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As brigas mentais!

Atualizado dia 10/12/2014 6:07:54 PM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Quando a cliente entrou em meu consultório estava muito, mas muito irritada consigo mesma. Não sabia o que fazer. Ao sair da consulta teria que ir resolver um assunto em uma loja. Esse assunto a estava atormentando há dois dias. Havia comprado um aparelho e que deu problema. Ao ligar para a loja, a atendente fez-lhe algumas perguntas que ela se atrapalhou para responder. Foi-lhe solicitado que se dirigisse à loja para poder explicar o que estava acontecendo.
Como isso aconteceu em um sábado, desde então, não teve mais sossego. Como ela mesma disse: sossego mental. Ela já havia ensaiado uns dez ou mais discursos para a atendente e para o gerente da loja.
Já tinha vivido nesse período a dor do ter sido enganada, ter perdido o dinheiro pago, pois comprou à vista, viveu a humilhação de ver as pessoas sorrindo ironicamente ao responderem “eu não posso fazer nada, é norma da loja” e sentiu então todas as dores que esses estados geram. A tensão física em que se encontrava era impressionante. Após o seu relato encerrou dizendo: “...e agora eu não sei mais o que fazer”.
Quando lhe perguntei: “E tudo isso que você me contou, aconteceu?”, ela ficou a me olhar e ironicamente respondeu: “É lógico que ainda não, mas vai acontecer, eu sei. ”Mostrei a ela o quanto estava predeterminada a viver uma situação de conflito sem nem ter ainda vivido nenhum sinal de que era isso que aconteceria. O que a impedia de ir “desarmada” e ver como as coisas aconteceriam? Garantiu-me que suas experiências davam a ela a certeza de que tinha razão.

Na sessão seguinte, nem bem nos cumprimentamos e ela já começou a não imagina o que aconteceu!” Quando perguntei o que, respondeu: “Quebrei a cara” e, na sequência, caiu na
risada, mas uma risada nervosa, onde ficava claro toda sua instabilidade frente ao que estava tratando.
Ao chegar na loja, a balconista a ouviu e após entender o que o aparelho tinha apresentado de defeito, imediatamente solicitou a troca por outro, onde antes de ser levado foi testado e ainda lhe despejaram um punhado de pedido de desculpas pelo transtorno.
Essa pessoa não era uma criança e nem uma adolescente. Adulta, séria e cumpridora de suas responsabilidades, trazia consigo uma crença em que tudo para ela tinha que dar errado, em tudo sempre tinha prejuízos e assim por diante.
Quanto tempo de nossas vidas passamos “ruminando” pensamentos, não conseguindo pensar em outras coisas, mesmo sabendo que só poderemos tratar do referido assunto horas ou dias depois.

Construir melhores momentos depende de cada um. Tem algo a resolver? Verifique se já tem tudo que necessita, se está preparado, com tudo nas mãos. Feito isso, desprenda-se até a hora de, realmente, agir sobre o assunto.
Mas o assunto é muito sério, alguns dizem. E daí? Ficar preocupado, não dar atenção a mais ninguém ou mais nada nos momentos em que não se pode tratar do obstáculo não significa que você está levando o assunto a sério. Apenas que você não consegue distribuir bem as suas ações, adequando-as às necessidades do momento e que está se sobrecarregando com um peso desnecessário, pois essa postura não contribuirá em nada para a solução; ao contrário, fará com que sua atuação seja cheia de prevenções e ideias pré-concebidas, que irão atrapalhar o andamento do assunto. Rir, conversar e brincar antes de chegar o momento esperado também não quer dizer que a pessoa que assim faz seja irresponsável ou não está dando atenção ao problema.
Infelizmente, estamos cada vez mais “pensando o pensamento” ao invés de simplesmente pensar, e ao pensar, agir.
Buscar ser mais feliz e levar uma vida mais harmoniosa e leve pode começar com a eliminação de nossas “brigas mentais”.

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