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Um olhar sobre o ciúme

Atualizado dia 3/30/2007 3:48:40 PM em Autoconhecimento
por João Caçador Neto


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Afinal, o ciúme é tão ruim assim? Ele está sempre associado ao amor como se costuma falar? Sabemos que muita dor ocorre em seu entorno e quase sempre o que resulta disso é um sofrimento grande seja para quem o sente por alguém, como para quem sofre de alguém essas conseqüências. Mas quando perfeitamente compreendido ele não seria um ingrediente para o crescimento pessoal? Vamos observá-lo um pouquinho e tirar nossas conclusões.

Para compreendermos o ciúme devemos estar atentos a essa sensação que nos envolve, suas causas, nosso papel (sofremos ou fazemos alguém sofrer) e assim por diante, até temos pistas que começamos compreender o ciúme. Paramos por aí? Não! Com esse entendimento podemos agir positivamente sobre ele, que é nossa busca, presumo...

Um passo muito importante é avaliar o ciúme compassivamente, porque em dado momento seremos os agentes causadores do ciúme, e em outro seremos receptores, sofrendo o ciúme. Dependendo do ponto de observação teremos uma visão parcial, e é isso que devemos evitar, daí a necessidade da compaixão. Afinal, não buscamos culpados, mas nos posicionarmos imparcialmente para descobrirmos a essência do ciúme.

O ciúme vem normalmente associado a um ego muito dominante e tem a vaidade, inveja, prepotência, insegurança como representantes importantes. Ele também está muito relacionado com a fantasia, o imaginário, a paixão. O mais curioso é que as pessoas, de um modo geral, o associam especialmente ao amor, embora isso possa ocorrer em algumas circunstâncias. É bom entender que a ordem de grandeza do amor incondicional é infinita e o que tratamos agora é o ciúme gerado de um modo geral e que de modo algum está associado a esse tipo de amor.

Enfim em que momento e como surge o ciúme? Algumas pistas:

O ciúme pode aparecer em qualquer relação que haja a interação com o outro, real ou imaginária. Entretanto, há casos que o ciúme não é demonstrado, o que não impede que ele exista, mas aí o sofrimento sequer chega a ser percebido pelo outro se tornando unilateral. Ele pode estar sendo suavemente observado pela pessoa que sente, sendo compreendido e assimilado sem maiores transtornos. Mas casos intensos, como originados de um “Amor Platônico” podem levar a um sofrimento enorme, mesmo que de modo fantasioso. A ação aqui recai somente em quem está sofrendo sozinho, afinal ninguém pode adivinhar pensamentos...

Ele pode surgir associado à inveja e, conseqüentemente, o medo de perder o “status quo”. Caso típico de uma mulher bem sucedida materialmente, ou muito inteligente, ou muito bonita, estando muito acima do parceiro nesses atributos. Como existe a inveja dessa posição, o parceiro se sente subjugado constantemente e teme ser trocado por um opositor melhor qualificado. Caso típico da baixa auto-estima do parceiro. Nesse caso, investir na auto-estima do parceiro com muito diálogo e ações demonstrativas, talvez o leve ao entendimento. Lembre-se, ele precisa aceitar as diferenças; afinal, quem disse que ele precisa ser como você. O objetivo aqui é o tratamento da inveja e esse ciúme pode não ter nenhuma associação ao amor. Não se descarta a possibilidade de homens competitivos e também exibicionistas, que tem a mulher como um objeto de vaidade, ajam de maneiras similares.

Outro caso muito interessante é quando ele está associado a uma transferência. Quando o homem possui uma visão muito pobre da mulher e um machismo velado. Na verdade, ele trai constantemente o tratamento correto que a mulher lhe dá, e imagina, então, a mulher como não digna de confiança. Teme que o mesmo lhe ocorra, daí um ciúme muito intenso; mas é apenas dissimulação, obviamente muito longe do amor.
Aliás, questão muito associada ao ciúme está o machismo latente. Ele recorre à opinião do meio social para a satisfação do ego. Não que necessariamente o homem ame a mulher, mas a simples possibilidade de ser trocado por outro, e sua ex-mulher estiver mais feliz com o próximo companheiro o tornaria vítima de chacotas no meio social. Para o homem egoísta isso seria fatal, então ele mantém a relação degradada através de uma simulação de ciúme.

É bom lembrar que, de alguma forma, o ciúme está associado a uma sensação de perda, (apenas a sensação), porque na verdade ninguém é dono de coisa alguma, exceto sua responsabilidade para a evolução de seu eu interior. Entretanto, em alguns momentos é você quem sofre, e em outros faz sofrer. Precisamos estar conscientes sobre essa questão, porque muitas vezes damos claros motivos deliberados ou não, que desencadeiam sofrimentos no próximo. Percebemos isso quando provocamos o ciúme em uma pessoa para certificar que a mesma nos ama, isso desnecessariamente. Também para conquistar alguém ou para punirmos alguém que nos tenha machucado. Não esqueçamos que isso é exatamente aquilo que não gostaríamos de receber. Cadê a compaixão?

Exemplo típico acontece no amor fraterno, quando os pais deixam claro suas preferências (isso não é incomum). Poderiam dizer que o ciúme sentido por um filho preterido é ilegítimo? Como explicar isso a uma criança, por exemplo? Notem que aqui há uma grande sensação de dor sentida pelos filhos (sensação justa, que fique claro, pois realmente o respeito não existiu, e então não teria faltado amor?). Onde está a compaixão? Confesso que ainda não consegui conceber a idéia do amor sem a compaixão.

Para concluir, quando resolvi escrever sobre o ciúme foi dar indicações que ao associá-lo ao amor, como é bastante comum, estaremos agregando um sentimento muito mesquinho a algo intensamente luminoso na sua essência, que é o amor. Não seria o ciúme justamente a falta do amor? Portanto, quando estivermos envolvidos com esse sentimento, e por certo estaremos, devemos trazê-lo à consciência e refletirmos compassivamente no melhor caminho a adotar, no objetivo único de diminuir ao máximo a dor que esse sentimento nos traz e àqueles aos quais podemos estar fazendo sofrer...

Grande abraço a todos!

Texto revisado por: Cris

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