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Gaslight: violência psicológica

Publicado por Silvia Malamud em Psicologia

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Se você acha que já viu de tudo em matéria de sedução, atente ao que tem por aí e que pode ainda não saber.

Dentre as violências existentes, certamente a violência psicológica é a mais difícil de se detectar e como existe muita manipulação de verdades como o famoso gaslight*, as vítimas correm o risco de demorarem tempo por demais extenso até terem certeza do que está ocorrendo em suas vidas.
O abuso emocional é uma das formas de violência das mais devastadoras que podem existir na vida de alguém, portanto, o quanto mais cedo se puder saber detalhes sobre a pessoa com quem está se envolvendo, mais garantida fica a proteção em todas as áreas da vida.

No início de uma nova possibilidade afetiva, mantenha um certo distanciamento atentando para não cair numa observação cega, contaminando-se pelas suas próprias paixões e desejos. Como regra geral para se evitar de cair em alguma cilada afetiva, sempre é bom procurar saber tudo o que puder sobre a vida desse outro que está começando a entrar em sua intimidade. Conheça as suas histórias de vida, suas origens, família, meio social e trabalho; esse movimento inicial pode valer a sua vida. Observar com um certo distanciamento tudo o que ele puder contar sobre a sua própria história, sobre as suas ex, se ele fala muito mal das outras, ao mesmo tempo em que se coloca de vítima de suas histórias de vida e, inclusive, se lhe contar da má sorte que teve por ter se associado com pessoas que não foram tão legais, serão fatores importantes para se ponderar.

Atente se as falas e as ações estão de acordo com o clima emocional que vai se instalando no campo da sedução e, se acaso existir algo no ar, que em determinados momentos lhe traz um certo desconforto e, em outros, tudo fica tranquilo, mas ainda em meio a um clima de insegurança, a melhor dica é não entrar de cabeça na relação, enquanto não estiver com mais detalhes sobre quando e como este clima sutil e não palpável se manifesta.

Para os abusadores, logo após o momento da sedução, onde tudo é especial e maravilhoso, começa a fase da desqualificação massiva e do descarte afetivo. Por parte das vítimas, existe dificuldade de perceber o que está acontecendo porque as situações desconfortáveis surgem quando menos se espera, a ponto de ficarem se perguntando o que poderiam ter feito para gerar todo aquele mal clima emocional no parceiro. Logo na sequência, como num jogo de morde e assopra, ficam tensas entrando num esquema de automonitoramento, ao mesmo tempo em que gradativamente vão se sentindo cada vez mais angustiadas e culpadas, com medo de fazerem algo que desarrume os breves momentos de paz, que cada vez serão menores. Com certeza, essa é uma das táticas mais perversas de manipulação emocional que existe, pois vai confundindo e fragilizando de modo obscuro e altamente perturbador. Já ouvi vários relatos de vítimas dizendo que parecia que haviam nos parceiros duas pessoas dentro de uma. A primeira seria incrivelmente legal e bacana em tudo, trazendo a esperança do resgate da paz e da harmonia do início da relação; a segunda, totalmente virada, repleta de mau humor, comportamentos explosivos, ameaçadores e muitas vezes intimidadores.

Ter clareza do que está acontecendo e romper com o silêncio sobre os abusos sofridos não é tarefa fácil de se conquistar uma vez que as vítimas passam por uma espécie de lavagem cerebral que, sequencialmente, vai fragmentando seus psiquismos mediante a inserção de dúvidas sobre as suas próprias percepções.

Para sair desse ciclo tóxico triunfante, a sugestão inicial é a escuta do alerta interno que os mecanismos de sobrevivência sempre insistem em avisar. Na sequência, ativar de modo crítico as lembranças sobre exatamente como foi o início da relação, o que foi falado e as histórias contadas; lembrar detalhadamente de tudo, e o mais importante, recordar como você era antes do relacionamento.
Mesmo que esteja frágil, desesperançosa e triste neste cenário, leve em conta que estes são preciosos sinais enviados pela sua consciência lhe avisando de que está na hora de tomar novas atitudes a seu favor.

O autorresgate e as forças pessoais se ampliam quanto mais lucidez e atitudes em nome da vida ocorrerem.

Ao sentir que algo de muito errado está acontecendo em sua vida, jamais banalize tais avisos. Atitudes de fortalecimento por meio de leituras, conversa com amigos e ajuda terapêutica competente sempre são benéficas.

Conforme as evidências forem tomando corpo, existe total possibilidade de sair desse tipo de relação convicta e, se for o caso, de exercer o direito do não contato. 
Muitas vítimas que estão em relacionamentos tóxicos, e em meio a bastante abuso psicológico, necessitam de ajuda terapêutica para conseguirem se libertar de vez. Em alguns casos, advogados e a lei também podem se fazer necessários.

Sempre é bom lembrar que as manipulações perversas são de difícil detecção, mas não de impossível captura.

*Gaslight: é uma forma de abuso psicológico no qual informações são distorcidas, seletivamente omitidas para favorecer o abusador ou simplesmente inventadas com a intenção de fazer a vítima duvidar de sua própria memória, percepção e sanidade.
Embora o artigo tenha sido escrito na versão feminina, fica declarado que homens igualmente podem ser vítimas da mesma ordem de situações abusivas e passarem pelos mesmos aflitivos contextos emocionais e com as mesmas possibilidades de resgate.


Quanto mais despertos, melhor!


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Sobre o autor
silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

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