Ano novo, vida nova?

por Tania Paupitz

Fim de ano passou e com ele se foram as superstições nos dizendo que se, usássemos a cor branca, amarelo ou vermelho, se coméssemos lentilha ou romã, jogássemos flores no mar para Iemanjá, pulássemos sete ondinhas, o Ano seria mais feliz e próspero.

Esquecemos que o ano será melhor à medida que investirmos nosso tempo, procurando pela autotransformação, varrendo da nossa casa mental as mágoas, rancores, desgostos, decepções, amores e amizades não correspondidas, reflexos do velho ano que partiu.

Um passado deve ser deixado para trás, para que novos desafios e oportunidades surjam, trazendo a esperança de dias mais felizes.

A simbologia do ano novo é de renovação e despertamento, como um rito de passagem, porém um EU NOVO, se conquista independentemente do calendário, especialmente, quando buscamos nos renovar por dentro, no quesito sentimentos, emoções e mudanças de comportamentos que, objetivam nosso processo de autotransformação.

ANO NOVO sugere recomeço, início de um novo ciclo, limpeza e decisão firme de alcançarmos um objetivo, um sonho, um projeto de vida.

Literalmente é o adeus ao homem velho, diante do ressurgimento de um homem novo, renovado e moralmente fortalecido por novas ideias e projetos.

O EU NOVO, nasce e renasce deste despertamento interior, no recôndito de nossa Alma, sem festas e sem pessoas celebrando ao nosso redor.

As únicas pessoas que estarão conosco a vida inteira, somos nós mesmos.

De nada adianta uma roupa branca que simboliza a paz, a tranquilidade, a serenidade se estivermos com a mente contaminada por emoções desequilibradas, o coração fechado, não perdoando nosso próximo, praticando a maledicência diante de julgamentos, criticas, apontando o dedo para o defeito alheio, sem olharmos para nossos próprios.

De que adianta oferecer flores para Iemanjá se, no dia seguinte, todos nossos problemas, pensamentos negativos e, hábitos perniciosos como o de reclamar de tudo e todos, voltam a bater a nossa porta. De que adianta comer lentilhas ou romã se continuamos responsabilizando o outro por nosso dissabores, colocando-nos frequentemente na posição de vítimas, coitadinhas.

Acreditar em si, investindo no processo de autoconhecimento demanda persistência, força de vontade e, acima de tudo compaixão pelo nosso próximo, poerdoando, sempre que possivel , aquele que nos feriu ou ofendeu, afinal, quem somos nós para julgar o outro?

Importante lembrarmos que, somos todos seres humanos imperfeitos, vivendo uma experiência de transitoriedade pelo Planeta Terra e, quando vibramos na arrogância ou na prepotência achando que somos melhores do que os outros, o significado do ANO NOVO torna-se uma simbologia vazia e sem sentido.

Desejo a todos que leem meu artigo, um ano muito feliz, lembrando que a verdadeira felicidade reside dentro de nós, basta cultivá-la e ela crescerá, atrofiando os sentimentos que nos deixam infelizes. Se dermos prioridade ao perdão, à compreensão, à caridade, ao invés do orgulho, da vaidade, ambição, melindres, não haverá espaço dentro de nós para a todo e qualquer tipo de negatividade.
Texto Revisado