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Monstros Sagrados

Atualizado dia 12/11/2011 10:26:03 PM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Vocês já repararam o quanto é comum nos decepcionarmos com pessoas a quem muito amamos? E que para nós, esse amor está demonstrado em nossos gestos, atos, decisões, palavras, enfim, como se passássemos esse amor por "todos os poros"?
O que ocorre, na verdade, é que o que pensamos estar demonstrando de todas as formas, não corresponde à realidade de quem recebe de nós tais atitudes e nem ao nosso real comportamento, pois nosso vínculo com estas pessoas está marcado por uma relação distorcida em nossos sentimentos. Quando a admiração é demais, sentimo-nos ao mesmo tempo extasiados e diminuídos diante delas.
Por nossas carências e fragilidades, temos imensa facilidade em criar monstros sagrados em nossa vida. Tudo em busca do amor do outro e do reconhecimento que nós mesmos não nos damos. Um pequeno entender de rejeição ou não aceitação, uma palavra ríspida recebida como reprovação da pessoa e não do comportamento, são suficientes para estabelecer a necessidade de apoiar nossa auto-estima noutra pessoa, que tenha grande significado para nós.

Esta outra pessoa pode ser, principalmente, nossos pais. Elegemos aquele que por algum motivo sentimos estar mais voltado para nós e, então, tem início o cultivo do que, à revelia da nossa própria vontade ou consciência, será nossa grande dor. E aqui vão os passos da existência de monstros sagrados em nossas vidas. Sagrados porque os colocamos em um pedestal tão alto que "nunca" conseguiremos alcançá-los e monstros porque os tornamos tão grandes que nos sentimos sufocados e pisoteados por eles.

Começa com o estabelecimento de uma admiração que vai à beira da adoração. É a etapa da consagração. Ele (a) é o (a) maior! Ninguém tem os valores que ele (a) possui. Aqui já se inicia o processo de penalização pessoal, pois por mais que façamos, não sentimos ter feito tudo que podíamos, ficamos sempre devedores, pensando que ele (a) "merece" mais, muito mais. Em determinado momento, o processo de cobrança pessoal que nos impomos começa a pesar. Estamos iniciando a segunda etapa.
Acontece, então, o desentendimento da pessoa consigo mesma e depois da pessoa com o "grande ser". As brigas e discussões iniciam-se por tudo e por nada, sem motivos aparentes, o que inclusive leva o adorador a sentir-se ainda pior, pois ao analisar os fatos, não encontra consistência no que gerou o entrave. O relacionamento começa a se tornar insuportável. Ao ponto de não se querer mais o "ídolo" por perto. Manter-se distante dele parece ser a única forma de se poder respirar.

Então, vem a percepção de que nosso "grande ídolo" é "humano". Identificamos uma falha, um erro, uma deficiência qualquer e pronto: A grande decepção se instaurou. Sentimo-nos traídos por ele (a). Tudo que construímos vai por terra e ficamos "sem chão". Nossas percepções se filtravam através dele (a). Nossos valores estavam apoiados nele (a). Traição! Ele (a) não podia fazer isso conosco. Na verdade, nós nos traímos, nos enganamos, quando o (a) colocamos acima do seu "tamanho" normal. Mas esta é uma aceitação muito dura e difícil. Então iniciamos outra etapa: a da rejeição total. Não suportamos mais essa pessoa. No nosso conceito, ela passa a ter as piores qualificações.

O grande desafio é admitirmos que fomos nós que construímos essa imagem e que esses monstros sagrados (na realidade, simples mortais) são responsáveis apenas por terem sido muito importantes para nós. Se algo semelhante está acontecendo no seu relacionamento, pare e reveja: como está sua auto-estima e como você lida com aqueles a quem, de alguma maneira, admira ou idolatra?

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