Libertando a alegria




Autor Maria Isabel de Oliveira
Assunto PsicologiaAtualizado em 11/30/2010 7:35:45 AM
Em algum lugar, bem no fundo de cada um de nós, está a criança que era inocente e que sabia que a dádiva da vida era a dádiva da alegria. As crianças pequenas geralmente são receptivas ao sentimento da alegria e, literalmente, pulam de alegria. É raro ver um adulto sentir e agir dessa forma. Dançar pode ser o mais próximo que consegue chegar disso, e é por isso que dançar é a atividade mais natural nas ocasiões festivas. As crianças não precisam de ocasiões especiais para estar alegres.
Os adultos são mais reservados que as crianças em suas demonstrações de qualquer sentimento, o que limita a intensidade de suas sensações agradáveis. Além disso, são sobrecarregados com preocupações e responsabilidades e perseguidos por culpas, o que refreia sua excitação a tal ponto que a alegria nem sempre é vivenciada.
A alegria pertence ao reino das sensações corporais positivas e não é uma atitude mental. Quando os sentimentos são reprimidos, a pessoa perde a capacidade de sentir, que é a depressão. Por outro lado, quando a excitação prazerosa aumenta, decorrente de uma sensação boa, a pessoa conhece a alegria.
Outra visão da alegria é dada em um poema de Schiller, "Ode à alegria", no qual a alegria é descrita como tendo sido moldada a partir de uma chama celestial, com o poder de instigar o botão de flor, de obter o sol do céu, e de "arremessar esferas rodopiando pelo éter sem fim".
Lembranças dolorosas e traumas do passado podem impedir a manifestação da alegria. Consciente ou inconscientemente, passamos a acreditar que não somos capazes de ter uma vida feliz ou não a merecemos, o que pode ser superado, abrindo-nos para uma alegria inteiramente nova.
É natural que processos de separação e perdas, crises financeiras e problemas físicos, doenças, podem nos roubar a disposição de criar uma vida de alegria. São situações paralisantes e quando acontecem, é importante acreditar que nenhum problema é insolúvel e eterno, que aquele momento é passageiro e que inúmeras outras pessoas viveram algo semelhante e sobreviveram.
É fato que ninguém está completamente só, enfrentando problemas sem solução, sempre existe uma luz no fim do túnel. Muitas pessoas bem-sucedidas já passaram por desapontamentos, reveses, se não por completo fracasso. E todo mundo alguma vez na vida já lidou com uma perda qualquer, pois isso faz parte da existência humana. Porém a capacidade de vencer desafios e usar o que nos acontece para o crescimento pessoal também faz parte da condição humana. É normal que durante algum tempo fiquemos inseguros, até mesmo desestruturados, mas acabamos encontrando força e sabedoria para tirar o maior proveito possível da experiência.
Chega um dia na vida em que descobrimos que somos responsáveis por nossa própria alegria. Podemos estar satisfeitos em nosso círculo de relações e com nosso parceiro ou, encontrar um prazer fugaz na compra de um carro novo, uma casa, um grande pacote turístico. Entretanto, o estado de felicidade duradoura não vem de outra pessoa nem de bens materiais. Com o passar do tempo, essas coisas se incorporam e passam a ser sentidas como naturais. Aquilo que adquirimos já não nos dá o mesmo prazer, o que nos leva à compulsão de comprar mais, na ânsia de preencher o desejo de felicidade.
Enquanto não descobrirmos a nossa verdadeira conexão com o sagrado, continuamos tentando preencher o vazio interior buscando os mais modernos brinquedos eletrônicos, o parceiro perfeito, o esporte mais estimulante, o consumismo compulsivo. É evidente que não existe nada de errado com nenhuma dessas atividades, desde que, não as usemos procurando encontrar nelas o sentido da vida, transformando-as em obsessões, vícios e comportamentos autodestrutivos.
Retirado da Monografia "Análise Bioenergética e Espiritualidade: Eis a questão" arquivada na biblioteca da UEMG - FaE- Belo Horizonte. Autoras: Leonila Maria Meinerz, Maria Coely de Matos, Maria Isabel de Oliveira, Maryalle Rabelo Pires Martins, Telma Drumond Carvalho.
Texto revisado
Autor Maria Isabel de Oliveira
Maria Isabel de Oliveira tem formação em Cosmobiologia e Naturopatia, especialização em Fitoenergética e pós-graduação em Análise Bioenergética.
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