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Um pouco de história

Publicado dia 6/20/2000 7:12:09 PM em Corpo e Mente

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A osteopatia é antes de mais nada a história de duas pessoas extraordinárias: o doutor
Andrew Taylor Still (1828-1917) que fundou a osteopatia nos Estados Unidos em 1874, apesar do empirismo médico da época, e o doutor William Garner Sutherland (1873-1954) que descobriu e desenvolveu o componente craniano, apesar dos preconceitos e do ostracismo com os quais se deparou, ampliando consideravelmente o domínio da prática osteopática, especialmente à nível das crianças.

Arte, Ciência e Filosofia, a osteopatia repousa sobre bases simples. O fio de Ariadne do procedimento osteopático é encontrado numa frase muito simples: "Encontrem e suprimam a causa, então o efeito desaparecerá".

O osteopata busca esta causa e a trata utilizando as mãos como utensílio de análise e de tratamento, através de seus conhecimentos profundos em anatomia e fisiologia, respeitando o princípio da unidade e da globalidade do ser, a relação mútua entre a estrutura e a função, e a capacidade de auto-cura do corpo humano.

Quando o Dr. A.T.Still fundou a Escola Americana de Osteopatia em Kirksville (American School of Osteopathy), no Missouri, em 1892, o movimento ganhou uma grande extensão, sendo então reconhecido pelo que ela é realmente: uma verdadeira ciência médica e não um conjunto de técnicas, sejam elas vertebrais, viscerais ou cranianas.

Um dos alunos do "Velho Doutor", o Dr. J.M .Littlejohn, voltou à Inglaterra para fundar a Escola Britânica de Osteopatia (The British School of Osteopathy), que constituiu a origem de toda a corrente osteopática européia. Mas foi necessário esperar até 1946 para que o Dr. W.G.Sutherland fundasse a Associação da Osteopatia Craniana, "que fez entrar o conceito do crânio no domínio das técnicas osteopáticas reconhecidas".

Pouco antes de sua morte, o Dr. W.G.Sutherland fez o Dr. Harold Magoun, autor do livro " Osteopathy in the Cranial Field " (A Osteopatia no Campo Craniano: a bíblia da osteopatia craniana), prometer que ele iria introduzir a osteopatia craniana na Europa. O Dr. Magoun foi primeiro para a Inglaterra, mas os ingleses permaneceram fechados em suas técnicas de manipulação vertebral. Foi então na França, em 1964 que alguns osteopatas deram ouvidos à seus argumentos e acabaram dando origem ao constante desenvolvimento desta técnica neste país.


Qual a situação atualmente?

Regulamentada há mais de 50 anos nos Estados Unidos; reconhecida como profissão na Inglaterra desde 1993; em via de reconhecimento oficial na Bélgica, França, Suiça, Áustria; em pleno desenvolvimento na Itália, Alemanha, Holanda, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega; fazendo os primeiros passos na Espanha e Portugal e praticamente desconhecida no Brasil, a osteopatia responde à uma demanda da população, seduzida por sua simplicidade e eficácia.

Esta simplicidade aparente, necessita de 6 anos de estudos e de muitas, muitas horas de trabalho pessoal para os alunos que pertençam à profissões médicas ou para-médicas: médicos, quinesiterapeutas, parteiras, ginecologistas, etc.

Portanto, o osteopata não é um médico (ele não prescreves receitas) e não quer se tornar um. Ele é "Doutor em Osteopatia", consciente de suas competências e de seus limites. Na França, muitos osteopatas trabalham em conjunto com médicos, ortopedistas, pediatras, obstétras, ginecologistas, no maior respeito e tolerância, pelo benesse maior dos pacientes.


Algumas palavras a mais

A vida toma as vezes alguns caminhos estranhos para nos levar lá onde devemos estar.

Eu fui uma "Obstetriz" (Diploma médico de Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Paris V-1985), durante 7 anos num hospital no norte de Paris, onde tinha sob minha responsabilidade a sala de partos e onde eu praticava os partos normais, que representam mais de 90% dos partos na Europa.

Em contato permanente com os recém-nascidos, seja na sala de parto ou nos dias imediatamente posteriores ao nascimento, me senti imediatamente sensibilizada pelo sofrimento e pelo mal-estar de alguns recém-nascidos. Impotente, mas tendo sido eu mesma e meus filhos tratados com a osteopatia, retomei o caminho da universidade, ao mesmo tempo que continuava meu trabalho, e obtive em 1993 o meu Diploma de Osteopatia e de Medicina Manual da Faculdade de Medicina de Bobigny-Paris Nord.

Durante estes anos, eu havia estudado as técnicas vertebrais e viscerais, mas não as técnicas cranianas. Então, ao mesmo tempo que trabalhava em meu consultório em Paris como osteopata, retomei os estudos de 3 anos em osteopatia craniana, com um aperfeiçoamento em osteopatia geral no C.O.F. (Collège Ostéopathique Français).
Minha abordagem privilegiada com as mulheres, especialmente as mulheres grávidas, me permitiram desenvolver algumas técnicas osteopáticas ginecológicas e de tratar muitos recém-nascidos e muitas crianças.

No Brasil há mais de dois anos, eu tenho atualmente somente um desejo para a osteopatia, e vocês podem adivinhar qual é...


por Violaine Fourcroy

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Sobre o autor
Violaine Fourcroy é osteopata e atende em seu Consultório. Tel: (11) 9442-7908
Email: [email protected]
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