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EDUCAR: BENEVOLÊNCIA E FIRMEZA

Atualizado dia 4/16/2008 4:28:51 PM em Psicologia
por Euckaris Guimaraes Mendes


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Conta uma lenda chinesa que certa vez achava-se Confúcio, o grande filósofo, na sala do rei. Em dado momento o soberano, afastando-se por alguns instantes dos ricos mandarins que o rodeavam, dirigiu-se ao sábio chinês e lhe perguntou: "Dizei-me, ó honrado Confúcio. Como deve agir um magistrado? Com extrema severidade a fim de corrigir e dominar os maus ou com absoluta benevolência a fim de não sacrificar os bons?"

Ao ouvir as palavras do rei o ilustre filósofo conservou-se em silêncio. Passados alguns minutos de profunda reflexão chamou um servo que estava por perto e pediu-lhe que trouxesse dois baldes, um com água fervente, outro com água gelada. Havia na sala, adornando a escada que conduzia ao trono, dois lindos vasos dourados de porcelana. Eram peças preciosas, quase sagradas, que o rei apreciava muito. E com a maior naturalidade ordenou o filósofo ao servo: "Quero que enchas esses dois vasos com a água que acabas de trazer, sendo um com a água fervente e o outro com a água gelada!"

Preparava-se o servo obediente para despejar, como lhe fora ordenado, a água fervente num dos vasos e a gelada no outro quando o rei saindo de sua estupefação interrompeu-o com incontida energia: "Que loucura é essa, venerável Confúcio! Queres destruir essas obras maravilhosas? A água fervente fará, certamente, arrebentar o vaso em que for colocada e a água gelada fará partir-se o outro!"

Confúcio tomou então um dos baldes, misturou a água fervente com a água gelada e com a mistura assim obtida encheu os dois vasos sem perigo algum. O poderoso monarca e seus mandarins observavam atônitos a atitude singular do filósofo. Este, porém, indiferente ao assombro que causava aproximou-se do soberano e falou: "A alma do povo, ó rei, é como um vaso de porcelana e a justiça é como a água. A água fervente da severidade ou a gelada da excessiva benevolência são igualmente desastrosas para a delicada porcelana. Por isso é sábio e prudente que haja um perfeito equilíbrio entre a severidade com que se pode corrigir o mau e a benevolência com que se deve educar o bom."

Energia e doçura são medidas eficazes para uma educação bem sucedida. Jesus, o Maior Educador de todos os tempos, sabia dosar com equilíbrio essas duas medidas. Ordenava com firmeza aos Espíritos infelizes que se afastassem de suas vítimas e eles obedeciam prontamente. Falava com ternura aos corações endurecidos e estes se abriam para receber a Boa Nova do Seu Evangelho. Expulsou, com energia e sem violência, os mercadores do templo e perguntou com doçura a Saulo de Tarso na estrada de Damasco: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" Jamais se intimidou diante dos fariseus hipócritas que desejavam confundi-Lo e perdê-Lo, nem deixou de responder com ternura às perguntas daqueles que tinham sede de saber.

Portanto, a sabedoria do Mestre de Nazaré está a nos dizer que a alma humana é passível de ser corrigida e educada, mas que é preciso saber usar a energia e a doçura na medida certa. Essa é a maneira mais correta para educarmos os nossos filhos e a nós mesmos com BENEVOLÊNCIA e FIRMEZA.

Em primeiríssimo lugar, a nós mesmos. Só damos o que temos. Portanto, antes de pensar em educar alguém e principalmente um filho é imprescindível que olhemos para nós mesmos e verifiquemos se aquilo que estamos exigindo de nossas crianças não é uma prática comum em nossas vidas. Educamos muito mais pelo exemplo que pelas palavras, castigos, imposição. Somos observados o tempo todo por nossos filhos que por nos amarem se espelham em nós. Tudo o que fazemos, falamos e pensamos passa a ser norma de conduta para eles. Sim, até nossos pensamentos pois se pensamos de um jeito e falamos de outro, nossa palavra não é verdadeira e não sendo verdadeira não tem força de educar, de mudar, de transformar o outro.

Para educarmos temos que sentir na alma o que ensinamos como verdade, como parte de nós. "Quero o melhor para você, meu filho, por isso dou-lhe o melhor de mim, o que sou, o que faço, o que penso". Esse melhor de nós deve ser educado, aprimorado a todo instante pois não somos perfeitos, mas podemos buscar a perfeição sendo honestos conosco e nos vendo como realmente somos.

A época do “faça o que eu mando e não o que eu faço” já acabou, graças a Deus. Hoje a regra é outra: naquilo que faço quero ser um exemplo do bem fazer para aquele que me vê, seja quem for. Educamos e somos educados o tempo todo pois somos observados e observamos em todos os lugares sendo responsáveis perante a vida, por tudo o que ensinamos e aprendemos.

Quando temos filhos difíceis, teimosos, autoritários, olhemos para dentro de nós pois com certeza somos também assim. E não é porque a criança “puxou ao pai ou à mãe”, não, é o modelo que ela está seguindo. Mude-se que ela mudará também. Sabemos que os nossos filhos e todos nós trazemos conosco ao reencarnar, as nossas tendências, vícios, aptidões de outras vidas, mas passíveis de serem educadas, modeladas pelo exemplo e dedicação dos pais e outros educadores.

Use a energia e a doçura na medida certa. Seja um líder para seu filho. O líder dá para o aprendiz o que ele necessita e não o que ele quer. É preciso saber a diferença, pois o que ele quer pode ser prejudicial para o seu aprendizado e nesse caso é preciso dizer “não”. Isso é ser enérgico.

Seja o seu dizer: sim, sim! não, não! Foi o Mestre que ensinou. Está no Evangelho. É tão sábio, que se seguido na sua verdadeira acepção, todos serão felizes... Quantas vezes precisamos dizer sim ou dizer não para nós mesmos e ficamos indecisos acabando por dizer um “simnão” ou um “nãosim”?

Quer um exemplo? Sabemos que precisamos parar de fumar. O que fazemos? Dizemos não, não quero fumar mais... daqui a pouco estamos fumando; sabemos que não devemos comer algo, pois vai nos fazer mal ou engordar. Dizemos não. Daí a pouco estamos comendo e dizendo "Ah! É só um pedacinho!" Só que não paramos no pedacinho pois o mal, o erro é insaciável, ele quer sempre mais e quanto mais lhe damos, mais ele quer. É assim que nos perdemos. Ficamos à mercê das nossas indecisões, nossa falta de atitude.

Educar é isso. Ter atitude coerente e verdadeira conosco e com o outro.
Hoje, o melhor dia!
17/04/08
Este texto - e muitos outros - estará em breve no meu livro "Educar: Benevolência e Firmeza", em todas as livrarias e no SITE.

Texto revisado por Cris

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