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VIDA / MORTE

Atualizado dia 8/3/2008 7:52:42 PM em Psicologia
por Elena Mara de Oliveira Ramos


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Quando minha tutora da formação em Tanatologia me pediu que escrevesse meu conceito de morte, confesso que pensei: "Nossa! Vou conceituar o que estou vivendo! Sou espiritualista, já fiz diversas leituras sobre o assunto, vai ser relativamente fácil." Peguei o papel para escrever e era muito DIFÍCIL COMEÇAR! Era muito complexo conceituar. Aconteceu um impasse incrível! Os motivos da dificuldade eram os mesmos descritos acima como facilitadores.

O que antes eram conceitos duais e complementares, hoje apresentam-se como uma unidade, misturados, envolvidos no meu luto, tristeza, transformação e busca de resolução. Resolvi, então, ficar em silêncio e escrever o que viesse à mente escapulindo do meu coração.

O QUE É MORTE PARA MIM?

É o fim, é o início... É a contradição que complementa paradoxos viáveis: VIDA - MORTE. É o ETERNO começo e recomeço. A morte para mim é constante passagem de ir e vir, fluxo e refluxo, é a demonstração clara e natural da temporaneidade de tudo e de todas as coisas. É transformação e traz a dor absoluta da impermanência, de existirmos apenas em nós mesmos, no momento presente.

Vida e morte para mim não são dois lados da mesma moeda, mas moeda de um lado só, se é que isso seja possível! É a UNIDADE. Nesse paradoxo vivo a dor e redenção da minha existência no AGORA.

Descobri no coração o que sabia pela razão. Para mim viver só é possível pela existência da morte e morrer constata a manifestação da vida. É assim que hoje eu vejo e sinto a morte.

Foi esse o aprendizado que obtive me deparando com a morte do meu pai; percebi que ela sempre esteve ali, no meu viver, em todas as minhas escolhas, no meu dia-a-dia, no meu cotidiano, minutos e horas. SEMPRE!

A vida passa pela destruição e a regeneração acontece. Objetos são aniquilados e o espaço provável se reorganiza. Caminhos são abandonados por novos traçados. Soluções reformulam novas trilhas. Nosso tempo é recortado por desenhos que se reconfiguram num caleidoscópio de sublimações.

A VIDA se disfarça de MORTE e a MORTE disfarçada de VIDA. Uma UNIDADE, uma única experiência por todo o tempo dentro de nós, renovando, renascendo. Hoje abraço o que de real existe e importa nesta ou em qualquer outra dimensão. Foi caminhando com meu pai, sem atos heróicos, apenas junto, cuidando, confortando e enfrentando medos até o fim, que me descobri vivendo um único lado - A VIDA - que também contém a Morte, o luto, a dor, e a tristeza...

O escritor e professor Rubem Alves (que eu adoro) no seu livro "Ostra Feliz não faz Pérolas" escreveu: "Somente aqueles que se tornam discípulos da morte sentem a doçura da vida... Todos os caminhos levam ao mesmo fim. Na vida só há o caminho..."

Obrigada, professor.

Texto revisado por Cris

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