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Catarse e perdão

Atualizado dia 9/17/2013 1:17:50 AM em Vidas Passadas
por Flávio Bastos


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"Essa é a vida que quero, querida: encostar na minha a tua ferida". (Leminski)

Palavra de origem grega, "kátharsis" significa em psicologia, uma descarga emocional associada à lembrança de acontecimentos traumáticos aos quais estariam associados sintomas diversos.

Na Grécia Antiga, Aristóteles atribuía à kátharsis, a função de "limpar a alma", ou seja, através de uma representação dramática, em especial uma tragédia clássica, fazia com que o espectador eliminasse a sua carga emocional acumulada.

Nesta lógica, no processo psicoterapêutico, a catarse é necessária como forma de liberar, purgar emoções reprimidas que causam ao indivíduo efeitos colaterais associados a somatizações e a processos obsessivos que acompanham padrões comportamentais. O termo catarse é também utilizado para designar o estado de libertação psíquica que o ser humano vivencia quando consegue superar algum trauma como medo, opressão ou outra perturbação psíquica. Através de terapias clínicas como a hipnose e a regressão, é possível resgatar as memórias que provocaram o trauma, levando o indivíduo a atingir diferentes emoções que podem conduzir à cura.

Costumo dizer aos meus pacientes, no início de uma interação terapêutica, que a situação é semelhante a um confessionário, embora eu não seja padre, ou semelhante a uma tribuna livre, embora o paciente não seja um político ou orador. Digo isso para "quebrar o gelo" e deixar a pessoa à vontade para expor os seus sentimentos e emoções durante o processo psicoterapêutico. Neste sentido, por uma questão cultural, os homens, diferentemente das mulheres, tem mais dificuldades em exteriorizar as suas emoções de uma forma catártica. No entanto, é na regressão de memória, em estado alterado de consciência, que homens e mulheres conseguem acessar memórias ligadas a fatos traumáticos de suas vidas e liberarem o conteúdo psíquico reprimido através da catarse.

Nos processos obsessivo-espirituais, a natureza humana é a mesma, ou seja, alimentados por sentimentos de ódio e vingança, os espíritos mantém-se ligados aos seus obsediados, sejam estes encarnados ou desencarnados. Quando levados à regressão de memória pelo dirigente da reunião mediúnica espírita, estas entidades acessam situações de vidas anteriores nas quais eles foram os vilões da "história" que envolvia o convívio entre estes indivíduos, onde amor e ódio deixaram as suas marcas nas relações. Contudo, é através do amor que a postura vingativa do obsessor pode dar lugar a emoções que provocam a catarse,  no momento em que sentimentos amorosos, que encontravam-se perdidos nos labirintos do tempo, emergem à luz da consciência pela regressão de memória.

Esta mesma lógica ocorre durante o processo psicoterapêutico interdimensional através da regressão, quando o paciente acessa memórias que representavam o bloqueio de suas emoções associadas à sua dor psíquica. Geralmente, neste momento, ocorre a tão esperada catarse, fator de liberação de um conteúdo psíquico-espiritual nocivo à saúde do indivíduo. Portanto, a catarse é sempre bem-vinda quando provocada com finalidade terapêutica, que poderá levar a pessoa ao desbloqueio de emoções responsáveis pela manutenção de um modelo comportamental que a acompanha há muitas vivências.

O perdão é um processo gradual, lento, doloroso, em que muitas vezes precisamos vivenciar angústia, indignação e sentimentos contraditórios que não podem ser excessivamente reprimidos. Neste sentido, a fé religiosa pode ser ativada como válvula de escape para a pessoa não se dar conta de sua própria agressividade. E perdoar pode se transformar em compulsão a reprimir a agressividade sentida, mediante a ofensa recebida.

As religiões podem funcionar como fuga de uma agressividade mal canalizada, e a pessoa não somente reprime a raiva que sente como retorna a mesma para o seu próprio interior. Uma fé assim vivida pode levá-la à depressão, pânico e até graves doenças psicossomáticas ou, no mínimo, a uma má qualidade de vida.

Perdoar é um processo complexo de libertação emocional e espiritual. Conversar com Deus, o padre, o amigo, o psicoterapeuta, com o agente da dor, tudo isso pode fazer parte deste belo, doloroso e lento processo. Silenciar, negar, sufocar a raiva ou a mágoa que o acontecimento provoca são as piores soluções, por isso, não ajuda a elaborar o acontecimento e realmente se livrar e aprender com a situação.

Perdoar, portanto, exige uma prévia liberação do conteúdo agressivo que envolve as emoções oriundas de sentimentos não resolvidos. Neste âmbito da inconsciência, a catarse, ou limpeza da alma, é meio caminho andado na direção do perdão consciente.



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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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