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A verdade sobre nossa infância IV

Publicado por Rosemeire Zago em Corpo e Mente

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Tenho escrito muito sobre a importância dos acontecimentos da infância, mas você já parou para pensar sobre tudo que vivenciou e sentiu nos seus primeiros anos de vida? Muitos dizem que não se lembram. Claro que isso acontece por pura defesa, pois quando buscam um processo de autoconhecimento, essas lembranças até então reprimidas, começam a ser lembradas. Um exemplo muito claro de como o sofrimento vivido está registrado em nossa psique é observar os sonhos, doenças e/ou sintomas. Eles podem dizer muito sobre seus primeiros anos. Mas em geral calamos nosso sofrimento e reprimimos nossos sentimentos, como se isso fosse o suficiente para nos libertar da dor que sentimos, seja física ou emocional, e nos levasse a cura. Puro engano! Quanto mais negamos o que realmente sentimos, mais doentes ficamos.

Quantos de nós ainda guarda o sofrimento daquela criancinha pequenina e indefesa, que nem sabia falar, que dependia totalmente dos adultos que dela cuidavam e foi deixada sozinha com suas dores que mal sabia expressar? E por que hoje adultos, continuamos a ignorar nossas dores? Por medo! Medo de nos confrontarmos com a verdade. Medo de não suportamos o que nos fizeram sentir. Medo de enxergarmos a realidade e termos que abandonar a idealização que ainda fazemos de nossos pais. Queremos ainda preservar o amor de nossos pais, como se um dia o tivéssemos recebido de fato. Muitos ainda estão esperando que eles reconheçam seu valor, e que demonstrem seu amor. Assim, vivenciamos uma espera que não acaba nunca. E quanto mais esperamos, mais nos machucamos. Quais as sequelas? Transferimos para outros adultos nossa necessidade de reconhecimento, atenção, carinho e amor. E continuamos esperando. Lutamos desesperadamente pelo reconhecimento não nos dado lá na infância. E sequer percebemos a origem.

Mesmo tendo sido abusados quando crianças, muitos adultos continuam se agarrando a imagem do pai e/ou da mãe, como se fossem ídolos. Ídolos que na verdade destruíram sua infância, sua saúde, comprometeram suas escolhas e relacionamentos. Vivemos como se nunca tivéssemos sido surrados, xingados, humilhados, controlados, castigados, envergonhados, apesar de muitas vezes atrairmos pessoas que nos tratem da mesma maneira, ou ainda, nós mesmos continuarmos a nos tratar de tal modo e continuamos a não perceber. Esperamos ser compreendidos, quando nós mesmos não nos compreendemos ao não entrarmos em contato com esses sentimentos reprimidos.

Fazemos isso porque desde pequenos precisamos desenvolver uma estratégia para sobreviver e para nos proteger da dor de ser uma criança que não era aceita como era, que sempre precisava fazer como esperavam que fizesse, que o modo como agia era considerado errado, nunca atingindo as expectativas desejadas. Aos poucos vamos nos afastando de quem somos de verdade, continuamos escondendo nosso verdadeiro eu; e quando adultos, não entendemos o motivo pelo qual sentimos vazio, tristeza, angústia, baixa autoestima, insatisfação.

Quando uma pessoa nos ajuda a identificar nosso sofrimento da infância e os antigos padrões de comportamentos de nossos pais a que erámos submetidos, não nos sentimos mais compelidos a repetir esses padrões cegamente em nós mesmos, nem em nossos filhos, nem em outras pessoas. Hoje, adultos, não somos mais impotentes como a criança de outrora, e podemos oferecer a nossa criança interior proteção, um ouvido atento, para que ela possa expressar e contar sua história. Para realizar este trabalho é importante o acompanhamento de um profissional que possa fazer o papel de uma testemunha conhecedora. Quem pode ser a sua?
Continuarei no próximo artigo.


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Sobre o autor
zago
Rosemeire Zago é psicóloga clínica CRP 06/36.933-0, com abordagem junguiana e especialização em Psicossomática. Estudiosa de Alice Miller e Jung, aprofundou-se no ensaio: `A Psicologia do Arquétipo da Criança Interior´ - 1940.
A base de seu trabalho no atendimento individual de adultos é o resgate da autoestima e amor-próprio, com experiência no processo de reencontrar e cuidar da criança que foi vítima de abuso físico, psicológico e/ou sexual, e ainda hoje contamina a vida do adulto com suas dores.
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