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Calar ou falar: Você sabe o que faz a diferença? O valor da validação

Calar ou falar: Você sabe o que faz a diferença? O valor da validação
Publicado dia 4/8/2020 11:35:19 AM em Psicologia

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"Não são os traumas que sofremos na infância
que nos tornam emocionalmente doentes,
mas sim a incapacidade de expressá-los".

Alice Miller

Lembre-se de uma situação que gerou angústia, medo, tristeza, e sem saber o que fazer, você procurou alguém para conversar, queria desabafar um pouco e, assim, organizar melhor seus pensamentos e sentimentos. Mas logo que você começa a contar o que lhe aflige, a pessoa o julga, diz que não deve se sentir como se sente, que é errado... enfim, fará se sentir pior do que já estava, você se cala, e sente que não pode contar com ninguém, fazendo com que se cale cada vez mais, guardando tudo que sente só para si. Agora, imagine essa mesma situação, mas com uma diferença: a pessoa o ouve atentamente, acolhe-o, mostra interesse pelos seus sentimentos. Você conta como se sente, consegue expressar cada vez mais seus sentimentos, e no final, se sente muito mais aliviada, e mesmo que a pessoa não resolva seu problema, o alívio será evidente.

Você já vivenciou uma dessas experiências? Percebeu como a reação a quem buscou, confiou, pode mudar sua própria reação? Será que consegue identificar o que faz a diferença? O que faz com que você fale ou se cale quando busca alguém para compartilhar seus sentimentos?
Quando uma pessoa leva a sério aquilo que você conta e seus sentimentos, damos o nome de VALIDAÇÃO. E isso faz toda a diferença!

Hoje, adulta, você pode, ou não, ter recursos ou ferramentas para lidar com tal situação, concorda? Você pode ir embora, se defender, argumentar. Mas imagine agora isso quando era criança... geralmente os sentimentos não eram considerados, validados. E a criança dificilmente conseguirá se defender, pois não tem recursos para tal, ficando completamente sozinha com tudo que lhe é doloroso. Não ter nossos sentimentos validados desde criança faz com que aprendamos muito cedo a não considerar nossas dores, e nem falar de nosso sofrimento, que muitas vezes começou muito cedo.

Lembra do famoso "beijinho que cura"? Por exemplo, a criança cai, e um dos pais pode dizer: "não foi nada, levanta logo, para de frescura". A criança pode até levantar, mas sentirá que seus sentimentos não foram validados ou respeitados. Muito diferente será na mesma situação se um dos pais disser: "deixa eu ver o que houve, está doendo? Como está se sentindo? Vou dar um beijinho e logo vai passar!" Percebe a diferença? Essa última atitude fará com que a criança sinta que é importante, que seus sentimentos foram considerados e levados a sério. E o que isso muda? Tudo!

Aquele adulto que, quando procuramos, não valida o que sentimos, pode ser uma criança que não teve seus sentimentos validados. Não oferece isso, pois não aprendeu, não recebeu. E mais ainda, quando somos tratados assim desde criança, aprendemos a não validar os sentimentos das outras pessoas e também a não validar nossos próprios sentimentos. Percebe o quanto vai se repetindo e deixando sequelas? Por ser algo aparentemente tão simples nem percebemos que deixam marcas. Mas, infelizmente, deixam!

Você leu a frase de Alice Miller (psicanalista polonesa, 1923-2010) citada no começo do artigo? Esse é um dos efeitos: nossa incapacidade de expressarmos o que sentimos! E não expressar nossas emoções pode nos fazer adoecer. Muitas pesquisas, e minha experiência no consultório, mostram que sintomas deixam de existir quando a pessoa expressa seus sentimentos, mas com uma diferença, com quem os VALIDE.

Ter a possibilidade de comunicar suas vivências dolorosas a alguém que pode contar, que demonstre interesse e compreensão pela sua história e valide suas dores e seus sentimentos, faz toda a diferença! A pessoa que lhe acolhe, leva a sério sua história, seus sentimentos e dores, Alice Miller chama de testemunha conhecedora.

Procure observar se você valida suas dores e sentimentos, ou se os ignora, como se não fossem importantes. Observe também se valida a dor de seus filhos ou com quem convive. Identifique se suas dores foram validadas quando era criança, ou se foi tratada com indiferença, desprezo, fazendo com que não se sentisse importante. Caso isso tenha acontecido, procure uma testemunha conhecedora, em geral psicólogo, ao qual poderá contar sua história e ser ouvida verdadeiramente.


por Rosemeire Zago

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Sobre o autor
zago
Rosemeire Zago é psicóloga clínica CRP 06/36.933-0, com abordagem junguiana e especialização em Psicossomática. Estudiosa de Alice Miller e Jung, aprofundou-se no ensaio: `A Psicologia do Arquétipo da Criança Interior´ - 1940.
A base de seu trabalho no atendimento individual de adultos é o resgate da autoestima e amor-próprio, com experiência no processo de reencontrar e cuidar da criança que foi vítima de abuso físico, psicológico e/ou sexual, e ainda hoje contamina a vida do adulto com suas dores.
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