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Eu e a Transcedência

Atualizado dia 7/6/2015 9:15:34 PM em Psicologia
por João Carvalho Neto


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Vivemos em um mundo marcado por um modelo próprio de existir que nos tem sido apresentado desde que nascemos. Nesta história, formamos nossa visão pessoal da vida, mas que não se distancia em muito de uma visão que se apresenta generalizada.
Do ponto de vista da dicotomia espírito-matéria, temos acreditado que a vida se divide em mundo material e mundo espiritual, sobre o que as religiões têm elaborado as mais diversas formas de entendimento, algumas sustentadas em experiências de pesquisa, outras em dogmas que se mantêm vivos pela transmissão cultural.
Não pretendo aqui reafirmar as diversas teorias que trazem evidências significativas sobre a vida espiritual, algumas quase que se caracterizando por uma verdadeira comprovação científica. Os leitores que desejarem encontrarão inúmeros livros sobre esta abordagem. Contudo, apesar de situar minhas convicções na continuidade da vida após a morte, em mundos ditos espirituais, quando trago aqui uma reflexão sobre a transcendência, pretendo ir mais além. Não apenas uma transcendência que permaneça na imortalidade da alma, mas uma transcendência que se apresenta nas incontáveis possibilidades de se aferir e interpretar a matéria e a vida tal qual nós a entendemos.

O Físico alemão Werner Heisenberg, formulador do princípio da incerteza, afirmou: "O que nós observamos não é a natureza propriamente dita, e sim a natureza exposta em nosso método de questioná-la".
Este conceito expressa a ideia de que a profundidade e complexidade da aferição da realidade depende dos instrumentos que utilizamos e dos referenciais de julgamento que trazemos. Nossos instrumentos se limitam aos cinco sentidos físicos –a intuição como sexto sentido está em vias de uma manifestação mais plena– e os referenciais de julgamento têm sido as aprendizagens que fizemos ao longo de nossa vida atual e de nossas vidas passadas. Ou seja, só conseguimos interpretar a vida de acordo com nossa capacidade sensitiva e conforme as “doutrinações” de aprendizagem que temos recebido, de pais, professores e da sociedade em geral.

Com isso, criamos um mundo restrito, limitado, onde incontáveis possibilidades podem estar disponíveis sem que consigamos acessá-las. A Física Quântica trabalha hoje com esta ideia, de que tudo é possível, tudo existe em um universo infinito de possibilidades onde cada coisa se torna real para a individualidade na medida em que ela foca sua consciência na observação de um novo fato. Este novo fato sempre existiu como possibilidade, mas assume significação para o indivíduo quando este se torna consciente dessa existência.
Dentro deste enfoque, até a chamada vida espiritual pode não significar transcendência, porque se a pessoa estiver muito rígida em seus conceitos sobre o que acontece após a morte, ela vai encontrar justamente o que esperava. E esta rigidez não está ligada exatamente ao pensamento consciente mas à força das convicções que se enraizaram pelo inconsciente, como crenças religiosas ou mesmo pessoais. Se você acredita que a depressão que sente faz parte de você, vai continuar deprimido mesmo depois que morrer.

Em regressões a vidas passadas com pacientes, quando lidamos com os momentos de pós-morte, percebemos o quanto estas convicções delimitam uma realidade específica para a vida espiritual. Alguns veem anjos com asas, outros veem espíritos vestidos de branco, outros veem monstros assustadores, em uma diversidade que nem a mente mais criativa poderia supor. Essas experiências são reais? Sim, para aqueles que acessaram as possibilidades que elas eram antes de serem aferidas por seu ato de consciência.
Da mesma forma que se você acredita no bem, na saúde e na alegria, vai encontrar isso no oceano de possibilidades quânticas da vida.
Então, quando falamos de transcendência, precisamos iniciar um exercício de libertação das convicções mais enraizadas, ver a vida para além das aparências e entendê-la em toda a sua infinita profundidade.
Transcender é romper com preconceitos, é entrega para além de toda preocupação, porque tudo que é pré já justifica a existência de um pós.
Transcender é, acima de tudo, perceber-se na sua insignificância diante da complexidade da vida, aceitando e entendendo a existência para muito mais do que tem suposto nossa “vã filosofia”.

João Carvalho Neto
Psicanalista, autor dos livros
“Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal”.
www.joaocarvalho.com.br

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Conteúdo desenvolvido por: João Carvalho Neto   
Psicanalista, Psicopedagogo, Terapeuta Floral, Terapeuta Regressivo, Astrólogo, Mestre em Psicanálise, autor da tese “Fatores que influenciam a aprendizagem antes da concepção”, autor da tese “Estruturação palingenésica das neuroses”, do Modelo Teórico para Psicanálise Transpessoal, dos livros “Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal"
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