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O sexo enquanto vício

Atualizado dia 4/17/2012 8:24:34 AM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Numa época em que a erotização é a opção para se explorar todo e qualquer tipo de assunto, desde a venda de uma fralda até objetos de consumo milionários, só o que se vê estampado em nosso dia-a-dia são a beleza (exterior) e a sexualidade. Nada mais comum esperar que o sexo tenha se tornado o que se tornou: ponto central na busca da maior parte dos relacionamentos.

Tido apenas como um meio de procriação, o sexo foi sendo desmistificado em sua natureza, tornando-se parte integrante e normal de um relacionamento. Complemento do amor e fonte de satisfação prazerosa de uma relação, atualmente é descaracterizado pela banalização e mesmo pela vulgarização do que, por si só, é tão belo e puro.

Não vamos aqui abordar os problemas de parafilias, termo atual utilizado para expressar os transtornos da sexualidade, antes conhecidos como perversões. Mas, sim, refletir um pouco sobre algumas das situações que, apoiadas em tamanha divulgação pornográfica e de caráter sensual, levam as pessoas a um comportamento sexual exagerado, muitas vezes apenas no campo das idéias. A pessoa pode até não praticar, mas "só pensa naquilo!".

O sexo atende necessidades fisiológicas, é também é um meio de obtenção de prazer, e tanto pode fazer bem que, após o ato, atinge-se um estado de relaxamento quase que total. Alguns homens são tomados pelo sono e as mulheres, em geral, querem conversar descontraidamente, pois sentem este momento como propício para a troca de confidências. Para muitos casais, este desfecho acaba por gerar desentendimentos. "Ele só quer fazer, depois vira pro lado e dorme". Alguns buscam no sexo apenas o prazer que relaxa, como se esta fosse a única forma de se descontração. Para a mulher também é relaxante.

Algumas pessoas vêem no sexo a aceitação pelo outro da sua pessoa, aceitação esta que não sentem nas relações pessoais (estamos falando da auto-estima). Aí, buscam provar para si mesmas que são queridas através das conquistas. Preenchendo carências, passam grande parte de sua existência contabilizando os encontros sexuais, mesmo que estes lhes tragam um vazio muito grande. O prazer alcançado não elimina o grande vazio interior e mesmo o estado depressivo que tais encontros acabam por provocar. Tal qual o vivido na ressaca etílica ou no retorno de uma "viagem" pelo mundo das drogas. Em todos estes casos, o custo do retorno sempre é maior do que o benefício atingido pela prática do comportamento. Mas a dificuldade de mudar o quadro vivido é que deve ser observado.

É comum pessoas entregarem-se a uma vida sexual intensa e até desmedida, sem perceberem que estão se agredindo e também agredindo as pessoas do seu meio e às quais amam, mesmo que estas pessoas não tenham conhecimento de tais fatos. O sexo passou a ser um ato de competição pessoal. É comum ver pessoas de ambos os sexos darem maior importância à quantidade de relações tidas em um encontro, do que à qualidade destes momentos. A quantidade de orgasmos atingidos superam a plenitude de um encontro. Depois, efeito ressaca.

O sexo no amor é sublime e belo. Aprofunda a relação entre o casal e propicia um aumento da cumplicidade que transforma dois seres em um só, com a preservação da individualidade. É um ato sublime de entrega mútua.

Ir para a cama logo no primeiro encontro revela, na condição existencial, o descuido e descaso com o que há de mais importante em si mesmo(a). Despreocupação das partes com relação à consideração, ao respeito mútuo, ao carinho, ao afeto, condições básicas para a autopreservação. Cuidado com o amor-próprio e cultivo da auto-estima.

O sexo hoje está sendo visto e praticado apenas pelo atendimento das emoções de cada um, sem se levar em conta o sentimento, estado mais profundo e significativo na estrutura de nossas vidas.

Tenho um amigo que diz: "Paulo, em muitos casos, há mais prazer em cobiçar do que em possuir". A abstração do ato preserva a ambos, cobiçador e cobiçado e trata com prudência um desejo que pode ferir o sentimento dos dois. Vale a pena banalizar, vulgarizar o que é nobre?

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