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Acreditar Sempre!

Atualizado dia 5/21/2017 10:52:23 AM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Olho para trás e vejo mais de quarenta anos compartilhando com pessoas de seus dramas, de suas dificuldades e mesmo de suas tragédias. Diferentemente de muitos colegas, não tenho o registro de quantas foram essas pessoas, assim como nunca me preocupei em anotar quantas pessoas assistiram a palestra “A” ou “B”. Falha minha? Pode ser, mas continuo a não me preocupar com os aspectos quantitativos das experiências.
Nessa jornada, acompanhei muitas histórias e em algumas até mesmo eu não acreditei nos bons resultados dos esforços empenhados na direção que queriam. Surpreendi-me e logo aprendi.
Lembro-me de um casal cujo filho de dezesseis anos se envolveu com drogas e acabou se prendendo ao crack, entre elas de alto teor viciante e grandes prejuízos na saúde. Inicialmente, o casal lutou unido nos esforços da recuperação de seu filho. Com o passar do tempo e o insucesso de seus esforços, a mãe foi se distanciando até que “lavou suas mãos”. O pai nunca aceitou desistir. O garoto após os dezoito anos saiu de casa, porém, o pai sempre a “acompanhá-lo”, não se afastando dele em nenhum momento. Enfrentou algumas vezes “cobradores” de drogas, e mesmo com todos os riscos nunca desistiu.
Esse pai venceu a batalha, mesmo tendo se indisposto com a esposa e com vários amigos. Hoje seu filho está casado, trabalha e mantém sua vida normalmente.
Recentemente, recebi um jovem de dezesseis anos, na época em que era extremamente apático a tudo. Aos catorze anos, perdeu o interesse pelos estudos e pelos esportes, dos quais era profundo adepto. Sua vida passou a ser, dormir, acordar tarde, não ir à escola e tornava-se extremamente agressivo se fosse forçado ou cobrado por seus pais, chegou até a agressões físicas com eles. Estava aos cuidados psiquiátricos e com alta dosagem de calmantes e antidepressivos. Mesmo assim não mexessem com ele.
Os pais ao me procurarem estavam receosos se eu seria aceito ou não pelo rapaz.
Nosso primeiro encontro foi em sua casa e após as apresentações pedi que nos deixassem a sós. Disse a ele que estava interessado em saber de sua história, como havia chegado até ali e, mesmo a contra-gosto dele, nos veríamos uma vez por semana, onde ele falaria só se tivesse vontade. Dado a falar pouco, demonstrou logo nos primeiros encontros me aceitar e seus relatos giravam sempre no “não sei”; “nunca pensei nisso”; “acho que sou vagabundo mesmo” assim por diante. Havia já adiantado a seus pais que seria um acompanhamento em longo prazo, mas surpreendentemente para eles, logo após nossas primeiras sessões, o jovem passou a estar mais calmo, ainda discutia, mas sem reações físicas de agressividade.
Os medicamentos foram sendo reduzidos e ele foi percebendo a necessidade de tomar decisões em sua vida. A primeira que expressou foi “não vou mais estudar, não quero estudar!”. Seus pais se chocaram quando eu o cumprimentei pela decisão tomada. Ficaram ainda mais surpresos quando ele pediu para trabalhar na empresa deles. Eu apenas havia trabalhado com ele a necessidade de escolher uma opção: ou estuda ou trabalha. Trabalhou uns meses e depois disse aos seus pais: “Ficarei até o final do ano e depois quero fazer cursinho, eu quero ir para a faculdade, sim!”.
Grande minha alegria quando a mãe me ligou para antecipar a notícia e me agradecer. Mas o agradecimento deve ser dado à persistência de todos, pois se houvessem desistido do garoto, hoje ele seria um depósito de comprimidos.

Profissional competente, graduado, deixou-se abater por ter duas experiências profissionais seguidas de insucesso. Na primeira, era funcionário e, na segunda, tentou empreender e perdeu muito dinheiro, inclusive sua casa. Vinha às sessões porque sua família o incentivava e arcava com os custos. Inicialmente dizia que era para não contrariar seus familiares, depois dizia que se sentia muito bem no consultório e, em seguida, relatou sentir uma força interior que o impelia para frente, em busca de nova recolocação.
Ficou meses a “perambular entrevistas”, hoje gerencia uma empresa de médio porte, e há alguns meses me ligou para contar que acabara de adquirir um belo apartamento. Ao final, desligou dizendo: “É preciso acreditar sempre!”.
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