Voando Espiritualmente na Luz
(De Volta Para a Casa Extrafísica, Feliz da Vida)
No meio da madrugada, sou impelido intuitivamente a escrever algo.
Sonolento, ligo o computador e ponho um CD para rolar com o som baixinho,
enquanto espero chegar algo em minha mente.
Fecho os olhos e fico extasiado, escutando as maravilhas sonoras da banda de rock progressivo (O CD que eu estava ouvindo é o "On The Threshold of Eternity" (lançado em 2004 nos E.U.A.), da banda de rock progressivo americana Ajalon. As músicas "The Promisede Land", "Psalm 61", "The Highway", "Forever I Am", e "On The Threshold of Eternity" (2ª, 5ª, 7ª, 8ª, e 9ª músicas do disco, respectivamente) são maravilhosas. Trata-se de um trabalho cheio de baladas lindíssimas, com solos de guitarra na medida certa, acompanhados de camadas de teclados muito agradáveis. Em alguns momentos, há trechos que remetem ao som de Marillion, IQ, Yes e Genesis. Obs.: Além da competência dos músicos da banda, esse Cd tem a participação especial do tecladista inglês Rick Wakeman (o genial tecladista do Yes), e do vocalista, compositor e multi-instrumentista americano Neal Morse (ex-líder e vocalista da excelente banda americana de rock progressivo Spock´s Beard).) Ajalon(*).
Então, repentinamente, surgem dois espíritos na sala, à minha direita.
Observo-os tranquilamente. Trata-se de um casal animado, com aparência de
estarem muito felizes juntos.
Há um (Aura (do latim: "sopro de ar"): campo energético que envolve os corpos; psicosfera) aura(*) branca luminosa em torno deles, irradiando uma atmosfera agradável, amistosa e tranqüila.
Telepaticamente, o homem se comunica e me pede para escrever. Segundo ele, o
recado do qual ele está incumbido de passar é importante. Tem a ver com o
desencarne de sua parceira, que ocorreu faz pouco. Ele está levando-a de
volta para casa, no plano espiritual. Mas antes, quer deixar um recado
legal, para ajudar as pessoas que perderam alguém. Ele quer aproveitar a
atmosfera de alegria do reencontro com sua amada para compartilhar com
outros essa energia e deixar algo bom no ar e nesses escritos, que lave os
corações sofridos com a ilusão da perda de quem quer que seja, por aí, nesse
mundão de Deus.
Como de hábito, abro a mente e o coração para verter no mundo dos homens
mais uma mensagem sobre a sobrevivência da consciência para além do corpo e
da Terra. E que o Grande Arquiteto do Universo me guie novamente nessa
jornada de transcrever a realidade do amor interplanos além da vida...
Vamos lá!
* * *
"Olá, querida.
Parece que foi ontem, quando nós nos encontramos naquela estrada, sob a luz
do luar. Tudo parecia perfeito, como se os anjos do amor tivessem preparado
o lance todo.
A noite estava linda, e você, mais linda ainda, com o brilho das estrelas
refletido em seus olhos. Em torno de nós, a atmosfera estava plena de
esperança, tudo cheirava a recomeço...
Então, o ambiente foi mudando, e surgiu um vórtice colorido, por onde você
foi embora, mais uma vez, em direção a Terra...
Por ordem celeste (e até mesmo por questões minhas de aprendizado e
transmutação emocional), não pude acompanhá-la na nova jornada carnal. Mas
fiquei torcendo por você, enquanto me envolvia em diversas atividades
extrafísicas.
Com o tempo, aprendi a diferença entre apego emocional e o verdadeiro amor.
Você na carne, eu no espaço, e o amor entre nós.
Por muitas vezes, enquanto o seu corpo descansava no leito, eu fui buscá-la,
em espírito, fora do corpo. E assim, por esse artifício da natureza, essa
brecha entre planos que é a viagem espiritual, nós matávamos a saudade,
agradecendo a Deus por essa janela espiritual aberta durante o sono.
Em todas as vezes, sempre tive o cuidado de bloquear suas lembranças desses
encontros astrais, para não atrapalhar suas vivências afetivas atuais na Terra.
O máximo que acontecia era você dizer que havia sonhado de estar voando ao lado
de um anjo bonitão. Pois é, o tal anjo era eu.
A vida seguiu o seu curso natural: você cresceu, se formou, casou, teve dois
filhos, trabalhou e aprendeu o que a vida tinha para ensinar-lhe em mais
essa jornada.
Os anos terrestres envergaram seu corpo e o seu rosto enrugou, mas eu via
você em espírito, na essência, não na carne transitória nem nas emoções e
ilusões sensoriais do mundo. E eu sabia que você retornaria, com a
experiência adquirida de mais uma jornada de aprendizado carnal.
Pois bem, querida, a hora do reencontro chegou. E me autorizaram a vir
buscá-la, dessa vez definitivamente. É hora de voltar pra casa!
Você venceu a prova de mais uma vida; agora é hora de voar e curtir as
estrelas novamente. Vêm, vamos entrar num vórtice colorido e viajar por
entre os planos extrafísicos, para "o lado de lá", onde muitos amigos estão
esperando-a em festa.
Não se preocupe com os afetos que ficaram na Terra. A vida seguirá o seu
curso naturalmente, como ela sempre faz, independentemente dos apegos
emocionais dos homens. E eles terão o tempo deles, de acordo com a
necessidade de aprendizado de cada um. Por ora, eles sentirão sua falta, mas
a vida deles seguirá, como deve ser, dentro do contexto (Cármico (do sânscrito "Karma": "Ação"; "Causa"): cada ação provoca uma reação correspondente na natureza (toda causa gera um efeito correspondente). A isso os antigos hindus chamaram de Carma, a Lei de causa e efeito universal) cármico(*) em que estão inseridos.
Você já fez a sua parte. Agora, é com eles. Podem até chorar de saudade, mas
tudo passa, minha cara, e compete a eles aprenderem a lição de que tudo na
Terra é transitório. Com algum tempo, eles aprenderão, pode deixar.
Enquanto isso, "do lado de cá da vida", vamos voar e entrar no vórtice logo,
pois estão nos esperando para a festa de sua volta. É engraçado isso, não é
mesmo?
"Lá embaixo", no plano físico, os seus afetos carnais estão chorando sua
partida; e "aqui em cima", no extrafísico, os seus afetos espirituais estão
fazendo festa.
É hora de todos verem o brilho das estrelas refletidos em seus olhos
novamente, querida. E você está linda nesse corpo de luz maravilhoso, livre
do corpo alquebrado, renovada, pronta para vôos mais altos.
Vêm, querida! É hora de voar”...Completado o seu recado, o cara fez um aceno de despedida com a mão, riu e
olhou para sua companheira (diga-se de passagem, uma mulher linda no meio da
luz branca), que fez um gesto leve com a cabeça, também se despedindo.
Logo a seguir, ambos foram sumindo no meio daquela luz clarinha.
Não posso garantir, pois não vi, mas acho que os dois saíram voando de mãos
dadas pela varanda da sala, talvez indo ao encontro dos amigos na tal festa
espiritual.
E agora, eu é que vou voar... para a cama!
Se Deus quiser, daqui a pouco eu também estarei voando por aí, em espírito,
aproveitando a hora de recreio espiritual que o sono carnal permite. Se
alguém "do lado de lá" me der o endereço vibracional e consciencial certo,
quem sabe eu não dou uma chegadinha na tal festa astral do casal feliz?
- Wagner Borges - sujeito com qualidades e defeitos, espiritualista
consciente, 44 anos de "encadernação", pai das estrelinhas Helena e Maria
Luz, que, quando o corpo dorme, se projeta ao plano espiritual, para
aprender, trabalhar, se inspirar, voar, amar, sorrir e seguir... sempre
agradecendo ao Grande Espírito, por tudo.
São Paulo, 20 de fevereiro de 2006.