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Conte, não desconte!

Atualizado dia 11/25/2012 5:36:50 PM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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"Não desconte em mim suas raivas", "...suas frustrações", "...a bronca que levou".
Apenas não é dada a devida atenção, mas a freqüência com que as pessoas agem dessa forma é impressionante.
O que leva as pessoas a descontarem, ou mesmo desforrarem suas mágoas em outros e nunca na pessoa causadora dos desafetos sofridos? Antes vamos refletir um pouco sobre a grande incidência desta atitude.
O casal discutiu por qualquer razão, não chegou a um entendimento e cada um saiu irritado com o outro e com a própria situação, na maioria das vezes, ridícula, pois não havia motivos para tamanho conflito. Os filhos que saiam da frente, pois vai sobrar para eles. Qualquer coisa, por mais procedente que seja, será o pretexto necessário para o "descarregar". Daquele que chega ao trabalho frustrado, coitado dos funcionários que cruzarem seu caminho. Vão levar!
O rapaz vai mal na prova e o amigo apenas pergunta como se saiu e lá vem uma resposta atravessada, algo do tipo: "se eu soubesse como fui não precisaria estar fazendo a prova, não acha?". A garota percebe que seu "paquerinha" não está nem aí para ela e o mau humor se instala. Quem chegar perto também leva.

E assim se forma uma cadeia interminável de reações hostis, na qual quem não tem nada com isso "também paga o pato". Mas não pára por aí. Quem foi injustiçado se dá o direito de fazer o mesmo com os que se aproximarem, pois ele também não foi vítima?
E infelizmente, qualquer motivo de desagrado torna-se fator desencadeador de tal comportamento. O cheque que deverá voltar por falta de saldo, logo agora que tudo parecia se ajeitar, a máquina que quebrou, o motor do carro que fundiu, apareceu um vazamento na parede da casa, baixou uma fiscalização na empresa e o temor pela retaliação, a viagem tão esperada e as férias canceladas, o churrasco ao ar livre suspenso porque está chovendo. Inúmeras situações poderiam ser aqui citadas para ilustrar o que estamos tentando expor.

Não é preciso ir longe para perceber que esta é uma reação infantil que nós, adultos, fazemos "questão" de manter. Perdemos nosso próprio referencial. Vejam como a sabedoria popular trata disso, sem nem saber o quanto se está indo ao alvo. Se o comportamento citado é observado num adolescente ou num subordinado, aquele que se sente com autoridade sobre estes diz assim: "Pode parar, mocinho, coloque-se no seu lugar...". O termo "coloque-se no seu lugar" quer dizer "centrar-se em si mesmo".

Uma pessoa centrada identifica os sentimentos e as emoções que uma discussão ou mesmo uma insatisfação qualquer causam e assume isso, não precisando, então, "revidar", "repassar". Uma pessoa madura pede desculpas, sim, mas mais do que isso, procura evitar constrangimentos, pois suas frustrações são tratadas diretamente em seu foco, não envolvendo mais ninguém, desnecessariamente.
"Desculpe-me, não era com você" é educado, mas já feriu. Gentileza atrasada.
É natural a necessidade de se falar sobre o que está incomodando e quanto mais importante é o assunto, maior se torna a necessidade de falar. Compreensível e justo. Então conte, não desconte!

Conversar é isso, é poder falar do que nos é importante sem transferir a carga emocional para nosso interlocutor. Posso e devo falar e revelar as emoções que tal situação despertou em mim, mas sem julgar o outro como responsável por isso, sem repassar para ele, meu ouvinte, tudo o que me atingiu. Dessa forma começamos a compartilhar. E é tão bom quando, ao falarmos sobre nós, recebemos atenção! Mas isso só é possível se quem nos ouve não se sente agredido.
Tratar com cada pessoa o assunto que lhe diz respeito, buscar as soluções, quando elas existem, nos lugares e com as pessoas certas. Não adianta gritar com a esposa porque o gerente não segurou o cheque. A mãe gritar com o filho porque o pai está irritantemente nervoso.
Experimentem e verão que seus dias serão mais calmos e produtivos, e se sentirão, inclusive, mais compreendidos pelos que o cercam.

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