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A dor e o desejo

Atualizado dia 6/19/2020 10:42:48 PM em Psicologia
por Paulo Tavarez


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Todo sofrimento humano está reduzido a duas coisas: dor e desejo. 

A dor existe e tem a sua fonte, quase sempre no inconsciente. Somos assaltados por sentimentos ruins, dos quais não queremos sentir, com isso, acionamos os nossos desejos, pois precisamos de lenitivos para neutralizar o efeito dessas angústias.

Sozinhos e carentes, nós desejamos companhia. Preocupados e ansiosos, desejamos estar seguros. Cegos de ódio, desejamos vingança. Esses são apenas alguns expedientes que adotamos quando estamos diante de algum desconforto na alma.

O desejo transformou-se em um mecanismo de fuga usual, o primeiro deles. A grande verdade é que não queremos enfrentar a própria sombra, ela nos assusta, ela é terrivelmente agressiva, possui uma energia que nos machuca. Ninguém quer ficar parado sentindo coisas ruins. Por isso nos movemos em direção às coisas que poderiam nos trazer algum conforto, nos tornamos adictos do prazer. O problema é que essas buscas criam sofrimento também, pois as frustrações, as decepções, o desânimo e uma infinidade de sentimentos ruins, resultam dessa nossa atitude.

Como dizia o poeta Renato Russo: “Tudo é dor e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor”. 

Existem dois caminhos para sairmos desse ciclo vicioso. O primeiro é suportar a dor sem fugir, buscando uma interlocução com a própria alma, desta forma, permitir que ela possa expressar-se e, assim, provocar uma catarse que possa diminuir a carga afetiva desses conteúdos. O outro caminho foi ensinado pelos estóicos: distanciar-se por completo desse centro em que escolhemos acreditar ser o nosso eu real, quando, na verdade, é apenas um eu ilusório e colocar-se apenas como uma testemunha de si mesmo. Para fazer isso, devemos nos colocar fora desse centro, buscar uma integração com o próprio Universo, deixar ele agir sobre você e apenas ficar observando esses enredos sem ser por eles afetados. 

Sofremos porque nos colocamos com o personagem desses enredos mentais. É preciso aprender a colocar-se não nesse palco, mas na poltrona, como um espectador e entender que tudo aquilo que manifestar-se é impermanente. Eterno e perfeito é apenas o espectador, é apenas você.

Precisamos subir esse degrau que está acima do binômio gosto-não gosto. Estamos ainda sob a condução dos desejos. Decidimos, escolhemos, buscamos e agimos de acordo com os nossos desejos. É claro que não há nada de errado nisso, pois faz parte do nosso estágio. É preciso buscar uma iluminação, é preciso libertar-se aos poucos do jugo imposto pelos desejos e alcançar a compreensão final: “Ninguém precisa ser nada além daquilo que já é”.

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Conteúdo desenvolvido por: Paulo Tavarez   
Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Psicapômetra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Conheça mais sobre mim em: www.paulotavarez.com - Instagram: @paulo.tavarez
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