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Quando a vida te dá um Pedala Robinho

Atualizado dia 9/22/2009 8:35:42 AM em Psicologia
por Andrea Pavlo


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"...eu tenho uma porção de coisas grandes para conquistar e eu não posso ficar aí parado..."
                            Ouro de Tolo - Raul Seixas

Ontem foi um dia delicioso. Acordei cedo e fui fazer um exame que precisava e soube dizer não, um não contundente, quando a enfermeira insistiu em usar contraste na tomografia. Eu já tinha conversado sobre isso com a minha médica de confiança, que me garantiu que não precisaria. Depois de um sanduiche rápido, fui para uma sessão de fotos em estúdio. Achei que fosse travar, mas até que me dei bem. Como disse a Andreia, a fotógrafa, eu acabei gostando e até pensando em trocar de profissão.

Depois peguei o meu carro para ir à minha outra médica, homeopata, que cuida da minha rinite alérgica. Atravessei uma Avenida Paulista sem trânsito, apesar da chuva que começava a piorar em São Paulo, e entrei na Bela Cintra. Troquei o CD do Gasparetto por um da Madonna e no meio de um "Hung Up" da diva, senti uma coisa muito esquisita.

Era uma batida forte. Uma onda de força que jogou meu pescoço para frente e para trás e me fez bater a cabeça com força tamanha que comecei a sentir dor imediatamente. Soltei um grito de pavor e, quando voltei de um pequeno transe de cinco segundos, é que me toquei: alguém bateu no meu carro.

Quem já bateu carro sabe que a sensação de "ah?" é incrível. Por alguns segundos, senão minutos, eu não sabia de nada. Só tremia feito uma vara verde e tentava pensar no que fazer. Desci do carro para ver o estrago, que foi grande. O rapaz que bateu saiu do carro atordoado me perguntado se eu estava bem. Ele estava a trabalho, com um carro de empresa, e tremia mais do que eu. Paramos o carro num canto e aí a seqüência normal de acontecimentos nestes casos: CET, delegacia, BO, guincho, etc.

Interessante que eu não fiquei com raiva. Estava feliz de estar viva porque, sinceramente, se fosse um carro maio, eu não estaria aqui para contar a história. Passei algumas horas na delegacia com "a outra parte" e soube que ele tem dois filhos, que o mais velho foi atropelado na semana passada e que é um homem sensível que ama a sua família. No final, quase ficamos amigos!

Ele se culpava. Dizia que estava morrendo de vergonha, que aquilo nunca aconteceu com ele. Sei que sim, a culpa foi dele, pois ele estava atrás e não havia motivo nenhum para uma batida tão feia, já que eu estava parada no farol. Mas enquanto ele falava, eu continuava a notar o quanto eu não estava com raiva dele e nem achando que ele arruinou o meu dia. Eu só pensava "porque eu atrai isso para mim?" 

E  é tão legal quando temos a consciência de que não somos santos e o outro o demônio. Sim, na justiça da Terra, dos homens, existe um culpado e uma vítima. Eu era a vítima e ele o culpado. Mas pensando em termos maiores, bem maiores, eu atrai alguém naquele dia, naquela hora, naquela rua, para me dar um belo "pedala Robinho".

Acordei cedo hoje, pensando em tudo isso. A minha cabeça ferve de idéias e as respostas vieram todas de uma vez. Eu precisava mesmo de um destes. Ando tão parada e tão focada em coisa nenhuma que só um dedo de Deus para me fazer ver a vida novamente. Ver que eu poderia sim ter morrido, ou me machucado feio, para não ser tão dramática, assim como podemos morrer a qualquer momento, por qualquer motivo. Mesmo num dia feliz e produtivo como estava sendo o meu! Agradeci a Deus por ter comprado uma bolsa linda no sábado porque, se tivesse me acontecido alguma coisa e eu não tivesse me dado este prazer, seria péssimo! Vi que posso me virar sozinha nestes casos, que posso cuidar de mim mesma, se necessário. Vi que, apesar da violência do trânsito, existem pessoas legais por aí que só estão trabalhando e que, com certeza, não queriam aquele transtorno para si e para mim. Vi que tenho um "montão de coisas grandes para conquistar e eu não posso ficar aqui parado" - parafraseando Raul Seixas.

Talvez esta tenha sido a melhor coisa que me aconteceu ontem. Um alerta para voltar à vida, à minha vida. Sair da inércia e encarar o mundo lá fora, com todos os perigos, com todos os problemas, com tudo que a vida oferece de aprendizado.
A vida é como uma grande escola com matérias optativas. Você pode optar por aprender a viver bem, por aprender a ver o lado bom das coisas, por tirar lições até das coisas mais "trágicas". E eu estou optando por viver intensamente. Mesmo que precise de mais meia dúzia de tapas na orelha.

Hoje preciso ir fazer o tal BO, que acabou não acontecendo ontem por outros problemas. Preciso mandar o carro para o conserto e passar uns dias sem ele. Preciso fazer uma lista daquilo que eu quero prosperar, do que eu quero tirar, do que eu quero organizar. Afinal de contas a vida continua e quero poder fazer a minha parte. 

Setembro de 2009

Texto revisado por: Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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