Por que o passado dá força?

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Autor Nokomando - desenvolvimento sistêmico

Assunto Psicologia
Atualizado em 2/1/2011 4:21:53 PM


  Eu não o conhecia. Ele se inscrevera para fazer o curso de formação em constelação, e eu o convidara para participar de um trabalho de constelação em grupo, já que ele não conhecia ainda o processo. Identifiquei-me muito com ele, e nem sei exatamente o porquê... Logo que ele veio, percebi que era "dos meus"... roupa estilo indiano, sandália de couro... Um artista e terapeuta... e eu acho que arte e terapia andam de mãos dadas. Entrou na sala onde realizamos o trabalho, e exclamou: meu mestre! Ele estava se referindo à foto do guru Prembaba, no canto da sala, também o guru da minha companheira de trabalho e trainer em constelação, Theresia Spyra. E mestre pelo qual nutro profundo respeito e reverência...

Sim, sincronicidades... Descobrimos outras afinidades... que não vem ao caso falar agora. Mas por que estou falando disso tudo? Bem, a questão é que, durante a constelação onde eu fui o facilitador, em determinado momento notei que ele estava profundamente comovido, tocado mesmo! Lágrimas escorriam em abundância, e depois ele me disse a razão:

- Naquele momento, em que você disse na constelação que o passado dá força, e a reverência aos pais é uma reconexão com as raízes... lembrei de toda a minha trajetória... A saída de casa muito jovem, as brigas e incompreensões com os familiares, e hoje, estou no processo do resgate, da reaproximação... Fiquei muito tocado com tudo isso.

Para quem conhece o trabalho de Prembaba, sabe que ele dá extrema importância ao reconhecimento do amor dos pais, como a única forma de poder acessar um amor maior, que podemos chamar de amor divino. Não há como pular esta etapa. E lógico, entendo que muitas pessoas têm mágoas dos pais, e com razão. Outros se acham melhores, e querem ensinar para os pais como é que se faz... afinal, sabem mais, estudaram mais e se colocam como superiores. Às vezes nem percebem que estão sendo arrogantes, pois tratam bem os pais. Mas no fundo, estão dizendo: eu dou aquilo que eu queria ter recebido! Você vê como é que se faz? Ou, às vezes a idéia é: coitados, eles estão tão necessitados. Eu posso fazer por eles... e então o filho adota a postura de pai dos próprios pais. Isso dá um "pepino"!

Bem, o trabalho com constelação familiar vai pela mesma linha. O terapeuta sistêmico Jakob Robert Schneider diz que "nenhum caminho dispensa a necessidade de tomar em si os próprios pais. Eles não podem nem precisam ser diferentes do que são. Eles se tornaram pais simplesmente porque geraram a criança e lhe deram a vida, não por serem pobres ou ricos, fortes ou fracos, bons ou maus, calorosos ou frios, bons ou mau educadores - nos diversos graus em que julgamos nossos avós, nossos pais e nós mesmos. O que importa para nós é assumir essa vida com amor e com uma força direcionada ao futuro".

Houve um seminário de constelação sistêmica nos Estados Unidos, onde participaram muitos indígenas. Um deles, gravemente deprimido, foi fazer a constelação. Em pouco tempo, o terapeuta notou que a história familiar desta pessoa estava muito perturbada: já não havia mais referências ao povo, às origens, à terra, às tradições. Durante o processo, em determinado momento, foi perguntado ao índio: quantas gerações de seus antepassados preciso colocar atrás de você para que você sinta outra vez a sua força? Ele pensou um pouco e respondeu: sete. E assim foi feito: sete casais foram postados atrás dele, representando os ancestrais. Imediatamente, o indígena levantou os ombros, aprumou-se e disse numa voz potente: isso faz bem! E logo em seguida perguntou: você pode colocar também gerações para frente? E assim foi feito."

Bert Hellinger diz que a nossa função neste mundo é dar continuidade à vida recebida dos nossos ancestrais. Simples assim. A vida pode significar, além dos filhos, lógico, também a transmissão do amor através do seu trabalho, das coisas que você faz pela humanidade,  do dinheiro que você ganha e a forma como você trata os seres humanos e até a nossa mãe Terra. Não é possível amar neste nível profundo se não acolhemos nossos pais, da forma que são, dentro de nós mesmos. Porque aí não temos energia para amar. Estaremos emocionalmente presos a dores, mágoas e sentimentos de culpa. Somos, aqui no Brasil, um pouco como o índio citado acima: temos nossas raízes familiares muito distorcidas, devido à imigração, à miscigenação, escravidão, destruição da população indígena, às mudanças de lugares, e a muita história escondida que ficou para trás e nem temos conhecimento.

Então, tenho que dizer: se você se sente realmente forte, hoje, e está olhando para frente, é porque está com as emoções e a história familiar, internamente, bem assentada. Ótimo! Caso contrário, a vida está lhe concedendo uma grande oportunidade para você se realinhar internamente, emocionalmente, com os pais, com seus antepassados e com suas origens... resgatar a força que vem de suas raízes, e deixar uma poderosa herança sistêmica de amor e equilíbrio, para as gerações futuras.

 

Alex Possato é consultor sistêmico, escritor e diretor do Nokomando-desenvolvimento pessoal e espiritual

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