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Desapegue-se dos guardados!

Atualizado dia 10/30/2021 7:33:50 PM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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É bem comum escutar “preciso dar uma arrumada nessa bagunça!”. Há outros comentários muito semelhantes, todos se referindo a tudo que vai se empilhando e consequentemente entulhando nossos espaços.
A capacidade de “guardarmos” coisas é enorme. Com a possibilidade de que iremos precisar disso ou daquilo logo mais, na verdade, mais do que possibilidade é o apego e a dificuldade do desfazer-se, eis que o acúmulo se estabelece.

Roupas, calçados, objetos, inclusive produtos de consumo, “estou aguardando uma ocasião especial”, e eis que começa a faltar espaço, os armários estão lotados, as gavetas abarrotadas dão muito trabalho para fechar ou abrir, “nem abra aí que depois dá um trabalhão para fechar”. Já falaram ou escutaram isso?

Pois este reter não só reduz espaços úteis, como e principalmente vai retendo também uma energia que torna o ambiente pesado, denso.
Não acredita nisso? Entre em um cômodo entulhado, escolha um ponto em que possa parar e sinta o ar como está, marque este ponto.
Remova tudo que é desnecessário e não está sendo utilizado e limpe o local. Volte ao ponto marcado e sinta-se novamente nesse novo ambiente.
Perceba agora a leveza do ar que respira.
Não é apenas a limpeza do pó acumulado, o ar é diferente, podemos dizer que esse ar foi limpo também, as energias do local se renovaram.

Assim como a limpeza e o abrir espaços eliminando o que não mais é útil em nossos recintos, sejam do lar ou trabalho, que tal falarmos dos nossos guardados interiores?

Quantas mágoas, ressentimentos, tristezas, raivas estão retidas em nós?
Pois saibam que também estamos guardando emoções que em nada nos ajudam, apenas nos pesam e nos fazem mal, inclusive transformando-se em males físicos.

Vai retirar um móvel pesado para desfazer-se dele? Dá trabalho, não é? Também emoções que nos marcaram podem ser de difícil remoção, exigirem esforços, mas plenamente possíveis de serem removidas. E quando conseguimos, vem uma agradável sensação de bem-estar, mesmo que haja um sentimento de vazio. Antes o vazio limpo do que o preenchido doloroso. Quando há espaços, poderemos preenchê-los com o que nos é mais benéfico.

Assim como os produtos perecíveis que são guardados para ocasiões especiais, e que nunca usamos, há sentimentos existentes que não demonstramos e que ficarão desperdiçados em nós, pois orgulhos, descasos e desatenções não os liberam.

Cuidado, pode ser que quando percebamos, não exista mais a oportunidade para tal.
Texto Revisado

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