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A permanência na casa dos Pais!

Atualizado dia 9/24/2013 11:04:54 PM em Psicologia
por SPAÇO NATUREZA & TERAPIAS


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Em geral, há nos lares um movimento: a saída de seus filhos para a construção dos seus próprios mundos quando atingem a maioridade.

Em tempos mais antigos, os lares eram mais precários e a demanda para sair de casa era maior, seja para o casamento, para trabalhar em outros locais, para estudar em universidades etc.. Saia-se de casa em busca de uma vida mais próspera. Atualmente, os lares estão mais confortáveis e os filhos permanecem por mais tempo dentro deles já adultos, por diversos motivos, sendo todos válidos.

Nossa atenção está voltada para a permanência dos filhos, na maioridade, na casa dos pais, provocando, em decorrência disso, sérios conflitos mentais e emocionais, com todos os envolvidos se “infernizando” mutuamente.

Alguns pesquisadores, nas experiências com muitos ratos reunidos numa mesma caixa, perceberam que no primeiro momento eles se lambem, aconchegam-se. No segundo, eles se arranham e se mordem, mas no terceiro momento, eles se matam uns aos outros. Tensão e estresse aumentam quanto maior o tempo de permanência de todos na mesma caixa.

A morada na casa dos pais acontece em três esferas: física, emocional e espiritual. No âmbito emocional, vive-se a filosofia de vida ditada pelos pais dentro de um mundo criado por eles. Este lar com suas leis e ordem se torna fonte de referência para seus membros.

Estudos mostraram que é na relação com a mãe que aprendemos a lidar com o amor, a maternidade/paternidade, a espiritualidade e a capacidade para se relacionar afetivamente. Na relação com o pai, aprendemos a lidar com o mundo dos negócios, profissão e dinheiro. Assim, presumimos que o jovem ao atingir a maioridade está em condições de ir ao encontro do seu próprio mundo além da casa dos pais. Estamos conscientes de que nem sempre isto acontece, mas isto não vem ao caso agora.

Caso a opção do jovem seja a de permanecer na casa dos pais, tanto os pais quanto os filhos devem estar atentos à experiência dos ratos. Quanto mais o jovem permanecer no lar, o seu mundo pessoal (seus valores próprios, crenças, princípios e sentido de vida) vai se precipitar no mundo dos genitores, da mesma forma, os pais, nem sempre dispostos a fazerem mudanças se precipitarão na vida do jovem mantendo o mesmo sistema, por ele estar em seu espaço. Os resultados são inevitáveis, conflito, sofrimento, necessidade de mudança e em muitos casos, culminam com a fuga ou expulsão dos filhos do lar.

Os pais continuam cuidando dos filhos mesmo quando eles podem cuidar de si mesmos. Os filhos mostram aos pais o que aprenderam com eles, sem que eles aceitem tal fato. Muitos pais desejam que seus filhos assumam o controle de suas vidas quando estes mesmos filhos continuam pensando que seus pais têm a obrigação de cuidar deles sempre. Filhos ansiosos para partirem, impedidos pelos pais temerosos de ficarem sós. Pais ansiosos de entregarem seus filhos à continuação da Vida para, após, se recolherem e reavaliarem a construção de seus mundos, tendo em casa filhos sem nenhum sentido de vida. Pais reclamando que com sua experiência de vida, trabalharam, construíram e formaram o jovem até o momento, apontando-lhe o dedo dizendo "aceite ou vá embora", diante de filhos julgando seu sistema arcaico pressionando a se modernizarem.

Então, quais alternativas do jovem permanecer na casa dos pais, já maiores de idade evitando-se o final da experiência com os ratos?

Dentre várias, penso naquela que se aproxima da relação do Distrito Federal com o Estado de Goiás. Em diversos mapas o Distrito Federal aparece pontilhado. Isto significa que há canal de troca. O Distrito Federal se beneficia do Estado de Goiás por sua localização que o protege de ataques de infantaria numa guerra. O Estado de Goiás recebe em seu seio o Distrito Federal que lhe traz muitos benefícios. Cada um é independente e se ajudam mutuamente. Brasília, capital da República convive bem com Goiânia, capital do Estado, no mesmo território, uma não interferindo na gestão da outra.

Assim, nos lares desajustados, pais e filhos necessitam reaprender a arte da convivência. Debaixo do mesmo teto, há a necessidade de se construir a independência emocional de todos os envolvidos e o processo terapêutico é um auxiliar indispensável e fundamental nessa construção. Há a necessidade dos genitores se permitirem à permanência de seus filhos adultos em seu território, tal como o Estado de Goiás. Há a necessidade dos filhos efetuarem relações saudáveis de trocas, tal como o Distrito Federal. Finalizamos que não há a obrigatoriedade de sair de casa ao se atingir a idade adulta, mas a permanência deve, sim, ser repensada.

Por Silvio Farranha Filho – psicanalista

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