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Abrace sua sombra!

Atualizado dia 8/8/2007 11:31:21 PM em Psicologia
por Andrea Pavlo


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Sentei-me confortavelmente em uma cadeira de um jardim zen no meio de São Paulo. Um grupo de mulheres se reunia para uma conversa, conversa de mulher. Uma jornalista liderava o grupo tentando, segundo ela, resgatar as egrégoras do feminino, tão perdidas no tempo e na falta dele. A conversa vai virar uma matéria, mas está longe de ser só isso. Quando ela falou em reunir uma egrégora, não estava brincando.

A pergunta foi jogada: "Quais são as suas maiores crenças negativas, limitadoras?" Confesso que, num primeiro momento, tive uma imensa dificuldade em escolher uma. Logo eu, que já passei pelo árduo trabalho de romper com várias delas, tinha que escolher uma, só uma? Perguntei se ela queria que eu as dissesse em ordem alfabética. Todas riram, mas eu não estava brincando. Pensando mais um pouco, buscando mais a fundo eu disse, num rompante, soltando uma frase que há muito estava presa dentro de mim: "O vitimismo!"

A verdade é que sempre odiei as vítimas. Aquelas pessoas que acham que o mundo todo conspira contra elas, que tudo é pessoal. Claro que odiava! Era eu! Era a pura, a mais pura projeção, ou seja, eu via no outro aquilo que mais me incomodava em mim. E no outro incomoda à vontade, porque não sou eu. De fato fui criada por uma avó que, por sua vez, foi criada no meio de um pequeno vilarejo em Portugal, com suas viúvas vestidas de preto, rezando ladainhas enquanto esperavam a morte chegar. Uma perfeita vítima. E, claro, absorvi com minha alma pouco preparada toda essa energia. E embrenhei em cada parte do meu ser, meu ser vitimado pelo mundo, pelos pais, pelo país e pelos namorados cafajestes.

E, de fato, na ocasião de tal pergunta, estava mesmo me sentindo assim. Sentindo que a vida de todo mundo parecia ser mais fácil e mais divertida do que a minha. Sentindo que eu deveria ter coisas que eu não tinha: um namorado candidato a marido, dinheiro, carro, casa, etc. Esqueci, completamente, daquilo tudo que tenho. Chorei agarrada ao travesseiro por um projeto profissional fracassado. Por um amor não correspondido. Por um peso exagerado para a minha altura. Chorei, chorei, chorei vitimada pela existência. E então, mais uma vez, o Universo puxou o meu tapete!

Comecei a receber telefonemas estranhos de um cara que mal conhecia pela internet. Ele me propôs ajuda em um projeto e eu, ingenuamente, aceitei (esqueci de comentar que as vítimas também nunca têm ajuda de ninguém... pobres de nós!). Só que fui obrigada a desistir e ele parece não ter se conformado. Passou a me ligar freneticamente exigindo dinheiro. Ameaçando com coisas absurdas. Dizendo que ia me procurar no meu trabalho e coisas que nem merecem ser repetidas. E, agora de verdade, eu me vi numa delegacia, às 11 da manhã de uma quarta-feira. Quando leio o boletim de ocorrência está escrito: "... a vítima alega que...!"

Bingo! E eu que passei várias horas me perguntando porque eu estava sendo vítima daquele cara! Simples, porque eu ainda não havia me tocado o quanto o padrão de vítima ainda fazia parte da minha personalidade. Uma vez me disseram que quanto maior a sua consciência, mais responsabilidade você tem sobre seus pensamentos e sobre suas atitudes. E eu, de alguma maneira, deixei um velho padrão tomar conta de mim novamente, depois de ter entrado em contato, de forma bastante veemente, com o lado oposto. Um escorregão, na verdade, que resultou num caso de polícia, literalmente.

Estou contando isso porque ilustra como aquilo que mais odiamos é o nosso maior inimigo interior. Não é tão difícil de identificar, não é? Não temos coragem de olhar para sentimentos como o vitimismo, inveja, medo, ciúmes, mas eles são tão importantes para nós e fazem tanto parte das nossas vidas como seus opostos de luz. Uma outra frase que ouvi naquele sábado: "Abrace a sombra". Integre o seu lado sombrio, feio, medonho. Integre a invejosa, a ciumenta, a mal amada que existe em você. Aquele velho ditado: "se não pode com os seus inimigos, junte-se a eles".

A minha história, na verdade, não acabou, mas eu já aprendi muito. Aprendi o que precisava aprender. E se ela continuar é porque ainda existem arestas a serem aparadas. Mas, sem problemas, eu não sou mais a vítima desse cara doido da internet e tenho a minha parcela de responsabilidade nessa história. Mas não vou deixar de confiar e acreditar nas pessoas. Vou, isso sim, entender porque essas coisas acontecem comigo. Nesse caso, acho que já entendi! Tomara!

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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