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Regressão de Memória e Terapia de Vida Passada

Regressão de Memória e Terapia de Vida Passada

por Simone P. Araujo
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Feche os olhos. Agora você irá descobrir tudo sobre seu passado… para resolver seus problemas de hoje… Espere um pouco: resolver os problemas? E só preciso descobrir o passado? Bom, não é exatamente assim...
Antes de mais nada, estamos falando de terapia, que significa tratamento. A Terapia de Vida Passada ou TVP é uma novo método terapêutico, uma nova forma de tratar o indivíduo e seus conflitos. Não se trata de mágica, onde uma pessoa simplesmente “descobre” a causa de algum problema e logo obtém a cura.
Durante seu desenvolvimento, a TVP teve importantes contribuições, de profissionais sérios que se dedicaram à pesquisa e documentação de suas descobertas e experiências, gerando um número considerável de resultados. Há uma lista de livros e autores recomendados no final deste texto, para uma referência mais completa do assunto. Vejamos alguns dos principais pontos na história do desenvolvimento da TVP.

Percurso da TVP – uma breve apresentação

Na década de 60, o psicólogo americano dr. Morris Netherton teve sua primeira experiência de contato com uma vida passada durante uma sessão terapêutica, tendo resultados significativos que o surpreenderam. Essa experiência e outros questionamentos levaram Netherton a aprofundar seus estudos e a desenvolver o método terapêutico da TVP, com o qual realizou durante 45 anos mais de 40 mil sessões. Seu trabalho é considerado uma importante referência para o desenvolvimento da TVP no mundo.

Em 1978, na mesma época em que Netherton publicava seu livro Vida Passada – Uma Abordagem Psicoterapêutica, a psicóloga americana dra. Edith Fiore escreveu Você já Viveu Antes, fruto de investigações e trabalho terapêutico com seus pacientes, após terem tido contato com suas vidas passadas durante as sessões.

A dra. Helen Wambach, uma outra psicóloga americana, realizou regressões de memória para um grupo de 1100 pessoas. Essas pessoas, submetidas à hipnose, recebiam a sugestão de voltarem a épocas determinadas e então respondiam a uma série de perguntas padronizadas. Wambach organizou todos os dados em relatórios e publicou os resultados obtidos nessa pesquisa em seu livro Recordando Vidas Passadas, em 1979. No mesmo ano, publicou Vida Antes da Vida, com os resultados de 750 regressões em que as pessoas eram conduzidas durante as sessões para um período antes do nascimento.

Em 1976, o psicólogo alemão Thorwald Dethlefsen publica A Regressão a Vidas Passadas como Método de Cura, um relato de suas experiências de regressão com pacientes, suas técnicas e resultados.

O psicólogo e filósofo inglês dr. Roger Woolger trabalhava, inicialmente, como terapeuta jungiano. Depois de ter tido contato com uma regressão por hipnose, passou a pesquisar mais sobre a hipótese da reencarnação. Em 1987, publicou As Várias Vidas da Alma, onde explica como a terapia de vida passada tem ajudado as pessoas a lidarem com diversos problemas.

O dr. Patrick Drouot, físico francês especializado em Neurofísica, questinava sobre o funcionamento do cérebro, sobre fenômenos não explicados pela ciência clássica. Entre outros temas, estudou sobre o fenômeno da expansão de consciência  e a regressão de memória em pacientes, em 1988 publicou seu livro Somos Todos Imortais.

Hans Tendam, psicólogo holandês, elaborou uma metodologia própria para a TVP. Como pesquisador da teoria da reencarnação, dedicou-se ao estudo sistemático dos fenômenos paranormais. Em 1993, foi publicado no Brasil o primeiro volume de Panorama de Reencarnação – Uma Investigação Recente e Sua Relação com a TVP, e o segundo volume no ano seguinte. Em 1997 é lançado no Brasil o livro Cura Profunda, onde apresenta suas teorias e técnicas de TVP.

A terapeuta americana Carol Bowman, autora do livro Crianças e Suas Vidas Passadas e Alice Cabral, psicóloga portuguesa que pesquisou e divulga o trabalho da TVP com crianças representam um papel importante na história desta terapia. Bowman explora a questão das memórias que crianças relatam e Cabral tem, em seus atendimentos, casos de regressão que podem ser feita em crianças.

No Brasil, a TVP surge nos anos 80, depois que a psiquiatra dra. Maria Julia Peres e o engenheiro industrial Ney Prieto Peres haviam conhecido e estudado na Association for Past-Life Research and Therapy, de Morris Netherton, nos Estados Unidos. O casal Peres fundou, em 1987, a ABTVP – Associação Brasileira de Terapia de Vida Passada.

Em 1990, foi publicado o livro Terapia de Vida Passada – Uma Abordagem Profunda do Inconsciente, organizado pelo psiquiatra dr. Livio Tulio Pincherle. A obra representa uma valorosa iniciativa de produção científica do grupo de profissionais envolvidos na pesquisa e trabalho da TVP no Brasil.

Em 1994, como dissidente da ABTVP, foi fundada a Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada – SBTVP, pela psiquiatra dra. Maria Teodora Guimarães, que também participou da realização do livro mencionado acima. A instituição promove a TVP através de cursos de formação de terapeutas, palestras e congressos.

Em 1999, surgiu o Instituto Brasileiro de Pesquisa em Terapia Regressiva – IBRAPE-TR, que trabalha com a divulgação da técnica de regressão de memória, além de promover cursos de formação em terapia regressiva, encontros e grupos de estudo.

Atualmente, há um maior interesse por essa nova abordagem terapêutica, tanto por parte do público quanto de médicos, psicólogos e outros profissionais. Outros nomes da TVP, igualmente importantes e que tem contribuído para o desenvolvimento e divulgação desta terapia não foram mencionados neste texto, apenas por ser esta uma breve apresentação.

A terapia: o que é TVP?
Imagine a seguinte situação: você estava realizando uma tarefa e, ao manipular um instrumento qualquer, acabou ferindo sua mão. Você tratou da ferida com um recurso apropriado, até cicatrizar. Era uma situação simples, você tinha um problema, sabia a causa do ferimento, do trauma, e o tratou. Em TVP, trabalha-se com a hipótese de que um trauma do passado continua repercutindo no presente, mas não se sabe exatamente onde está sua causa. Então, utilizam-se recursos para acessar as informações que levarão às causas, para o devido tratamento.

Normalmente, não imaginamos que um problema que vivemos hoje possa ter, como origem, algum trauma no passado. Procuramos formas de resolvê-lo, de entendê-lo e na maioria das vezes encontramos os meios para isso. Mas, algumas vezes só o entendimento ou as formas que buscamos solucioná-lo não se mostraram satisfatórias, ou não tivemos resultados.

As terapias, de diferentes abordagens, em geral oferecem e dão ótimos resultados. Que fique claro: a TVP não vem para substituir ou eliminar quaisquer tipos de tratamento. Entretanto, tem sido um excelente recurso complementar.

Então, voltando à questão da causa do problema: a TVP considera que a origem de um determinado problema possa estar em qualquer momento do passado, seja na infância, na fase inicial da vida ou até na fase intrauterina. A diferença entre esta e as outras abordagens é que na TVP admite-se também a hipótese dessa causa estar antes do nascimento.

É importante ressaltar que a TVP não tem nenhum vínculo com qualquer conceito religioso. Nesta abordagem, trabalha-se com a hipótese de reencarnação, mas não há nenhuma tentativa de se convencer a pessoa a acreditar neste pressuposto para então obter resultados. Conforme diz Morris Netherton, em seu livro Vida Passada – Uma Abordagem Psicoterápica:

“Os pacientes revivem cenas de vidas pregressas com o objetivo de compreenderem certos problemas que os afetam no presente. A terapia não depende da “veracidade” da reencarnação, mas em deixar de lado a questão da veracidade para trabalhar no sentido de sanar os problemas comportamentais do paciente”.

E como é feita a TVP?

Podemos dizer, de forma muito resumida: memórias traumáticas que estão gravadas no inconsciente são relembradas e revividas, a partir da regressão.
Porém, nem todo problema precisa ser tratado com regressão de memória, assim como não se toma um mesmo remédio para qualquer tipo de dor. A regressão é um recurso, é uma parte do processo terapêutico.

Após avaliar as necessidades de se utilizar ou não este recurso (de acordo com o histórico da pessoa, os problemas que ela apresenta, entre outros fatores), o terapeuta elabora induções que facilitam o contato com as memórias inconscientes. Ao relembrar fatos marcantes ou traumas ocorridos, uma forte carga emocional está sendo liberada, existem conteúdos mentais e físicos sendo revividos. Daí a importância do cuidado terapêutico adequado, durante todo o processo. Não se faz regressão apenas para satisfazer uma curiosidade ou para “resolver” o passado.

O psicólogo Hans TenDam explica que um acontecimento que tenha sido traumático num momento passado e não foi digerido, não foi assimilado na época, pode influenciar uma determinada questão no presente. Utilizar a regressão para relembrar o acontecimento traumático e auxiliar na compreensão de fatos relacionados às suas causas promove uma nova visão dos fatos. Durante o processo de revivência, há uma série de intervenções auxiliando no processo terapêutico, para que a pessoa relacione os acontecimentos passados com sua situação presente.

A terapia, como um todo, visa ajudar a pessoa a superar conflitos ou traumas que acarretam sofrimentos. No processo terapêutico, a proposta é que se tenha uma melhora em relação ao assunto que se escolheu para tratar. Conceitos do passado, que costumavam guiar um determinado comportamento e suas escolhas, começam a ser revistos. A tendência é que, com o tempo, novas formas de agir podem ser consideradas, que estejam mais de acordo com o momento atual e com uma nova perspectiva de vida.

A duração da terapia varia de acordo com cada caso, sendo diferente para cada pessoa. Quando se trata de um problema relacionado a sintomas físicos, fobias ou traumas, a indicação para saber se houve uma melhora costuma ser quando há remissão desses sintomas. Se o que está sendo tratado é algum problema relacionado a comportamento ou, por exemplo, alguma dificuldade de relacionamento, a indicação de melhora está associada ao quanto a pessoa vai se dispondo a mudar também, enquanto reavalia conceitos antigos.

Assim, há uma sequência na terapia, uma compreensão maior, crescimento, entendimento que surgem com o tempo. Cuidar dos conteúdos emocionais, físicos, mentais, considerar conteúdos de uma dimensão além do biológico e compreender mais sobre um problema, propor-se a mudar a forma com que vemos e lidamos com um assunto, traz resultados profundos; o que parecia tão difícil de entender ou perceber começa a se tornar mais claro. Quando se tem mais clareza para pensar, fica mais fácil refletir sobre o que realmente é mais importante.

Investigações
Autores já citados como Morris Netherton, Helen Wambach, Edith Fiore, Thorwald Dethlefsen, Roger Woolger, Patrick Drouot, Hans Tendam, Carol Bowman, além de outros como Brian Weiss e pesquisadores brasileiros também citados Maria Julia Peres, Livio Tulio Pincherle, Maria Teodora Guimarães registraram seus estudos em TVP. A experiência destes profissionais tem demonstrado que essa abordagem vem ajudando as pessoas a tratar de problemas diversos. Outros profissionais como Elaine de Lucca, Davidson Lemela, Hermínia Godoy, Milton Menezes, entre outros, têm, em sua experência clínica, um número considerável de resultados positivos, obtidos a partir da TVP.

O psicólogo e neurocientista brasileiro Júlio Peres, do Instituto de Terapia Regressiva Vivencial Peres, fez um mapeamento de ondas cerebrais em pessoas submetidas à regressão (imagens de pesquisa disponíveis no site do instituto: link O resultado demonstrou que as áreas do cérebro mais ativadas durante a regressão foram as áreas responsáveis pela memória e pela emoção. Enquanto isso, a área responsável pela imaginação não estava ativa. A experiência demonstrou que não se tratava de uma invenção ou fantasia dos pacientes analisados.

Investigações relacionadas à reencarnação também têm sido feitas e documentadas. Os nomes mais conhecidos foram o prof. Hemendra Nath Banerjee, que foi Di retor de Pesquisa do Indian Institute of Parapsychology; o dr. Ian Stevenson, professor de psiquiatria e um dos mais importantes nomes da área e o brasileiro Hernani Guimarães Andrade, fundador do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas – IBPP.


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Atualizado em 3/30/2018

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