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Altamente sensível: Ser ou não ser? Eis a questão

Atualizado dia 8/12/2016 3:12:16 PM em Psicologia
por Rosalira dos Santos


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Desde a publicação do livro da dra. Elaine Aron sobre a alta sensibilidade, em 1995 nos Estados Unidos (e em 2002 no Brasil), o tema foi ganhando espaço na mídia. Com isso, palavras como  “alta sensibilidade” e “pessoas altamente sensíveis” (ou highly sensitive e highly sensitive person, respectivamente) tornaram-se bastante populares, principalmente nos países de língua inglesa.

Esta ampla divulgação em jornais, revistas, blogs, televisão e outros veículos, gerou tanto um maior conhecimento por parte do público, como também uma serie de confusões e dúvidas com relação ao significado destes termos. Uma das mais frequentes, diz respeito ao entendimento da expressão “alta sensibilidade”. Seria ela um rótulo, uma característica que algumas pessoas tem e outras não tem (o ser ou não ser do título deste artigo)? Afinal, não somos todos sensiveis, ainda que uns mais e outros menos?

Uma das causas desta confusão reside no fato de que, na linguagem cotidiana a palavra “sensível” significa também “compreensivo”, “amável”, “cuidadoso”, etc. Ora, tanto as pessoas altamente sensíveis quanto as demais podem ter essas qualidades, daí a ambiguidade da compreensão do termo pela grande imprensa e pelo público em geral. A própria dra. Aron  revela que estava consciente desta dificuldade quando criou o termo. Diz ela:
Pensei muito a respeito de como denominar essa característica. Eu sabia que não queria repetir o engano de confundi-la com introversão, timidez, inibição e toda uma coleção de rótulos inadequados atribuídos por outros psicólogos. Nenhum desses termos capta o aspecto neutro de possuir maior receptividade à estimulação. E achei que estava na hora de combater a visão pejorativa que se tem das PAS adotando um termo que pode ser usado a favor delas. (2002:12)
Na tentativa de esclarecer, de forma simples e resumida, o significado atribuído por ela e pelos demais pesquisadores do tema, a dra. Aron criou uma lista com as quatro características que  considera essenciais para poder qualificar alguém como uma PAS (pessoa altamente sensível), são elas:

  1. Processar a informação de maneira muito profunda (dar voltas a um tema, ruminar, pensar muito antes de tomar uma decisão ...);
  2. Sentir-se facilmente superestimulado (por receber um excesso de informação e prestar muita atenção a tudo, cansando-se mais rapidamente do que os demais);
  3. Uma emocionalidade intensa e grande empatia (ao ponto de ter dificuldades em estabelecer limites em relação a outras pessoas);
  4. Ter os sentidos muito receptivos, captando, mesmo de forma inconsciente, as sutilezas do seu meio ambiente.
Embora seja enfática em relação à centralidade destas características na identificação de uma pessoa como sendo altamente sensível, ela também adverte que a maneira como elas se expressam varia de tanto de uma pessoa para outra, como também, de acordo com o momento de vida de cada uma. Dependendo da ocasião, e do modo como esteja se sentindo, uma pessoa altamente sensível pode, por exemplo, ser bem menos empática do que outra que não seja PAS.

Quando estão calmas as PAS podem até desfrutar a vantagem de perceber mais as delicadas nuances, mas se estão superexcitadas, estado frequente nas PAS, não são nem um pouco compreensivas nem sensíveis. Pelo contrário, frequentemente não PAS são na verdade mais compreensivas em situações altamente caóticas.(2002:20)
 
De tudo isso podemos concluir que a alta sensibilidade é uma faca de dois gumes, que tanto pode tornar a vida mais rica, como pode dificultá-la bastante por ampliar a tendência a problemas, como o estresse por superestimulação, entre outros. Dentre as pessoas identificadas como altamente sensíveis existem diferenças marcantes na maneira como integram essa característica na sua vida. Em princípio poderíamos distinguir, ao menos três grupos diferentes:
  • Em primeiro lugar, há aquelas pessoas que sabem que são mais sensíveis que a maioria, mas não se sentem desconfortáveis por conta disso. Para elas é normal ser assim e sua vida e seu trabalho estão organizados de um modo que se adequa à sua sensibilidade.
  • Outro grupo, talvez maior que o primeiro, é formado por pessoas que desde muito cedo sentem que são “diferentes”, das outras. Entretanto conseguiram, através de um trabalho de desenvolvimento pessoal como terapia ou coaching, integrar e canalizar sua sensibilidade e passaram a viver o lado positivo da característica.
  • Por fim, temos aquele grupo de pessoas que, de alguma maneira (através de uma busca na internet, de um amigo ou de um terapeuta) tomou conhecimento da existência da alta sensibilidade e descobriu que a sua característica é normal e compartilhada por muitas outras pessoas, não sendo nenhum “problema” ou “transtorno”. Esta descoberta costuma ser vivida como um momento de alivio, ainda que, rapidamente, a pessoa compreenda que saber sobre a alta sensibilidade não é o suficiente para livrá-la dos incômodos que a característica (não sendo trabalhada) pode trazer.

Meu próprio trabalho de coaching está focado neste último grupo. Ou seja, aquelas pessoas que, embora estejam informadas sobre a alta sensibilidade, nem por isso deixam de sofrer com a empatia desenfreada, o excesso de estímulos, a timidez e a dificuldade em estabelecer limites, entre outros problemas típicos das PAS. Minha tarefa é ajuda-las a lidar com a característica no dia a dia e a reorganizar sua vida de maneira a respeitar e preservar sua sensibilidade. Outro objetivo é ampliar o conhecimento sobre o traço da alta sensibilidade (ainda pequeno no Brasil) para que mais e mais PAS sintam a alegria de se reconhecer enquanto tal e possam assumir sua personalidade e seus dons.


Se quiser saber mais sobre o tema da alta sensibilidade ou sobre o meu trabalho de coaching, visite o site: https://amesuasensibilidade.com.br/. Se quiser saber se você é uma pessoa altamente sensível, clique aqui para responder ao teste elaborado pela dra. Elaine Aron.


Observação: As citações acima foram extraídas da edição brasileira do livro da dra. Aron cuja referência é a seguinte; "ARON, Elaine: Use a sensibilidade a seu favor; tradução Helena Luiz. São Paulo: Editora Gente, 2002".

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Conteúdo desenvolvido por: Rosalira dos Santos   
Life Coach, especializada em Pessoas Altamente Sensíveis (PAS). Criadora do "Programa Ame sua Sensibilidade". Apaixonada por mitologia, religiões antigas, gatos, florais e fotografia. Mas, acima de tudo uma PAS, como você. Para saber mais sobre a alta sensibilidade, visite meu site: www.amesuasensibilidade.com.br
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