Uma das conseqüências da baixa autoestima
Atualizado dia 6/2/2013 7:39:21 PM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Quando me deparei com o quadro, levei algum tempo para perceber o que estava acontecendo. Este empresário sofria de algo muito sério: baixa autoestima. Como ele se via de forma muito depreciativa, acabava tendo ações extremamente desestimulantes com os que o cercavam. Mas por que isso? Porque quando a pessoa tem baixa autoestima, atribui a si própria pouco valor e uma das conseqüências é acreditar (inconscientemente) que aqueles que a cercam também são de pouco reconhecimento e merecimento, senão não estariam com ela.
Reparem como isso ocorre e até com grande freqüência. Observem, nos relacionamentos amorosos, como alguém, após dedicar-se incansavelmente à conquista da pessoa amada, após ter conquistado e despertado no outro o sentimento de amor, passa a tratá-lo de forma desinteressada, depreciando-o em suas qualidades e diminuindo a importância dele para si mesmo. Intimamente ela sente que, se a pessoa foi conquistada por ela, que não consegue sentir-se valorizada, importante, então a pessoa conquistada também não o é. Passa a canalizar sua atenção para novas pessoas que ainda não fazem parte de seu círculo. Inicia-se um novo processo de conquista. É o atendimento de sua necessidade de autoafirmação, de provar para si mesmo, a todo instante, que é capaz. Mas normalmente ele acaba frustrado.
Esse movimento gera conseqüências muito danosas, pois normalmente as pessoas que assim são tratadas, começam a questionar seu valor e merecimento e passam a viver uma insegurança pessoal muito grande. É a opinião de alguém importante em sua vida exercendo esse poder. A maioria leva um bom tempo para perceber que o problema não está em si, mas no outro. Alguns se aniquilam, não o percebendo nunca.
Em empresas, quando a rotatividade de profissionais de cargos da importância é comum, podemos prever que existe ali um superior que sofre deste problema. Todos passam a não ter valor a partir da contratação feita por ele. A queixa deste superior tende a ser: "não sei o que acontece. Com os outros eles fazem, mas quando vêem para cá, só dão problema!". Na verdade, quando passam a compor o quadro de funcionários da empresa, deixam de ser escutados e suas idéias nem são devidamente consideradas. Antes mesmo de concluírem suas atividades já ouvem um "não é nada disso", "você não está olhando a situação como ela é" e assim por diante. Ele (o superior) nem deixa que seus colaboradores completem suas exposições.
Muitas vezes os profissionais, por dependerem daquele emprego, acabam se "recolhendo", "acostumam-se" às críticas e destratos e esperam os acontecimentos, que como podemos imaginar, nunca serão satisfatórios. Todos perdem.
E nos relacionamentos afetivos, quanta infelicidade ocupando o lugar de sentimentos que teriam tudo para ser de crescimento e realização!
Para os "portadores" desse estado, há um afunilamento mental, onde não conseguem ver o que está ocorrendo com clareza na ponta estreita desse funil. Tudo é confuso, mas ao mesmo tempo pensam que têm seus sentimentos muito claros em relação aos que os cercam, não conseguindo compreender por que eles podem ter mudado tanto, ou mesmo, onde encontraram bases para tantas reclamações.
Isso acontece com você? É hora de se ver melhor. De se dar a oportunidade de mudar, positivamente, sua vida.
Texto revisado
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