Tempo de Travessia
Atualizado dia 7/1/2014 12:06:54 AM em Psicologiapor Paulo Tavarez
Toda experiência de cada instante é unica. Em cada segundo acontece um diálogo entre a sua consciência e o Universo. Mesmo que esse Dínamo que trabalha a favor da nossa expansão encontre obstáculos provocados por nossas resistências e teimosias, ele não deixa de atuar. Esse motor primordial aristotélico é o Divino que existe em nós, acreditem, ele não irá esgotar-se, muito menos deixar de cumprir suas prerrogativas evolutivas.
O problema não está em crescer, o problema maior do Ser está em continuar querendo usar as mesmas roupas, sem perceber que elas não servem mais, por isso existe o desconforto.
A dor, o sofrimento, apenas denunciam que precisamos nos renovar, mudar o guarda-roupas de valores e crenças que não respondem às demandas dos novos tempos. Gonzaguinha tinha razão: "Nada se repete sob o sol".
Não podemos continuar dirigindo os nossos carros olhando pelo retrovisor, é preciso olhar pra frente e esse olhar pra frente significa entender o presente para poder caminhar nessa estrada sem fim da existência de forma mais tranquila.
Até quando estaremos respondendo questões novas com ideias antigas? Até quando continuaremos colocando vinhos novos em odres velhos? Por que será que continuamos presos às doutrinas que não conseguem acompanhar a evolução do conhecimento científico, filosófico, cultural e consciencial da humanidade?
O homem precisa buscar a sua liberdade, acordar deste sono hipnótico introduzido pelas religiões e filosofias que não se renovam, deixar o preconceito de lado e mergulhar na experiência do dia (Carpe Diem).
Vivemos, como diria nosso querido Fernando Pessoa, um tempo de travessia, estamos diante de escolhas que são fundamentais para o nosso crescimento.
Chega de buscar respostas prontas nas escrituras, acomodar-se às correntes de pensamento que não se atualizam, ou olhar apenas a letra morta de livros antigos para solucionar questões que a razão tem muito mais recursos para isso.
Não podemos deixar de olhar para novo, estudar a nova física, tentar entender a dupla fenda, aceitar que tudo é partícula e onda ao mesmo tempo, respeitar os avanços da biologia, da psicologia, enfim, de todas as correntes de conhecimento que se renovam e se apresentam sem as âncoras do velho pensamento mecanicista.
É preciso buscar o conhecimento da própria essência interior, ter uma olhar mais crítico de nossa realidade e não aceitar goela abaixo todas as verdades que se revestem de uma aura mística, sob o guante de uma fé cega e indiscutível.
É tempo de travessia.
Texto revisado
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