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Não carregue o velho com você...

Atualizado dia 1/29/2009 12:51:22 PM em Psicologia
por Maria Silvia Orlovas


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Aparentemente todas as pessoas sabem onde nasce o sofrimento. Alguns sofrem por amor, uma boa parcela sofre por conta de desacertos familiares, outros porque não conseguem uma colocação no mercado de trabalho ou ainda porque não têm as condições financeiras necessárias para sustentar o padrão de vida que acham que merecem. Seguindo neste raciocínio parece que temos todas as justificativas necessárias para sofrer. Parece mesmo que não tem outra saída porque quando está tudo errado não há conserto e, por conta disso, nem adianta procurar uma terapia e a solução soa como algo irreal. Será que é mesmo assim que a vida acontece?

Será que não temos uma atitude frente às impossibilidades ou poderíamos mudar de foco? Pensar de um outro jeito, criando um espaço para o novo?
Porém, não podemos esquecer que fazer uma abertura para algo novo exige coragem e desapego. E, infelizmente, tenho visto muita gente apegada ao sofrimento. Não por vontade consciente, mas por repetição mecânica da mesma forma de agir e pensar. Na verdade, muitas vezes a pessoa quer fazer diferente, no entanto, não consegue como no caso que vou usar para ilustrar a importância de uma mudança consciente de padrão.

Roberto, um jovem desenhista, após fazer vários cursos, inclusive no exterior, sentia-se sugado pela empresa em que trabalhava. Recebia um bom salário, embora não se sentisse livre para criar... e, é claro, achava que deveria ganhar mais já que reconhecia em si mesmo um grande talento.
Como ele veio me procurar para um tratamento, não me cabia avaliar se de fato ele tinha um talento especial ou se ele julgava a si mesmo com mais valor do que realmente tinha. Porque isso costuma acontecer quando não temos a consciência expandida. Às vezes, as pessoas ficam tão autocentradas que não reconhecem no mundo à sua volta as capacidades das outras pessoas. Passam, então, a competir até com a sombra e esse comportamento vai gerando tanta insegurança que anula a autoestima. Assim, a pessoa se fecha e, para se proteger, vê apenas aquilo que quer ver. Diz para si mesma que é ótima e que o mundo é que não reconhece o seu talento e esforço... e, seguindo por esse caminho, cai no papel de vítima...
Foi exatamente o que apareceu na história de Vidas Passadas do meu cliente Roberto. Ele havia sido um artista sem o talento reconhecido, criado por pais exigentes que cobraram muito dele. Hoje, ele assumiu autocobrança e não se permitia errar, o que o tornou taciturno na convivência e afastou amigos e relacionamentos, e o trabalho que era o ponto luminoso de sua vida estava pesado e sem a luz da realização.

Como dizer para este moço que ele sofria por ser muito orgulhoso?
Claro que ele se sentindo não respeitado e ferido não conseguia se ver como orgulhoso. Mas era esse desvio que estava atrapalhando tudo. Inclusive, quando conversamos, ele reconheceu que não aceitava críticas porque sentia muita vergonha e raiva ao mesmo tempo. Reclamava também que mesmo tendo mudado de emprego algumas vezes, apesar de ser em lugares bons, a história se repetia... Persistia o desrespeito, a solidão e o não-reconhecimento. Novas pessoas, novas oportunidades e o mesmo comportamento...

O que fazer, então, senão mudar o jeito de agir? Expliquei que era preciso aprender a conviver com as pessoas, ouvir a opinião alheia sem achar que a crítica teria o poder de destruir tudo...
Claro que nem sempre agradaremos a todos à nossa volta e quanto mais você se expõe, mais será alvo de amor ou de crítica, mas a vida é assim... Precisamos caminhar, encontrar com as pessoas e usar as experiências para nos transformarmos porque, de outro modo, teremos que nos contentar com a solidão e a mesmice das mesmas pessoas e paisagens.

Falando do coração: Acho que você merece mais que isso! Então, meu amigo, ouse ser você mesmo, renovando-se sempre, assumindo seus enganos e crescendo com a vida.


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Conteúdo desenvolvido por: Maria Silvia Orlovas   
Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores.
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