Como não julgar?
Atualizado dia 11/24/2015 1:23:31 PM em Psicologiapor Paulo Tavarez
E se não existissem os códigos morais? E se nós nos orientássemos apenas pela Natureza, obedecendo apenas o princípio de não fazer ao outro o que não gostaríamos que nos fizessem?
É, meu amigo, isso por enquanto é utopia. Só seria possível se todos nós fossemos cristãos de coração, compreendendo que Cristo não só lutou contra todas as tradições, questionando as leis de sua época, como exemplificou a tolerância, a aceitação, a compreensão e muitas outras virtudes. Jesus não julgava ninguém, isso estava fora de questão, prova disso foi a passagem da pecadora, preferiu transferir a responsabilidade para aqueles que não tivessem pecado.
Além de não sermos cristao, ainda nos comportamos como fariseus. Não conseguimos subir esse degrau. Dizem que o ocidente é judaico-cristão, mentira! O ocidente é apenas judaico, pois nos comportamos como os judeus de outrora: julgando, condenando, apedrejando, combatendo, enfim, reproduzindo cegamente as programações morais que ensinam.
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus” Mt 5:20.
Lembram dessas palavras? Pois é, há muito tempo já fomos alertados do grande equívoco de nos orientarmos cegamente por preceitos morais e éticos que reproduzem apenas convenções sociais. Está na hora de seguir a própria intuição, ouvir o coração, permitir que o mundo se movimente sem as nossas intervenções, permitir que cada um seja aquilo que é, enfim, deixar de ser ‘normal’ para ser natural.
“É proibido proibir” gritava o cantor baiano. Hoje deveríamos gritar “É proibido julgar”, até que todos os preconceitos e a intolerância que nos governam sejam dirimidos. Chega de conceitos prontos, vamos esvaziar esse copo, vamos nos permitir recomeçar e olhar o mundo sem a contaminação desse programa nefasto.
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