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O Tai Chi Chuan

O Tai Chi Chuan
Publicado dia 1/30/2004 4:38:13 PM em Corpo e Mente

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Parece uma dança, é treinado como meditação e tem forte parentesco tanto com a medicina chinesa quanto com o fundamento filosófico do “I Ching”, o sistema divinatório conhecido como “Livro das Mutações”. Estamos falando do Tai Chi Chuan que é, na verdade, uma arte marcial. No entanto, é uma luta muito peculiar, treinada com movimentos muito suaves para desenvolver a energia interna. Sem dor ou esforço, sua prática é muito apreciada pela terceira idade, no mundo todo.

Um dia, o sábio Chang San Feng estava lendo os clássicos taoistas próximo duma janela. Subitamente, sua atenção foi tomada pelo estranho canto de um pássaro, que se assemelhava às notas da cítara. O “Imortal” sábio olhou pela janela e pode observar o pássaro surgindo do alto como uma águia, avançando em direção a uma serpente que estava enrolada no solo. A cobra olhou fixamente para a ave e ambos começaram a lutar. O pássaro mergulhou com um grito, batendo as asas como se fossem ventarolas. O réptil, por sua vez, sacudia a cabeça como um dardo, evadindo-se das asas do atacante. A ave voltou para a copa de uma árvore, muito frustrada e desconcertada, mas não deixou de fazer nova e fracassada investida. Novamente a serpente se contorceu, mantendo-se fora de qualquer injúria. O “Imortal” recebeu uma revelação deste combate: a forma espiralada da serpente era como o símbolo do Tai Chi, contendo o princípio do suave superando o rígido. Outra lenda da origem do Tai Chi Chuan fala do já velho general Chen Wan Ting observando a rigidez dos treinos militares de sua época, comparando-os com a flexibilidade dos animais.

Não só a criação da arte marcial remete a lendas, mas também a um sem número de episódios curiosos. Um belo exemplo é o caso de Yang Lu Chan, brilhante aluno da família Chen, criador do estilo Yang, que mais tarde se tornaria o estilo terapêutico e suave que dominou o mundo. Conta-se que um dia estava Yang Lu Chan conversando com lutadores do templo Shaolin, quando resolveu divertir-se demonstrando a arte do Tai Chi. Para isto, apanhou com extraordinária habilidade um pardal que acabava de entrar voando pela janela. Colocou o pequeno pássaro na mão esquerda, cobrindo-o suavemente com a direita. Ao descobri-lo, o pardal desejou voar, mas não conseguiu. Isto porque todo pássaro deve primeiro aplicar energia com os pés sobre uma base, para que possa levantar vôo. Os pés do pardal foram incapazes de encontrar um lugar para exercer pressão para subir, pois a mão que lhe serviria de base abaixava gradualmente a cada tentativa, retirando-lhe o apoio e o equilíbrio. Não foi sem assombro que os monges observaram a demonstração de um dos princípios do Tai Chi Chuan.

Não se iludam aqueles que, entretanto, esperam resultados mágicos de uma “energia interior”. O Tai Chi Chuan é uma “prática”. Portanto, só o seu treino constante pode trazer benefícios.

A FILOSOFIA DO TAI CHI CHUAN


“Chuan” tem o significado de arte marcial, e “Tai Chi” o de equilíbrio universal. O Tai Chi nasce do "Wu Chi", que significa "estado do Vazio". Do Wu Chi, nascem as energias "Yin" e "Yang". Essas duas energias em equilíbrio e movimento, com a semente de seu oposto em seu interior, formam o símbolo que chamamos de "Tai Chi".



O céu tem energia Yang, a terra tem energia Yin. O ser humano representa a síntese e o equilíbrio dessas duas forças e é a própria representação do Tai Chi. O Tai Chi, no corpo humano, fica logo abaixo do umbigo, num centro energético chamado "Tan Tien". É nesse centro, também chamado de “Hara” pelos japoneses, que a energia interna “Chi” será cultivada. Segundo a medicina chinesa, todas as doenças surgem por falta ou excesso de energia interna, mas em ambos os casos, a causa será sempre um bloqueio de energia. Os movimentos do Tai Chi são suaves: deve-se evitar qualquer bloqueio, tensão ou contração muscular, para que a energia interna possa fluir livremente, “como um rio sem pedras”. O Tan Tien é que vai governar toda a movimentação do Tai Chi: se você move braços e mãos independentemente, você faz exercícios, mas não faz Tai Chi. Toda a movimentação deve partir do Tan Tien, simulando "o desenrolar do fio de seda de um casulo" - quando o fio é puxado, todo o casulo se movimenta.

Tai Chi mostra a superioridade do suave sobre o rígido. O recém-nascido é quente e flexível, o velho é frio e duro. Conta-se que um carvalho ridicularizava o junco. Logo veio uma tempestade e o carvalho foi abatido. O junco, com sua flexibilidade, curvou-se para a tempestade e, no dia seguinte, apresentava-se como se nada tivesse acontecido. O destino do rígido é quebrar. Esta filosofia pode ser aplicada em todos os assuntos da vida. O Tai Chi é uma metáfora da própria vida.

A respiração é muito importante, mas não pode ser forçada. Normalmente, os movimentos de expansão são acompanhados de expiração e os de retração, de inspiração. No entanto, recomenda-se enfaticamente que o iniciante não se preocupe com isso: a prática e o tempo encarregam-se naturalmente de colocar as coisas nos seus devidos lugares.

A meditação do Tai Chi é a meditação do "estado de vazio", do "Wu Chi", ou seja, não pensar em nada. Mas não pensar em nada não é uma coisa fácil. Não brigue com seus pensamentos, mas não se agarre a eles. Permita que eles fluam como um rio e não dê demasiada importância a eles. Com o tempo e a prática, as coisas melhoram. O importante é ter bem claro que o objetivo da prática é a serenidade da mente e do coração.

por Giancarlo Salvagni

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Sobre o autor
Giancarlo Salvagni é colaborador do Site
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