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A capacidade dos outros nos aborrecer

Atualizado dia 10/15/2009 12:29:27 PM em Psicologia
por Aurora de Luz


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Ao falar sobre a capacidade de nossos semelhantes em nos aborrecer, estamos falando das frustrações, mágoas e irritabilidade que nossos semelhantes podem produzir em nós. Conforme veremos adiante, de antemão podemos dizer que nossas frustrações, mágoas e irritabilidade são proporcionais àquilo que esperamos dos outros; quanto mais esperamos, mais sofremos.

Então, não devemos esperar nada de ninguém? Não, não devemos. E é bom nos acostumarmos com essa idéia. Quanto mais esperamos de alguém, mais corremos o risco de frustrações, mágoas e irritabilidade.

Portanto, é bom fazermos tudo aquilo que fazemos sem esperarmos nada em troca, fazemos por uma questão de consciência. Se algo de bom vier de nossos semelhantes será um lucro agradável e, se não vier nada, será normal.

Durante toda nossa história podemos experimentar algum sofrimento, mágoa ou desencanto com nosso próximo e, não obstante, este sofrimento, mágoa e desencanto serão tão maiores quanto menos nos conhecermos e menos conhecermos nosso próximo. Aliás, CONHECER NOSSO PRÓXIMO SÓ É POSSÍVEL NA MEDIDA EM QUE CONHECEMOS A NÓS MESMOS.

Uma das maiores dificuldades de convivência entre as pessoas se baseia no fato do ser humano se apresentar um ser social por natureza e, simultaneamente, um ser egocêntrico. Por sermos sociais, somos incapazes de viver sozinhos no mundo e, por sermos egocêntricos somos, ao mesmo tempo, incapazes de conceder aos nossos semelhantes às mesmas regalias que nos concedemos. Portanto, sozinhos não conseguimos viver e, paradoxalmente, com o outro também é difícil.

Para compensar essa peça que a natureza nos pregou, fomos dotados de um atributo muito especial: somos capazes de mudar. Trata-se do livre arbítrio, ou seja, da capacidade de mudanças, de procurar um amanhã melhor que o hoje. Normalmente nossa evolução acontece através de mudanças em posturas e em atitudes diante dos semelhantes e da vida.

Estando a pessoa sofrendo alguma mágoa ou frustração produzida por outra pessoa ou por circunstâncias do destino, será melhor pleitear uma mudança em sua própria postura diante dos outros e do mundo para que não se magoe e nem se frustre. Essa é a atitude mais sensata.

Inicialmente, vamos considerar que a mágoa, o aborrecimento, a irritabilidade e a frustração são sempre de autoria da pessoa que se sente magoada, aborrecida, irritada e frustrada. São sentimentos que nascem na própria pessoa, portanto, a culpa, no sentido involuntário do termo, deve recair sobre quem está magoado, aborrecido, irritado e frustrado. É a pessoa quem alimenta tais sentimentos, é ela quem se deixa magoar, frustrar e aborrecer.

Assim sendo, em termos de sentimentos, o raciocínio mais correto é dizer que a pessoa deixou-se magoar por fulano e não que foi magoada por ele. Não deve ser fulano quem nos irrita, mas sim, nós nos deixamos irritar por fulano. Portanto, como se vê, nossos aborrecimentos têm uma origem dentro de nós, são sentimentos nossos.

Primeiramente, SE NOS SENTIMOS MAGOADOS, ABORRECIDOS, IRRITADOS E FRUSTRADOS SEM QUE ESSA TENHA SIDO A INTENÇÃO DO OUTRO, A CULPA É DE NOSSA SENSIBILIDADE. Estão nessa situação os sentimentos de humilhação que experimentamos quando nosso orgulho é ofendido. Ora, estamos falando de nosso orgulho. Ou nos sentimos magoados quando achamos que não estamos sendo gostados o tanto que gostaríamos de ser gostados. Ora, a quantidade que gostaríamos de ser gostados é nossa pretensão, portanto, de nossa exclusiva responsabilidade. Ou nos sentimos frustrados porque o outro não satisfaz nossas expectativas. Ora as expectativas são construídas por nós, portanto, de nossa autoria.

Em segundo lugar, mesmo sendo intenção dos outros nos magoar, humilhar, frustrar ou irritar, se estivermos muito bem conosco mesmo, jamais nos deixaremos abater por tais sentimentos. A FRAGILIDADE SENTIMENTAL (AFETIVA) FAVORECE NOSSA VULNERABILIDADE ÀS MÁS INTENÇÕES DE NOSSOS SEMELHANTES.

Nossas frustrações costumam ser proporcionais às nossas pretensões. Quem deseja ser sempre obedecido incondicionalmente, com certeza terá muitas oportunidades na vida para sentir-se frustrado. Da mesma forma quem deseja ser sempre e por todos compreendido, amado, aplaudido, respeitado, etc. Muitas vezes nos magoamos por sentir que não estamos sendo gostados o tanto que gostaríamos de ser gostados, nos sentimos humilhados por não sermos prestigiados o tanto que achamos que merecemos, e assim por diante.

Uma das causas de nossas frustrações é também a sensação de falta de reciprocidade, ou seja, quando não fazem conosco ou para nós o mesmo que acreditamos ter feito (de bom) aos outros. Isso significa que fazemos alguma coisa na esperança de um retorno com lucro. As pessoas se irritam ao esperar na fila porque, normalmente, não gostam de deixar ninguém esperando por elas. A realidade nua e crua, é que as não gostamos de deixar outros esperando porque não gostamos de esperar, somos gentis no trânsito na expectativa de que sejam gentis conosco, damos esmolas porque não gostamos de nos sentir sem dinheiro, somos honestos porque esperamos honestidade dos outros... Como vemos, nosso parâmetro de bondade, caridade, compreensão, etc. é sempre nós mesmos.

Essas pretensões para que nossos próximos façam isso ou aquilo, que procedam dessa ou daquela forma nascem e existem dentro de nós. Mas, por outro lado, nosso semelhante também tem, tal como nós, suas pretensões. Aliás, as mesmas pretensões que temos. Ora, como poderíamos pretender um equilíbrio harmônico entre duas pessoas que pretendem, simultaneamente, serem ambos admirados, gostados, respeitados, obedecidos, etc. se essas pessoas não entenderem que ambos são iguais? FRUSTRAR-SE E MAGOAR-SE PORQUE MEU PRÓXIMO TAMBÉM PRETENDE SER ADMIRADO, GOSTADO, RESPEITADO E OBEDECIDO É, NO MÍNIMO, UM GRANDE CONTRA-SENSO.

Para entendermos nosso semelhante basta consultarmos nossas próprias pretensões, pulsões, inclinações e anseios (é por isso que ele se chama nosso semelhante). Portanto, tudo começa com a consciência a respeito de nós mesmos.

Fonte Bibliográfica:
Ballone GJ -Convivência com o Próximo in. PsiqWeb, Internet - disponível em link

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