A vida não é uma luta!
Atualizado dia 1/19/2015 5:05:19 PM em Psicologiapor Paulo Tavarez
É tão comum encarar a vida como uma luta que esse tipo de cumprimento surge no automático. Mas, será que a vida é realmente uma Luta? Será que tudo que nos disseram, tudo que nos ensinaram sobre a vida está correto?
Os pais, desde muito cedo educam o filho com essa convicção, preparam a criança para competir e com isso acabam moldando o seu caráter de forma a tratar o próximo como um adversário, ensinam a se defender dos inimigos através de uma adestramento constante para o combate e desta forma, o mundo transforma-se em uma arena, uma espécie de coliseu onde apenas os mais fortes sobrevivem. Todos contra todos. Justamente por esse motivo o princípio do amar ao próximo como a si mesmo transformou-se eu algo utópico, como podemos desenvolver a nossa capacidade de amar quando estamos programados para o enfrentamento? Como ter estima por aqueles que queremos ultrapassar, afinal, estamos condicionados a vencer e superar esse mesmo próximo?
Infelizmente Thomas Hobbes estava certo ao denunciar que o homem é lobo do homem e que só através de um contrato social a vida no planeta seria possível. Esse filósofo inglês da idade moderna conhecia a natureza humana e entendia que, na verdade, todos querem as mesmas coisas, por isso sempre existiram guerras e conflitos.
Como podemos mudar isso?
Está claro que esse modelo predatório é o maior responsável pela falta de paz e harmonia em nosso globo, no entanto, não fazemos nada à respeito, continuamos reproduzindo os mesmos erros atávicos, sem a menor reflexão acerca de nossas ações, pois elas surgem quase sempre de forma impensada e autômata e é preciso mudar para poder renunciar a essa ideia de combate, a vida não é um gládio, enquanto não nos desarmarmos e trabalharmos as virtudes necessárias para passarmos ao largo desse modelo agressivo, estaremos vulneráveis a toda sorte de sofrimento e dor, enquanto não aprendermos a colaborar, perdoar, compreender, aceitar e renunciar, toda a nossa existência será pautado por um pressuposto equivocado.
Infelizmente seguimos uma programação de crenças e valores nefasta que só poderá ser alterada quando alcançarmos uma maior expansão da consciência. Está na hora da humanidade começar a fazer perguntas que ainda não fez. Está na hora de pensarmos em um outro paradigma, até pela preservação da nossa espécie, não existe a menor possibilidade de criarmos um mundo diferente fazendo as mesmas coisas de sempre, pensando da mesma forma.
A mente humana estertora na ignorância, busca soluções para o incômodo da dor nos lugares menos prováveis, é como se cavássemos atrás de água sem nenhum localizador. Ela mesma, a nossa mente, anseia pela paz e por isso se articula com as armas que tem para dar orientação a nossa consciência em coma.
Seja um observador, não se envolva emocionalmente com as coisas, nem mesmo com as pessoas, a emoção só atrapalha, procure livrar-se daquilo que deseja, pois todos esses objetos desejados estão no futuro, no terreno das possibilidades criado pela mente como forma de alento e fuga da realidade, na verdade, quando não houver mais nenhum desejo a mente adormecerá e a nossa Consciência acordará, pois tudo aquilo que mais precisamos, já temos. Somos plenos, perfeitos e prontos, Deus não criaria nada menos do que isso.
Esta na hora de negarmos a influência do Arquétipo do Heroi, pois essa influência se conecta com as nossas necessidades mais primitivas de busca por aprovação, recrudesce a nossa vaidade e entende a vida como um palco de lutas. Podemos substitui-la pelo Arquétipo do Explorador, por exemplo, pensando nossa experiência como um aprendizado, sem criar expectativas ou estabelcer antagonismos.
Estamos aqui para aprender, aprender o que já sabemos.
Texto revisado
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