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Olhar perdido

Atualizado dia 9/3/2012 5:42:12 PM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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É comum observarmos que os jovens não têm as reações esperadas, onde agilidade, presteza e iniciativa se façam presentes. Os mais velhos ficam irritados, dão "broncas", dizem: "não sei onde errei com você", tudo por conta disso: os jovens não dão a mesma importância às coisas que os adultos dão. Para eles, tudo é diferente, tudo é "desencanado", expressão em voga.
Realmente, é irritante você olhar para alguém e perceber o seu olhar perdido, como se não estivesse vendo quem está à sua frente, ou mesmo como se estivesse frente a um ser estranho, que não é compreendido em suas manifestações, ou ainda, demonstrando uma aparente indiferença a tudo que o cerca, tudo que está acontecendo ao seu redor.
Sabemos que as prioridades são diferentes. Sabemos que os focos são diferentes, mas será que os adultos estão tão distantes assim dos jovens e vice-versa?
Os jovens estão em pleno vapor no cultivo de seus sonhos, suas aspirações se fazendo presente e em boa parte das vezes, com a visão de que tudo é possível. Tudo irá se realizar.
Os adultos, muitos já se encontram fatigados, esperanças que não foram possíveis de se concretizar, amargam as frustrações e vivem sobre o desencanto e o desamor gerados pelas perdas desses sonhos, no decorrer do caminho. Caminho de longos anos que se tornaram penosos e ficaram íngremes a cada passo dado.

A pergunta é: como nós, adultos, estamos ensinando nossos jovens a olhar seus sonhos? O quanto não os estamos desestimulando a buscarem o que almejam, pois nossas frustrações falam mais alto e muitos de nós não temos condições de assumir que a maior parte das frustrações se devem a nós mesmos, seja por termos criado expectativas super dimensionadas, seja por termos dados os passos em direção oposta ao almejado. Seja pelas ações erradas, seja pela desistência no meio do caminho, quando se precisavam vencer as dificuldades.
Quando isso ocorre, os jovens se revoltam com os adultos e se afastam deles, pois estão sendo impedidos de sonhar.

Não adianta criticarmos esses jovens e não darmos nada no lugar, apenas querermos que eles se encaixem nos moldes que nos impusemos viver: eles vão "espanar". Ainda bem, pois senão haveria apenas o continuísmo. Se os jovens estão desorientados, mais ainda estamos nós, adultos que não sabemos dar a eles direções viáveis e promissoras. Eis o grande desafio: unir os sonhos à realidade. Não permitir que nossas frustrações e dores interfiram em novos caminhos que serão por eles, jovens, trilhados. Como poderemos dizer: "vá em frente, meu filho", se ficamos frustrados em todas as tentativas de seguir em frente?

Conversava com um jovem empresário, na faixa de 35 anos e dono de uma empresa que tem tudo para dar certo. Ele me contou que irá interromper um tratamento, pois o custo deste está dificultando as finanças e, por isso, resolveu deixar para mais tarde. Questionei-o sobre não deixar de fazer seu tratamento e, concomitantemente, alavancar a produção da empresa, já que isso é plenamente possível. Percebi que ele não consegue perceber tal possibilidade. Fica girando em círculo e não sai do lugar. Observei seu filho de dezoito anos, que fica lá no escritório, olhar perdido e sem fazer a atividade a que se propôs. Vejo seus sonhos se tornarem distantes, pois já tem em seu pai o modelo de dedicação e busca de objetivos.

Uma coisa é certa: os jovens têm boa parte de razão, pois os adultos estão carregados de pesos desnecessários e julgamentos pré-concebidos, baseados em experiências frustradas e mais do que isso, mal avaliadas, pois não identificaram o que os levou ao não sucesso.
Vale lembrar que os jovens e os adultos são as mesmas pessoas, apenas em fases diferentes de suas vidas.
Adultos, acordem! Pois caso isso não aconteça, quando velhos estarão tal qual os jovens, com olhares perdidos. As razões, estas serão diferentes, os primeiros cheios de esperança, os segundos, pensando em todos os erros cometidos enquanto adultos. E a identificação de que a falha mais grave foi não reconhecer em si mesmo as causas desses erros.
Este é um texto apenas reflexivo. Precisamos mais disso: Refletir.

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