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Aprendendo a lidar com o sofrimento

Aprendendo a lidar com o sofrimento

por Flávio Bastos
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"Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta". (Carl Jung)

Quando se trata de análise do inconsciente, tanto a psicanálise, quanto as psicoterapias ou terapias que resgatam informações da memória extracerebral (vidas passadas), não operam o milagre da cura.

É o sujeito diante de si mesmo e de seu sofrimento, que deve elaborar, lentamente, as mudanças psíquicas que é o objetivo maior de qualquer análise do psiquismo.

É através de insights, proporcionado pela atividade interpretativa do analista -ou psicoterapeuta- durante o processo analítico -ou terapêutico-, que poderá ocorrer as mudanças psíquicas.

O termo "insight" refere-se à compreensão interna, ao discernimento ou à compreensão súbita de um mecanismo psíquico que era desconhecido ou inacessível à luz da consciência.

A "elaboração" informa que a mente do paciente está trabalhando no sentido de integrar sucessivos insights parciais que estão sendo adquiridos no curso da análise do inconsciente.

Portanto, insight e elaboração são indispensáveis e devem fazer parte dos métodos analíticos ou psicoterapêuticos, sejam estes da escola tradicional ou da linha alternativa que trabalha com a perspectiva da investigação interdimensional do inconsciente humano.

Na práxis, a aguçada percepção do profissional deve captar as informações que emergem durante o processo analítico ou psicoterapêutico. Sem a atenção flutuante e permanente, torna-se difícil para o terapeuta ou analista, fazer a leitura da associação livre de seu paciente, ou mesmo, as interpretações necessárias do rico material que emerge das memórias cerebral ou extracerebral de uma sessão regressiva.

Nessa direção, se partirmos do pressuposto de que não existe milagre de cura nessa relação, orientar o paciente a lidar com o seu sofrimento, representa a meta de qualquer processo psicanalítico ou psicoterapêutico que tem como referência a cura como uma forma de amadurecimento através da lenta elaboração psíquica, que permite a obtenção de uma alteração comportamental que leve o indivíduo às mudanças psíquicas estáveis e definitivas.

O caso que abordaremos a seguir revela a necessidade de uma mecânica de trabalho que proporcione ao paciente, condições para que ele processe a sua autocura, ou seja, a cura interior baseada em um melhor nível de compreensão dos mecanismos psíquicos que geram o seu sofrimento.

ABORDAGEM DE CASO

Michel é o resultado de uma experiência muito sofrida com a figura paterna, que deixou-lhe marcas profundas em seu psiquismo. Fruto da relação com um pai severo, distante e dependente de álcool, que bebia e tornava-se agressivo com a família.

Consequência: Michel tornou-se um adulto tímido, com baixa autoestima e com sérias dificuldades na relação de âmbito afetivo. O seu sofrimento levou-o, durante alguns anos, a usar drogas na tentativa de amenizar a sua dor psíquica.

O seu sofrimento, portanto, é real, gerado por traumas psíquicos ocorridos na infância que afetam, consideravelmente, a sua qualidade de vida. A partir dessa realidade fomos em busca de sintonias no seu passado, através da regressão de memória.

No processo regressivo, Michel sente angústia e medo: "Não, eu não quero ver", diz ele, no momento em que aperta os olhos. E bloqueado fica, até entender que deve liberar o conteúdo revivenciado e deixar fluir o seu sentimento associado as emoções contidas.

À medida que libera o fluxo da experiência infantil, ele vê o seu pai caído na calçada em frente à residência da família. Michel se aproxima e "olha" a cena através de sua percepção e sentimentos de uma criança. Pergunto o que ele sente naquele momento. Michel verbaliza: "constrangimento, vergonha".

Na sequência regressiva, com muita dificuldade ele ajuda o pai a se levantar, que colérico, vai cambaleando em direção à casa e desfere um soco em uma vidraça. Os estilhaços do vidro atingem a mão de Michel, que sangra. Alertados pelo seu choro, vizinhos o socorrem, levando-o para casa.

O pai, segundo ele, permanece desferindo murros e chutes na porta de sua casa, na tentativa de fazer com que a sua mulher abra a porta para ele entrar. O episódio é extremamente marcante para Michel. Pergunto o que ele sente naquele momento. Resposta: "medo e vazio".

Termina a regressão em que são destacadas quatro palavras-chave de importante significado para que sejam trabalhadas nas próximas sessões de psicoterapia de orientação psicanalítica: constrangimento, vergonha, medo e vazio (da indiferença e do abandono parental).

Subjacente às palavras-chave, está o sofrimento psíquico relacionado à vida atual de Michel. Palavras, cujos significados levam a interpretações, insights e elaborações, que são imprescindíveis para que Michel aprenda a lidar melhor com o seu sofrimento.

OBS: a verdadeira identidade da pessoa foi preservada.



Texto revisado
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Atualizado em 5/5/2012

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