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Como ver a luz que a sua família já é?

Atualizado dia 2/27/2013 4:28:25 PM em Psicologia
por Alex Possato


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Tenho recebido pessoas com histórias escabrosas. A maior parte mulheres, mas também alguns poucos e corajosos homens que topam olhar para suas emoções dolorosas, porque já não aguentam mais a repetição de padrões problemáticos em suas vidas: perdas financeiras, relacionamentos desastrosos, intriga e conflito com colegas de trabalho, falta de energia para a vida, doenças e sintomas repetitivos, enfim, situações que demonstram que em algum momento e lugar, a saúde natural do ser humano foi perdida.

Na constelação familiar sistêmica, entendemos que esses padrões estão relacionados a identificações de pessoas que foram excluídas no passado familiar. Ou a situações que não foram aceitas, comportamentos renegados. Costumo dizer que há um grande "não" para algo do sistema familiar, que segundo Bert Hellinger, o criador desta terapia, não permite nenhuma exclusão. Tudo e todos tem o direito de pertencer no sistema familiar. Explicando melhor: aquele aborto provocado ou não, pertence. Assim como a mãe que abortou. E o ato de abortar. A traição do vovô pertence. E a amante também pertence ao sistema familiar. Como também a esposa pertence. A traição e a dor de ser traída pertencem. Tudo pertence. Lógico: estou dando exemplos polêmicos, para que fique bem óbvio o significado abrangente do "pertencer". E é claro: devido à nossa criação, às regras sociais e à dor que certos atos e pessoas provocam, não aceitamos. Dizemos um "não" bem grande!!!! Nossos antepassados disseram muitos nãos. Muita gente foi abandonada. Muitos atos, principalmente os moralmente condenáveis, foram deixados pra fora, abafados... Até que surge um descendente que, inconscientemente, tem a missão de lembrar que uma pessoa ou fato excluído tem o direito de pertencer. Então ela assume a postura que fará com que ela seja excluída também: fica doente. Quebra várias vezes. Tem inúmeras separações. Não consegue ter filhos. Aborta muito. Abandona. Use drogas, come demais, faz sexo promiscuamente. Em casos mais leves, mas igualmente dolorosos, adota padrões como: sentimento de culpa; confusão mental; vitimismo; agressividade... e assim vai.
Esta é a lógica da constelação. Então, entrevisto estas pessoas para fazer a terapia, mas mal tenho tempo de explicar esta lógica sistêmica. Elas não conseguem ouvir. Tenho visto muitas pessoas relatarem uma infância, juventude e até fase adulta com abusos de todos os tipos. Não sei por que, deve haver uma razão do universo, pois sempre há, né? - tem chegado principalmente mulheres com situações de abusos físicos, sexuais, emocionais e morais. Os pais, padrastos, tios, e outros, fazendo consciente e inconscientemente maldades. Os irmãos pisando uns nos outros, extorquindo, brigando por ninharias. Pessoas se colocando de coitadas e outras agredindo. Verdadeiras guerras dentro da família. E eu, um espiritualista convicto, digo: existe luz em todas as famílias, aqui e agora. Descubra-a. Mas, às vezes, eu mesmo me pergunto: como, diante de uma história tão dolorosa?

Olhar para a dor é o primeiro passo
Nossa educação moral e religiosa ensina que não devemos guardar mágoas, fazer maldades, pensar mal dos outros. Somos ensinados a esconder nossas emoções e a "colocar panos quentes" nas maldades e sofrimentos que tivemos na infância. Isso é um grande erro. Nossos pais cometeram muitos atos - eu diria que quase todos inconscientemente - que feriram. Não somente agressões físicas e verbais. A ausência também fere. A falta de carinho fere. O não incentivo fere. O julgamento crítico e áspero agride. A ironia fora de hora dói. A passividade num momento que exige atitude enfraquece e dá raiva. A proteção de uns e desprezo por outros humilha. Nossos pais fizeram tudo isso e muito mais. E nós, crianças naquele momento, nos sentimos desprotegidos, mal amados...
Na constelação familiar, digo: olhe para isso. Como é. Sem pintar de cor de rosa. Perceba a raiva, a mágoa, a tristeza. Essas emoções também fazem parte. E olhar, em constelação sistêmica, é sentir. Não é um trabalho mental. É verdadeiramente, através da dinâmica, invadir a sensação que incomoda. É deixar que a raiva o domine, claro que com a minha supervisão e cuidado. É sentir o medo. A tristeza profunda. A dureza. A maldade. Agora é o ponto interessante: quem é que sente essas sensações? É você! Portanto, todas estas sensações estão em você, não nos pais, ou antepassados. Isso quer dizer "identificação". Dentro de você estão "rodando" emoções dolorosas, que não tem nenhum sentido no aqui e agora. Através da dinâmica, conseguimos liberar um pouco dessas emoções. E na minha experiência, isso é o suficiente para liberar muitos problemas que estão vinculados com esta emoção distorcida. É importante entender que as coisas que acontecem fora de nós são neutras: não são boas ou más. Cabe a nós, de acordo com a nossa capacidade de se identificar mais com a luz, do que com a sombra, escolhermos como queremos ver o mundo e as pessoas. É bem simples isso. É fácil de entender com a mente. Porém, se suas emoções ainda estão presas a dores, aí você talvez entenda, mas não consiga desapegar da "sombra" . Daí a importância da terapia.

Segundo passo: identificar-se com a luz

Quando você já está aliviado por ter verdadeiramente acessado as emoções distorcidas e as deixado minimamente, através do trabalho de constelação sistêmica, você está mais leve. É o que quase todos os clientes relatam. E nesta leveza, você está pronto para se ver um pouco melhor. A compreensão que a constelação traz, tira a culpa que possa haver contra os pais. E contra o passado familiar. Ao mesmo tempo, faz com que você se reconecte com a força que vem da sua ancestralidade. Permite que você perceba, sensorialmente, todos os dons, força, vida e amor que vem dos antepassados. Geração a geração, como um fluxo constante de energia, subitamente vai tomando posse do seu corpo, da sua mente e das suas emoções. E sua alma começa a vibrar. Nestes instantes que às vezes ocorrem dentro da dinâmica, não há mais mal. Só luz. Só perdão. Só compaixão. E poder. É o momento em que você entende, com o corpo, espírito e mente que só a luz existe, e que tudo o que acontece é uma seta indicando a luz que você já é. A luz que seus pais são. E que sua família é.
Veja que interessante: mesmo não negando toda a dor e sofrimento que seus pais trouxeram a você, existe claramente esta certeza - eles são luz! Pode parecer antagônico, mas é isso o que acontece. Neste momento, o seu passado está enterrado. Os mortos cuidam dos mortos. Seus pais podem descansar, você está liberto das amarras e, devido a eles e através deles, vislumbra a paz eterna que reside em si mesmo. O mesmo passado que, aparentemente o aprisionou, o liberta!

Alex Possato é terapeuta sistêmico e conduz treinamentos em constelação familiar sistêmica. Acesse aqui 



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Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
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