualidade
por Flávio Bastos


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Houve um tempo em que as pessoas, mesmo estranhas, se curtiam mais. Havia mais troca de gentilezas e as amizades fluiam ao natural, pois os valores de época proprocionavam os encontros de uma forma mais natural, onde os laços de amizade se fortaleciam com o passar dos anos.

Atualmente, as pessoas aproximam-se uma das outras por afinidade, grau de parentesco ou por interesse, sendo que a indiferença ou as "diferenças" são o que determinam os afastamentos pessoais.

Nos centros urbanos de maior expressão, a pressa, a competitividade e a indiferença tem gerado o distanciamento mesmo entre parentes próximos. As amizades que se estabelecem muito por laços superficiais, provocam uma ruptura de sentimentos associados ao conceito de amizade, e estabelecem uma nova ligação restrita a jogos de interesses que mantém duas ou mais pessoas unidas pelo frágil laço de afinidade por cobiça pessoal.

No entanto, inseridas nesta realidade social em que os interesses pessoais tendem a sobrepor aos sentimentos humanos, muitas pessoas continuam a gerar expectativas em relação ao outrem, ou seja, que seus sentimentos sejam considerados no contexto socio-familiar, profissional, ou mesmo na nova relação afetiva que se inicia.

São indivíduos que esperam muito dos outros, e que por dependerem deste retorno, seja pelo vínculo de parentesco, amizade ou do relacionamento íntimo, acabam por se desestruturarem psíquicamente quando não são contempladas as suas expectativas de afeto.

Expectativas que geralmente são frustradas devido a um comportamento social cada vez mais exclusivista, restrito a grupos que determinam regras próprias de convivência em um contexto marcado pela indiferença ao sentimento alheio.

A fase que experencia o homem moderno inserido em um paradigma materialista decadente, exige dos indivíduos mais sensíveis, a necessidade de adaptação a uma realidade social em que os valores humanos estão em crise. Sendo que o próprio homem encontra-se em crise de identidade, tentando formular um novo conceito de humanidade a partir das relações interpessoais.

Portanto, o indivíduo adulto, mais sensível e dependente da resposta afetiva do outrem, sofre mais no convívio social, pois absorve o impacto emocional de suas expectativas não atendidas através da interação pessoal.

Já o indivíduo indiferente aos sentimentos alheios, adaptado às exigências do momento que elegem um conjunto de valores como princípio norteador da aproximação pessoal por interesse, reserva os seus sentimentos, emoções e desejos à intimidade do ambiente familiar ou em seus pensamentos guardados a sete chaves.

Vivemos um momento em que os sentimentos humanos estão subjugados por valores e crenças que indicam o imediatismo e o egoísmo como forma de ascensão pessoal. Comportamento social que revela uma atitude defensiva em relação ao outrem, tornando-se uma espécie de paranóia coletiva que age inconscientemente no sentido de esfriar as relações interpessoais que antes predominavam de uma forma espontânea.

As pessoas estão reservadas a seus clãs familiares ou a grupos que se associam por afinidade de interesses. Fora deste contexto, as emoções e os sentimentos encontram-se "encaixotados", controlados no seu limite. Limite que em muitos casos não suporta a pressão interna e "explode" em forma de crise de identidade ou de desequilíbrio psíquico.

Precisamos, urgentemente, resgatar o elo de ligação que perdeu-se da mecânica natural dos relacionamentos afetivos irrestritos. Elo de suma importância nas relações humanas, chamado de amor.

O amor em forma de compaixão, consideração ou solidariedade. Amor em forma de caridade que nunca se esgota pelo fato de ser alimentado pelo desinteresse pessoal de atitude não-egóica.

Precisamos entender que a "espera" do outrem em relação a nós alimenta expectativas de que a sua intenção seja pelo menos parcialmente contemplada. E que a interdependência afetiva é inerente à natureza humana, pois somos seres gerados pela mesma forma biológica que nos impele, desde tempos imemoriais, à sociabilização e à convivência por afinidades sem preconceito ou premeditação de interesses.

Precisamos recuperar, pelo menos em parte, a saudável espontaneidade dos relacionamentos, em substituição à tendência de particularização e exclusão por cobiça, porque não somos e jamais seremos robôs de carne e osso, por mais que o sistema exerça sobre nós a sua pressão mecanicista. Caso contrário, indivíduos dotados de inteligência, sentimentos e emoções continuarão a esperar pelo outrem, e receberão como resposta a "voz" do silêncio e da indiferença. Situação pela qual ninguém está livre de passar.



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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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