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Vergonha – como superar este sentimento quase inútil no adulto? (o fator mínimo)

Atualizado dia 4/29/2011 2:07:23 PM em Psicologia
por Regis S Mesquita de Oliveira


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A vergonha é muito importante na infância, ela é fundamental para o amadurecimento da personalidade. Este sentimento obriga a criança a direcionar sua atenção para o meio social, pois nesta idade é importantíssimo aprender e se adaptar às regras sociais.

Vergonha, inicialmente, é vergonha dos outros, do que os outros vão pensar ou falar. Vergonha do julgamento dos outros. É uma relação entre o eu e os outros. Quando os valores sociais já estão aprendidos e "dentro" da pessoa (introjetados), a vergonha também será de si mesmo. Portanto, a vergonha serve, na infância, para estimular a adaptação aos valores sociais.
Um garoto chegou para o pai e pediu uma nova mochila. A dele era do Homem-Aranha, o que estava fazendo-o passar vergonha, pois o Homem-Aranha era considerado um personagem de criancinhas e ele queria demarcar que já era pré-adolescente. A vergonha tornou mais forte o sentimento de inadequação do personagem com a nova identidade que ele queria criar. É como se ele dissesse: morro de vergonha de alguém me julgar uma criancinha. Esta vergonha o estimulava a ter comportamentos e interesses diferentes, para se adequar ao que socialmente se espera de um pré-adolescente.

O adulto, teoricamente, já tem sua mente madura, já conhece o meio social, já escolheu caminhos e construiu identidades. Está mais preparado para agir e entender o mundo sem precisar de sentimentos como a vergonha. No adulto, a vergonha deveria se tornar um sentimento muito pequeno e útil somente para produzir algumas poucas vivências sinalizadoras. Porém, não é assim que acontece com a maior parte das pessoas.

Vamos analisar um caso real e aprender como podemos lidar e superar a vergonha. Ela era casada com um homem que adorava a praia. Esta mulher tinha vergonha do próprio corpo e receio da opinião que as pessoas teriam ao verem seu corpo de biquini. Por isto, criava todas as dificuldades possíveis para não ir a uma cidade praiana. Isto gerava conflito entre ela e o marido. Quando ia a praia, sofria muito. O que fazer?

A mente dela funcionava assim: ela negativizava o próprio corpo e por isto queria se proteger, escondendo-o. Durante muitos anos treinou esta solução. Ou seja, fugiu da exposição. Ela optou por se proteger dos olhares alheios, que segundo sua imaginação, iriam lhe julgar negativamente. Fazendo esta opção, ela enfraqueceu a mente e reforçou o condicionamento dos pensamentos negativos.

Um dia começou a namorar e depois casou, com isto o conflito que estava escondido ficou claro. Ela queria acompanhar o marido; mas, acompanhando-o iria sofrer. Ela não queria sofrer, queria se defender/esconder, imaginando que assim iria diminuir seu sofrimento. O caminho escolhido se mostrou ruim e o sofrimento se perpetuou. Ou seja, para evitar o sofrimento ela acabou por ampliá-lo.

A regra da vida é esta: a vida é para sermos felizes onde nós evoluímos e amadurecemos. Onde somos neuróticos, imaturos e pouco evoluídos devemos escolher sofrer. Sofrer no CAMINHO CERTO, na direção correta.

O passo número um é definir o fator mínimo. Ou seja, definir a atitude mínima, a prioridade central, o comportamento melhor e mais adequado. No caso da mulher, o fator mínimo era: "ir à praia e acompanhar meu marido". É isto que deve ser feito prioritariamente. O fator mínimo serve para tirar a pessoa da confusão mental que ela cria ao tentar encontrar opções defensivas que supostamente diminuirão seu sofrer ou seu desconforto.

O passo dois é intensificar a vida. Uma vida intensa é aquela em que nos permitimos viver o que somos e o que cultivamos, sem mentira, sem enganação e sem hipocrisia. Para esta mulher, estar na praia de biquíni intensificava sua emoção e estimulava seu pensamento. Esta era a verdade da vida dela. Se ela cultivou o que era ruim, naquele momento vai colher o que é ruim. Não adianta se esconder, mentir, enganar, fugir.

O passo três é agregar o que é nobre. O foco desta pessoa sempre foi se esconder, inventar desculpas e cultivar a negativização de si mesma. Ao decidir pelo fator mínimo, ela teve que enfrentar o que cultivou. Porém, na intensidade da vida é que se torna mais fácil cultivar o que é nobre. Vivendo em verdade e em boa direção é possível para ela mobilizar, eliciar e dinamizar todos os sentimentos e pensamentos nobres que irão ser a porta de entrada pela ela superar a vergonha de si. Ela, ao intensificar a vida, pôde dar mais ênfase em se sentir uma boa esposa, uma companheira capaz de enfrentar os desafios da vida, uma mulher digna que se valoriza e controla a vaidade.

O sofrimento, em boa direção, é uma bênção para nos fortalecer e permitir superar os desafios da vida. Devemos em vários momentos escolher sofrer, devemos escolher perder algumas coisas; sofrer e perder em boa direção é fundamental para que o nobre possa aparecer e a evolução possa acontecer.

A vergonha é, então, substituída pela auto-estima, pela compaixão por si mesmo, pelo carinho e pelo cuidado por si. O resultado é uma consciência ampliada e fortalecida. 

Regis Mesquita é psicólogo e terapeuta de vidas passadas em Campinas. (19) 3236-7511 [email protected]
https://twitter.com/mesquitaregis 

Visite o site Caminho Nobre: https://caminhonobre.com.br/ 


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