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Quatro tarefas para amar

Publicado por Bel Cesar em Espiritualidade

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Muitas vezes, quando o amor chega em nossa vida, não sabemos o que fazer com ele. Apesar de desconfiados, calejados por experiências frustrantes, queremos nos dar a chance de apostar que desta vez vai dar certo. No entanto, não basta ter boa intenção: é preciso superar os padrões que nos mantêm presos às frustrações. Sem percebermos, conspiramos o universo contra nós mesmos!

Os mitos são como mapas indicadores dos caminhos que precisamos percorrer para aprender a amar com maturidade. O mito de Psiquê, por exemplo, nos ensina a praticar quatro tarefas necessárias para aprendermos a superar a natureza ilusória do amor romântico e, mesmo assim, levar a vida com paixão. Uma curiosidade: o primeiro registro desta lenda arquetípica data do século II d.C.

O Mito

O mito de Psique e Eros é a expressão do Amor que ocorre entre uma Mortal e um Deus. Na Grécia Antiga, Psiquê era uma mulher que não conseguia despertar a paixão num homem, pois nenhum mortal se julgava digno de sua beleza e todos a cultuavam como uma nova deusa Afrodite. Este fato despertou a ira de Afrodite, que ordenou a seu filho Eros, deus do Amor, que fizesse Psiquê eternamente infeliz.

No entanto, quando Eros viu Psiquê no penhasco, condenada por um oráculo a esperar passivamente por seu casamento com a mais terrível das criaturas, apaixonou-se perdidamente por ela. Levou-a para o seu palácio como sua esposa, sob a condição de que ela mantivesse os olhos vedados sem jamais ver seu rosto. Assim, Psique só se relacionava com Eros no Escuro; na claridade do Sol ele se ausentava.

Quando suas irmãs a visitam e lhe perguntam sobre seu marido, Psiquê o descreve como imagina que ele fosse. No dia seguinte, as irmãs lhe fazem a mesma pergunta e Psiquê se contradiz descrevendo-o de outra maneira. Ao se sentirem injuriadas, elas provocam Psiquê dizendo-lhe que ela está dormindo com uma serpente asquerosa, e que é por isso que ele a proíbe de vê-lo. Este momento do mito revela o lado agressivo e curioso que temos frente aos relacionamentos: quando queremos ver com quem estamos realmente nos relacionando.

À noite, enquanto Eros dorme, Psiquê pega um punhal e, com uma vela, se debruça para vê-lo. Ao se deparar com a mais bela das criaturas, Eros - o seu Amor - ela perde a razão e apaixona-se perdidamente por Ele.

Porém, esqueceu-se de que tinha uma vela nas mãos. Um pingo de cera caiu sobre o peito de Eros, acordando-o de dor. Assustado, ao ver que Psiquê o desobedeceu, deixou-a e pede à sua mãe, Afrodite, que cumpra a sentença do oráculo. Abandonada por Eros, fora de si, Psiquê primeiro tentou se afogar, mas o rio jogou-a de volta à margem; depois, desesperada, começou a andar de cidade em cidade à procura do marido. Acabou chegando ao palácio de Afrodite, que, ainda enraivecida, encarregou-a de quatro tarefas aparentemente impossíveis. No entanto, com a ajuda das forças da natureza, Psiquê foi capaz de cumpri-las.

Eros, enquanto isso, conseguira obter o inestimável auxílio de Zeus. O pai dos deuses interferiu na questão com divina simplicidade: transformou Psiquê em deusa e avisou a todos os deuses que aprovava o casamento dela com Eros. Assim, finalmente, tudo se resolveu: Eros e Psiquê, ou seja, o Amor e a Alma, permaneceram juntos por toda a eternidade.

Na primeira tarefa, Afrodite ordena a Psiquê que organize uma enorme pilha de sementes de tal forma que cada uma delas esteja “em seu lugar apropriado” antes do anoitecer.

Desesperada, Psiquê chora muito. Suas lágrimas atraem um batalhão de formigas que vêm ajudá-la. Esta tarefa nos ensina a primeira etapa para amar: é preciso confiar em nossa capacidade inata de selecionar, analisar, avaliar. Devemos dar vazão aos nossos instintos: escutar frases soltas que eclodem em nosso interior quando contemplamos inocentemente nosso amado. Para classificar, não podemos ter medo de nos separarmos da agradável sensação de estarmos fundidos ao outro.

Esta sensação de bem-estar ocorre enquanto nosso cérebro libera dopamina e norepinefrina, dois dos principais neurotransmissores do organismo. Eles aceleram nossa pulsação e aumentam nossa percepção. A alquimia do amor é uma bênção; no entanto, não podemos deixar que o feitiço se vire contra o feiticeiro. Para tanto, precisamos manter a ordem e a clareza, isto é, saber nos separarmos de nossos parceiros diante de nossas diferenças.

Ao ver o outro como ele é e não como gostaríamos que fosse, não seremos mais tomados pela magia do amor romântico, pois já não podemos nos perder no outro, mas seremos capazes de um amor mais profundo, baseado na dádiva de cultivarmos uma admiração consciente por ele.

Classificar onde sou diferente de você contribui para que a relação se torne mais rica. Neste sentido, a primeira tarefa consiste em não termos medo de ressaltar as diferenças de cada um; do contrário, a relação estaria baseada na auto-anulação de ambos. Nesta etapa, aprendemos a nos separar em prol de uma união complementar.

Atenção: não há porque temer que a atitude de definir suas necessidades o torne egoísta, pois mais à frente será justamente a sua capacidade de estar em dia com elas que lhe dará condições para trocar e somar algo com o seu parceiro.

Aguarde o texto da semana que vem quando iremos refletir sobre a segunda tarefa de Psiquê...


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Sobre o autor
bel
Bel Cesar é psicóloga, pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano desde 1990. Dedica-se ao tratamento do estresse traumático com os métodos de S.E.® - Somatic Experiencing (Experiência Somática) e de EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares). Desde 1991, dedica-se ao acompanhamento daqueles que enfrentam a morte. É também autora dos livros `Viagem Interior ao Tibete´ e `Morrer não se improvisa´, `O livro das Emoções´, `Mania de Sofrer´, `O sutil desequilíbrio do estresse´ em parceria com o psiquiatra Dr. Sergio Klepacz e `O Grande Amor - um objetivo de vida´ em parceria com Lama Michel Rinpoche. Todos editados pela Editora Gaia.
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