Menu

Por que somos enganados?

Atualizado dia 12/13/2013 10:21:48 AM em Psicologia
por Alex Possato


Facebook   E-mail   Whatsapp



“A arte de agradar muitas vezes encobre a arte de enganar”
Textos judaicos

Sempre tive muita dificuldade de impor minhas condições. Seja numa relação, quando eu não falava o que realmente eu sentia… ou seja numa negociação financeira, quando eu tinha a impressão de que entraria em confronto ao tentar negociar o que achava justo, e acabava aceitando o que vinha pela frente. Em muitos casos, eu me sentia logrado, em algum aspecto.

Nestes últimos dias, percebi um movimento de algumas pessoas tentando fazer com que eu cumprisse a regra que eles colocaram. E isso me alertou: o que está acontecendo aqui? Justamente agora que estou alicerçando as minhas regras, a minha vontade, que eu acredito firmemente no que faço, vem pessoas que querem fazer diferente…

Então, eu joguei uma pergunta para mim, e compartilho com você, que poderá usar a mesma estratégia: o que sinto, emocionalmente, quando estou numa negociação? E veja bem, querido: negociação pode ser a colocação das suas condições para um determinado serviço que você irá prestar, ou simplesmente decidir se irá ao cinema ou ficar em casa, com o namorado. O que sinto emocionalmente?

Uma das primeiras sensações que eu sentia é: não quero conflito. Eu nego o conflito. Tenho raiva de briga. Eu odeio conflitos!!! Vou dar porrada em quem começar um conflito comigo! Brincadeirinha… mas é também sério. A minha aversão a conflito era tão grande, que eu era capaz de brigar, sair na porrada, quando entrava num conflito. Incoerente, não é? Existe uma lei psíquica que diz: tudo o que eu mais nego, é exatamente o que mais tenho que reconhecer, dentro de mim.

Reconhecer não é um ato fácil. Não quer dizer que você acha bonito o que você tem dentro. Vejo muita gente apedrejando este ou aquele partido. Jogando caca nos corruptos. Sistemicamente, eu não tenho nenhuma dúvida: estas pessoas tem a corrupção dentro de si. E estão negando violentamente. Da mesma forma, eu tenho a agressividade dentro de mim. A raiva. E estava negando. No momento em que entrei em contato com minha raiva, com minha violência, através de vários trabalhos terapêuticos e também rituais espirituais, fui percebendo que a raiva não é ruim. Ela é só uma energia, bastante útil quando usada na hora correta, no lugar adequado. Raiva impulsiona. Raiva é só uma sensação de desconforto com algo, que impele o ser humano para frente.

Mahatma Gandhi dizia: “Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo.”

Um lugar para quem engana, um lugar para os que são enganados

Com a ampliação da consciência que o trabalho interno proporciona, é possível entender que cabem em nosso coração tanto a energia dos que enganam, como a energia dos que foram enganados. Na constelação sistêmica, entendemos que temos no nosso DNA todos os tipos de energia, todos os tipos de atitudes, todos os tipos de caráter, dentro de nós. Isso vem através do sistema familiar. Negar isso, negar as emoções que mais nos provocam, causa o efeito contrário: atraem aquilo que repelimos. Quando eu nego o “ser enganado”, atraio situações onde sou enganado.

Mas estando em paz tanto com um lado, como com o outro, milagrosamente, o “ser enganado” e o “enganador” desaparecem! Porque as emoções em paz, dentro de nós, faz com que vejamos as coisas como elas são: uma negociação é só uma negociação. Às vezes dá certo, às vezes, não. Eu tenho direito de colocar o meu lado. O outro também. Muitas vezes, não é possível um acordo. E tudo bem!

Estabelecendo contratos claros

Se você não colocar exatamente o que deseja, sem se enganar, diante de outra pessoa, a relação está à mercê de energias emocionais inconscientes, que poderão trazer mágoas e dor posteriormente. É melhor usar um tempo para colocar as regras, entender os motivos por detrás das palavras, negociar (e vou dizer uma coisa: tem muita gente que não saberá negociar, e se fechará ao primeiro sinal de transparência que você der) e estabelecer normas, do que ceder sem estar querendo ceder, ou obrigar o outro a engolir o que você quer, sem dar a chance dele dizer o quer.

O rabino Nilton Bonder diz: “… devemos ter verdadeira paixão por eles (contratos). Normalmente, trazemos uma concepção romântica e ingênua para nossas relações de negócios, considerando-se vergonhoso ou desrespeitoso querer descer às minúcias nos acordos escritos ou nos esclarecimentos diante de testemunhas. Muito pelo contrário, esta é a maior demonstração de respeito que pode existir. Já mencionamos que agir de outra maneira é como ‘colocar um obstáculo na frente de um cego’. Casamentos não terminariam, famílias não brigariam, e sociedades não seriam desfeitas, não fosse por contratos desleixados”.

Vou dizer uma coisa: tive que aprender a amadurecer para ter a firmeza de determinar meu ponto de vista. Ainda estou aprendendo. Tenho flexibilidade, mas sei o que quero e defendo o meu ponto de vista. Antes, agia como um bambuzal ao vento: para que lado o vento soprasse, eu me dobrava. E sofria, porque, lá no fundinho, eu queria ir para um determinado ponto, mas deixava as pessoas e as situações me levarem para outro. Então, ficam as três dicas principais:

a)      Descubra, olhe para elas e entre em acordo com as partes internas que estão lutando dentro de si. Encontre a paz interna, e externamente, a paz se estabelece;

b)      Perceba o que você verdadeiramente quer, e tome posse! Valide seus desejos e suas regras;

c)       Aprenda a fazer contratos claros.

A resposta para a pergunta,” por que somos enganados?”, é simples, e desafiadora: porque nossa alma precisa aprender a amar aqueles que enganam (que estão dentro de nós) e aqueles que foram enganados (que também estão dentro de nós), e perceber que ambos os lados têm o mesmo direito de pertencer. Enquanto isso não ocorre, não tenha dúvidas: nós também estamos enganando a nós mesmos e ao outro. Mas não se aflija, querido. Estamos no mesmo barco. Este mundo é uma escola, e as lições são para todos. Vivendo e aprendendo, um dia de cada vez!



Texto revisado

Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 15


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

foto-autor
Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Psicologia clicando aqui.
Deixe seus comentários:



Veja também
© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.


Siga-nos:
                 




publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
 
 
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...


 


Siga-nos:
                 


© Copyright 2000-2024 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa