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Filhos adotivos, pais adotados?

Atualizado dia 10/30/2012 3:10:51 PM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Muito se pergunta o que leva certos pais a abandonarem seus filhos, onde está o sentimento dos mesmos em relação àquele que colocaram no mundo e agora deixaram ao "deus dará"?
E estas crianças, como ficam frente a si mesmas e ao mundo? Assunto aparentemente delicado para se abordar, mas que na realidade tem mais de desconhecimento, pois o constrangimento impede as pessoas de tratá-lo com a transparência e objetividade que o mesmo precisa.
Muitos acham que adotar uma criança é assumir problemas desnecessários. Outra afirmação também comum é de que os filhos que são adotados serão sempre revoltados e não conseguirão se integrar à família que os recebeu. São generalizações que não procedem. É verdade, sim, que um filho adotivo carrega dentro de si, por certo tempo, um forte sentimento de rejeição, pois por qualquer que tenha sido a razão, ele foi afastado, sem opção de escolha, dos pais biológicos. O que era para ser uma fase natural na vida dessa criança, pode fixar-se e permanecer por longo tempo de sua existência. Mas, se os pais o tratarem naturalmente, sem demonstrações de sentimento de pena, esse estágio será rapidamente superado.

Muitas adoções se devem à impossibilidade do casal ter seu próprio filho. Nada de mais. Ao contrário, é louvável a iniciativa de acolherem uma criança. Mas aqui deve existir um cuidado: o casal não pode ter pena de si mesmo e nem tampouco daquele que acolheram com tanto amor, muito menos transferirem para ele esse sentimento. Muitos pais em função disso passam a superproteger o filho e a partir daí, os problemas que surgem não estão relacionados à adoção, mas sim à forma de educar. Vale também para quando um superprotege e o outro, para compensar, torna-se super enérgico e cobrador.

Há um cuidado a ser tomado e ao qual poucos ficam atentos: que a maior parte dos problemas comportamentais não tem origem na adoção em si, mas sim nos problemas que mesmo pais e filhos não adotivos têm quando o relacionamento, por alguma razão, não é harmonioso.
A insegurança dos pais quanto a maneira de agir e proceder diante de certos impasses é extremamente prejudicial à relação (repito, não só com filhos adotivos), e os jovens então manifestam suas revoltas das mais variadas formas. A autoestima de um filho adotivo só é prejudicada quando seus pais mostram-se inseguros, sem saber o que fazer, como agir. Não só as crianças necessitam de limites e percebem quando eles não existem. Adolescentes também e principalmente, quando sabem que ultrapassaram um dos limites e não foram barrados por seus pais, passam a se sentir não merecedores de atenção e cuidados.
Na década de setenta, um adolescente de quinze anos entrou em estado catatônico quando ao mostrar sua moto nova para um amiguinho, ouviu dele que seu pai jamais lhe daria esse tipo de presente, pois não queria vê-lo morto. O rapaz passou a interpretar o feito do pai, banqueiro abastado, como falta de amor. Meses se passaram para que falasse uma palavra e trouxesse o que lhe amargurava o peito. E ele era filho legítimo na descrição da lei. Digo isso porque existencialmente, a partir do momento que se acolhe alguém em seu lar para uma longa convivência, o acolhido também é legitimamente vinculado aos que o recebem.
O sentimento de rejeição de um adotado é superado com amor e tratamento natural e sem discriminação por parte dos pais. Lidar com firmeza e energia sempre que necessário, assim como cultivar o relacionamento com amorosidade é um dever dos pais, que devem agir assim com todos os seus filhos, independente da origem.
Mas, também é comum identificar filhos adotivos, que ainda não adotaram seus pais.
A pergunta que se deve fazer a eles é: "Você já foi adotado como filho por eles há muito tempo. Quanto tempo mais vai levar para que você os adote como seus pais?". Será que já não passou da hora de retribuir, com amor, respeito e uma relação harmoniosa pelo tudo que já se recebeu?

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