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Tricotar para sentirmo-nos vivos

Publicado por Bel Cesar em Autoconhecimento

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Quando lançamos o foco da atenção sobre uma experiência tão simples como a de fazer tricô ou crochê, ajudamos a mente a desistir de perseguir os estímulos ao nosso redor. Gradualmente, o ritmo de nossos pensamentos diminui. Algo diferente passa a ocorrer: conseguimos sentir o que pensamos! Todo nosso ser se enriquece com isso. Sem falar de nossos relacionamentos, que recuperam o afeto amortecido pelo mundo das ideias que impõe regras e modelos do que é certo ou errado sentir.

A calma gerada pela concentração desencadeia a possibilidade de sentirmos abertura, curiosidade e envolvimento com aquilo que estamos fazendo.

Me lembro de um conselho que recebi certa vez de minha professora de piano, quando tive que tocar uma peça muito acelerada no dia do exame. Já era difícil tocá-la sem errar, imagine diante de uma banca examinadora composta por professores alemães. Tinha 20 anos e estava estudando musicoterapia em Salzburgo. Ao me ver angustiada e insegura, ela me propôs que eu a tocasse muito lentamente, no tempo mais lento que eu pudesse acompanhar do metrônomo musical. A instrução era que eu somente a tocasse no tempo certo na hora do exame. Deu certo!

O fato de agirmos devagar nos permite ser menos reativos. Temos tempo para sentir tanto as experiências mais difíceis como as boas. E nos momentos neutros, a mente aproveita para descansar da atividade sensorial na qual estamos envolvidos.

Tal como propõe a meditação mindfulness: quando permitimos que nossa experiência seja exatamente como ela é, na medida em que ocorre, aceitamos o que quer que surja porque estamos abertos para acolher nossas emoções e pensamentos. Temos tempo para eles. Tempo para estar com eles e absorvê-los. Fazer as pazes com o que quer que surja porque não estamos contra nós mesmos. Cansamos da autocrítica excessiva, da desconfiança contínua e da indisposição interna. Nota após nota, ponto após ponto. Sem pressa porque não estamos nos exigindo chegar logo. Os sons, as cores e a textura da lã criam uma nova composição. O belo surge como um forte atrativo para nos envolvermos mais e mais com o que estamos fazendo. Quando produzimos algo com nossas mãos que consideramos belo, despertamos uma sensação natural de alegria e satisfação: estamos totalmente de acordo conosco mesmos.

Tricotar é bom quando estamos sós, mas também muito gratificante quando estamos com outras pessoas e ainda melhor quando elas também estão tricotando! Vamos tricotar juntos?


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Sobre o autor
bel
Bel Cesar é psicóloga, pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano desde 1990. Dedica-se ao tratamento do estresse traumático com os métodos de S.E.® - Somatic Experiencing (Experiência Somática) e de EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares). Desde 1991, dedica-se ao acompanhamento daqueles que enfrentam a morte. É também autora dos livros `Viagem Interior ao Tibete´ e `Morrer não se improvisa´, `O livro das Emoções´, `Mania de Sofrer´, `O sutil desequilíbrio do estresse´ em parceria com o psiquiatra Dr. Sergio Klepacz e `O Grande Amor - um objetivo de vida´ em parceria com Lama Michel Rinpoche. Todos editados pela Editora Gaia.
Email: [email protected]
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