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A ansiedade da sabedoria!

Atualizado dia 4/14/2013 2:54:03 PM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Acredito que o título mais adequado seria "A ansiedade causada pelo conhecimento", já que consideramos sabedoria como a prática do que é conhecido.
O sábio sabe esperar, mas quero preservar exatamente como a pessoa se manifestou, ao citar como exemplo uma situação em que eu conversava com determinada pessoa e comecei a falar ao mesmo tempo que ela, no momento em que esta se explicava e percebi, então, que ela parou de falar. Eu disse tudo o que tinha para dizer, mas concluí que deveria ter esperado, pois tudo o que eu disse alterou o discurso da minha interlocutora, que usou de colocações feitas por mim para justificar fatos infundados. Perdi uma excelente oportunidade de ficar calado e de aguardar o momento propício para me manifestar. Embora tivesse razão, fiquei "esvaziado".

Quem me ouvia, então, disse: "É a ansiedade da sabedoria". Isso ficou reverberando em minha mente, pois quantas vezes nós agimos desta forma no nosso dia a dia? Por termos uma visão clara e precisa, na hora de conversar não permitimos que o outro fale e ainda "despejamos" todo o nosso "saber" sobre o assunto e quando ele retoma, o faz usando o que dissemos para descaracterizar a conversa e a partir daí, se insistirmos, entramos em discussões estéreis, que não nos levam a lugar nenhum.

Um exemplo? Recebemos uma informação fidedigna sobre uma negociação que está em andamento, para a qual aguardamos uma resposta da outra parte e, então, ficamos sabendo que a decisão já foi tomada e já foi dado sequência em direção contrária à que estava em questão. O outro lado decidiu e não informou à parte interessada. Um exemplo familiar? Os pais estão decidindo sobre a viagem do filho e este já dá por verdade o "não" e age desfazendo tudo que estava preparado. Quando os pais ficam sabendo, ao invés de questionarem o filho e ouvi-lo, passam a recriminar as atitudes do mesmo, dando margem para que ele, ao final, possa dizer: "Estão vendo como eu tinha razão? Posso ter me apressado, mas vejam suas reações".

Há um outro aspecto tão ou mais prejudicial do que o exposto acima, que é o de se perder a oportunidade de saber com clareza e objetividade o que o outro pensa a respeito do que, para nós, é tão "preciso e certo". Caímos na condição do "ele sabe tudo". Muitas vezes, a percepção trazida pelo outro nos mostra dados novos, que podem mudar e mesmo enriquecer o que já é de nosso domínio.
Ansiedade e sabedoria não se harmonizam. Sábio é saber dar tempo ao outro para que ele possa falar sobre o assunto em questão. O sábio sabe que tudo tem seu momento exato e que a precipitação faz com que os fatos ocorram fora do tempo, desarmonizando-se e perdendo seu efeito.
Parem para refletir sobre o número de vezes que vocês não souberam aguardar o momento propício para falar ou agir e terminaram por atropelar situações, chegando ao ponto de perderem, inclusive, a razão sobre o que estavam apontando. Em algumas situações passa-se pelo agravo do constrangimento, pois a precipitação impede que se considerem os fatos novos e desconhecidos, pois não foi dada a chance de vir à tona a verdadeira versão do que se queria provar, entregando-se, assim, a "faca e o queijo" para o outro.

No caso citado no início deste texto, a precipitação mudou completamente o rumo da negociação, dificultou o desfecho esperado e quase pôs a perder o negócio.
Saber escutar é uma das qualidades mais difíceis de serem exercidas. Mas é através desta qualidade que se consegue estabelecer uma comunicação harmônica e integrada, mesmo onde o conteúdo seja conflitante. Há sintonia entre escutar e falar, e vice-versa. Nosso interlocutor sente-se compreendido, mesmo que sejam opiniões e pontos de vistas divergentes.

Aguardar um pouco é tudo o que se precisa e muito se tem a ganhar com esta atitude. Questionar e deixar o outro responder sem "despejar" sobre ele o nosso conhecimento prévio e, após suas colocações, aí sim, dizer o que se julga ser necessário. Só assim poderemos perceber no tempo exato se a informação que recebemos veio ou não distorcida. E então não estaremos prejudicando a compreensão dos fatos.

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