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O narcisismo patológico da criança e do adolescente na internet

Publicado por Silvia Malamud em Psicologia

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Na criança e no adolescente, o narcisismo patológico vai se manifestando quando de modo ilimitado fazem de tudo para que seus próprios desejos sejam satisfeitos. Desde o início preconizam que todas as atenções sejam voltadas para as próprias necessidades e gostos com baixíssima tolerância às frustrações, jamais se contentando com o que tem.

Na escola, quando não vão bem em alguma disciplina, culpam professores criticando as suas performances e inteligência ou reclamando de não terem recebido atenção devida.

Por cultivarem uma grandiosidade e um senso de merecimento fora de contexto, muitos não conseguem seguir em frente com estudos ou trabalho, encaminhando-se para serem verdadeiros parasitas familiares. Manipulando a tudo e a todos e se acharem necessário, não hesitando em mentir para gerar culpa se acaso não se sentirem suficientemente providos daquilo que imaginam merecer ou ter.

Em seus lares, absolutamente tudo deve girar em torno deles para satisfazê-los em suas infinitas demandas e quando as coisas não ocorrem a contento e também por conta da baixíssima tolerância às frustrações, costumam ter explosões com ataques de fúria desmedidos, chegando a quebrar o que estiver na frente, sendo nos casos mais graves, a violência física também ocorre em cima de quem estiver por perto, incluído os próprios pais.

As redes sociais, neste sentido, também têm a sua parcela de responsabilidade no desenvolvimento do adoecimento narcísico das crianças e adolescentes: a importância da vida voltada apenas para a aparência perfeita dos selfies é porta de entrada para um looping perigoso. Na era da internet, a regra geral é a espetacularização de tudo o que se mostra, tudo tem que ser belo e magnífico e este é o grandioso passaporte de trânsito desta seara, onde o marketing pessoal é ditado dentro de tais termos. A busca frenética pelo sensacional, pelo status e pelo sucesso pessoal fazem parte dessa indústria de transes coletivos, onde a cada instante se inventa uma nova necessidade imprescindível de compra e de outras infinitas demandas para que se esteja fazendo parte das redes sociais do universo online. Uma falácia que coloca grande parte da humanidade como robôs destinados a sofrerem de faltas fictícias e a comprarem o que a ditadura da internet comanda.

Em meio a toda essa ordenação, sobra pouco ou quase nada de espaço para a construção da subjetividade. O que existe são pseudo vidas voltadas para fora, com ausência de estrutura interna que dê conta de sustentar conexões reais.
Na era da internet, os tempos cronológicos drasticamente mudam de dimensão, tudo o que não é imediato parece lento demais. A palavra paciência inexiste quando apenas mais alguns segundos são necessários. Cria-se o imaginário do êxito sem esforço.

A cultura do cancelamento já é o reflexo da ausência de vínculos estáveis ampliada pela volatilidade das inúmeras redes sociais provocando aceleração massiva versus a paralisação da vida, além de incluir perturbadores sentimentos de vazio e de desconexão. De acordo com a ditadura invisível vigente, o que incomoda, mais do que rápido, deixa de existir sem nenhuma reflexão a respeito.
Como consequência deste momento, muitos jovens não ampliam determinadas redes neurológicas, perdendo a noção de respeito tanto para com os pais, como podem também perder outros tipos de percepções sobre como lidar com a realidade objetiva, desconstruindo regras simples como comer socialmente ou de modo saudável, como também atitudes e crenças de extremismos são normatizadas.
O simples fato de dormir e mesmo ir ao banheiro começam a ser negligenciadas por inúmeros jovens viciados em internet. Portanto, um perigo maior está no ar.

Nesta situação mais do que caótica, os pais além de despertarem para resgatar os seus devidos lugares de autoridade, precisam aprender a dar limites claros, entendendo a linguagem dessa era, uma tarefa desafiadora, mas plenamente possível. A determinação de horários precisos para o uso da internet deve ser observada com bastante seriedade. Se os filhos insistirem em não fazer absolutamente nada ou tiverem ataques de ira (birra) no intuito de manipularem os pais para que estes lhes devolvam a tal alegria proveniente da internet, é necessário que eles se mantenham firmes, oferecendo atividades alternativas e em muitos casos quando possível, participarem de algumas dessas atividades. A ideia é descondicionar estes ritmos ao máximo a ponto dos jovens poderem ter experiências de vida e de prazeres fora das telas. Se os filhos já se encontrarem muito viciados nas redes sociais, é provável que esta mudança de costume seja mais trabalhosa, mas mesmo assim, sempre valerá a pena todo o esforço que for dispendido.

Importante: pais que reclamam de filhos que têm dificuldade para lidarem com frustrações, podem estar dando exatamente o mesmo modelo a eles, se acaso abrirem mão de fazer valer os seus limites por conta das resistências e dificuldades por eles impostas.

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Sobre o autor
silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

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