A vida só é possível reinventada.

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Autor Léa Maria Vicari

Assunto Psicologia
Atualizado em 20/02/2011 12:38:57


  Estava conversando com uma amiga, e esta me dizia que estava profundamente triste. Já na meia idade, filhos criados, o marido realizado profissionalmente, casa cheia de amigos, uma situação financeira estável, ela sentia uma angustia que não sabia explicar.

Quando lhe perguntei o que a angustiava tanto ela me respondeu, com os olhos cheios de lágrimas: sinto que a minha vida está acabada. Os meninos casando, o marido bem no serviço, e eu, o que sobrou pra mim?

Seguimos em silencio, ela sentindo sua angustia e eu pensando como é comum a nós, mulheres com características de Perséfone, passarmos a vida vivendo a vida do outro, ou melhor, vivendo a expectativa que sentimos que o outro tem de nós, nos esquecendo dos nossos sonhos, da nossa posição no mundo. Existimos para servir.

Parece complicado? Não. Veja só minha amiga: cresceu tentando ser a filha exemplar, e para isso abriu mão de si para ser aquilo que seus pais aprovavam. Sempre foi uma ótima aluna, amiga de todos solidários a toda e qualquer causa que envolvesse defender os pobres e oprimidos. A palavra Não inexistia em seu vocabulário. Formou-se em assistência social.

Casou-se jovem com uma pessoa ótima, que partilhava os mesmos ideais de ajudar ao próximo. Medico, excelente profissional, foi e é  reconhecido como uma pessoa humanitária. Logo tiveram filhos, e ela deixou o trabalho para se dedicar aos filhos e ao marido.

Assumiu o papel de  mãe , esposa, dona de casa em tempo integral. Os filhos cresceram e bateram asas rumo aos seus sonhos. O marido está presente , mas não o tempo que ela gostaria. Na menopausa, não se sente mais uma mulher atraente, bonita, sensual.  E ela está perdida, sem saber que papel desempenhar. E sente que o mundo desabou a seus pés.

Lembrei-me então de um trecho de uma poesia de Cecília Meireles: "mas a vida, a vida, a vida  a vida só é possível reinventada".

Reinventar a vida...Redescobrir-se, Mergulhar em busca de sua essencia,reconhecer-se para então poder reinventar.

Como dizia o poeta Gonzaguinha:

...Como um animal que sabe da floresta, perigosa
Redescobrir o sal que está na própria pele, macia
Redescobrir o doce no lamber das línguas, macias
Redescobrir o gosto e o sabor da festa, magia...


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Autor Léa Maria Vicari   
Formada em psicologia pela UNIP em 1979,com pós graduação em Arte Integrativa pela Faculdade Anhembi Morumbi e cursando pós graduação em Psicologia Transpessoal na Alubrat. Psicoterapeuta voltada ao atendimento de jovens e adultos.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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