QUANDO O REFERENCIAL É O OUTRO




Autor ALBA OZZETTI
Assunto PsicologiaAtualizado em 22/08/2012 13:44:03
Somos educados para o outro, e este é o principal problema de nossa educação. Quando o referencial é o outro, nos perdemos de nós e nos tornamos manipuláveis pelos outros, ficando à mercê dos ventos externos e perdendo o controle de nossas vidas, esquecendo que somos o capitão de nossos navios.
Terapia é bom, claro! Pode ajudar? Sim, pode ajudar desde que você esteja pronto para se ajudar também e não a seguir a limitação da opinião do terapeuta. Se, por exemplo, você encontrar um terapeuta que imponha a própria crença de que não é mais seu tempo, que não é possível sozinho, que você tem que aceitar as supostas mortes (que são dele) e acreditar na limitação e negatividade destas afirmações, você estará se deixando levar pelo outro. O outro estará influenciando sua vida e te tornando um dependente.
E, lembre-se! Quem atribui o poder ao terapeuta de te ouvir e supostamente aconselhar é você mesmo. Você pode acha-lo um grande sábio, ou apenas um ser igual a você, com qualidades e defeitos. Tudo dependerá do referencial que você tem de você mesmo em relação ao outro.
No entanto, se o referencial para sua vida for você mesmo, terá maior chance de ser feliz e acertar nas escolhas que são só suas e te pertencem. Afinal, O NOSSO OBJETIVO DE VIDA SOMOS NÓS MESMOS! Comprar uma casa, ter um carro, fazer a viagem dos sonhos, ser doutor, encontrar o príncipe encantado, ser promovido, são apenas necessidades imediatistas para nós, mas apesar de conquistarmos tudo, ainda estaremos procurando por nós e perceberemos que não estamos nas conquistas ou nas pessoas e no que elas pensam.
Uma vez, uma professora em uma aula disse para a classe que somos como cebolas e vamos descascando as camadas durante a vida e no final não encontramos nada, só o vazio. Pensei comigo, quem só vê o vazio dentro de si perdeu sua identidade e se tornou um jarro que se preenche com os outros que a cercam. Mas, e quando estiver só e consigo? O que responderá a si mesmo sobre a famosa pergunta, quem sou eu? Será que ela é só uma professora? Não! Somos muito mais.
Se pensarmos em todos os sofrimentos que já tivemos na vida, descobriremos facilmente que se soubéssemos o que sabemos hoje, a questão teria sido resolvida facilmente. Ou seja, a ignorância é a viga mestra do sofrimento! Quando nos conhecemos é bem mais difícil sermos manipulados por outros, quer sejam vivos ou mortos, e cada um terá a resposta sobre si mesmo.
Quando o referencial passa a ser você não há mais morte! Já pensou nisto? Você se guia pelo que é vivo em você! E para isto, estudar muito e de tudo, ouvir diversas opiniões é fundamental para encontrarmos nossas respostas. Mas há quem diga que estudar é um sofrimento! Mas, como pode ser um sofrimento se é a água que nos sacia a sede, se é a chave que nos liberta das amarras, se é nossa própria libertação que nos aponta o caminho do Amor.
Até o último dia de nossas vidas teremos o que aprender, e com todos. Inclusive o que não fazer, também. Assim sendo, até mesmo para nos submetermos a uma análise com um terapeuta é preciso certo conhecimento de si e maturidade para não se deixar influenciar pelas induções que nos sejam indigestas.
Ouvir a opinião dos outros é bom, mas é preciso conhecer a si para saber ouvir, inclusive as histórias que contamos sobre nós mesmos. Ouvimos do garçom as opções dos pratos do dia, mas há dias que só uma saladinha basta. E temos que nos conhecer para saber dosar o que pode entrar ou não em nós. O referencial tem que ser você, mesmo vivendo em uma sociedade. E se você não encontrar em você mesmo, onde poderá encontrar?
Existe alguém que te conhece mais do que você mesmo? Uma hora de conversa é suficiente para contar quem você é? O significado que você atribui às palavras é o mesmo entendido pelo outro?
A autêntica intervenção dos terapeutas é a de despertar em você a vontade de aprender sobre você mesmo. Contribuindo assim, para despertar o prazer de estudar para sempre, a si e ao mundo que o cerca, fazendo de você o seu próprio referencial, um ser livre, que após descascado das crenças, valores sociais, regras e limitações, encontre na sua essência a capacidade de compartilhar o Amor, dando continuidade ao outro e não competindo, criticando, julgando ou submetendo-se a ele.
E, quando o referencial é você tudo muda, porque provoca grandes transformações no Ser, pois na presença do Amor, tudo muda. E é esse Amor essencial o referencial que devemos manter aceso nas crianças, e em nós, pois nos é inato e são as imposições sociais que nos distanciam dele.









Alba Ozzetti é psicopedagoga e neuroeducadora e atende aos distúrbios de aprendizagem da infância e da juventude. ABPp 12.607 Atendimentos: [email protected] Seja benvindo! BROOKLIN & LAPA - S.P. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |