Publicado dia 8/28/2008 4:04:49 PM em Espiritualidade
 O herói, por conseguinte, é o homem ou mulher que conseguiu vencer suas limitações históricas pessoais e locais e alcançou formas normalmente válidas, humanas. As visões, idéias e inspirações dessas pessoas vêm diretamente das fontes primárias da vida e do pensamento humanos. Eis por que falam com eloqüência, não da sociedade e da psique atuais, em estado de desintegração, mas da fonte inesgotável por intermédio da qual a sociedade renasce. O herói morreu como homem moderno; mas, como homem eterno - aperfeiçoado, não específico e universal -, renasceu. Sua segunda e solene tarefa e façanha é, por conseguinte, retornar ao nosso meio, transfigurado, e ensinar a lição de vida renovada que aprendeu.
 Em Maurren Maggi temos ainda outra face do herói. Ela não é heroína apenas por ter ganho a  (Convenhamos que isso é altamente relevante em nossa sociedade de resultados, mas, considerando sua trajetória, o simples fato dela ter uma marca superior à maioria já seria uma vitória e tanto.) medalha de ouro(*), mas porque alcançou a redenção, ganhando de si mesma e das expectativas em geral. Em sua estréia nos Jogos, em Sydney (2000), sentiu uma lesão na coxa esquerda e nem chegou à final. Em Atenas (2004), foi flagrada no exame antidoping e teve de cumprir dois anos de suspensão. Casou e foi mãe, desistindo assim dos treinamentos. Em 2006, com o fim do casamento, resolveu voltar às pistas, pra sustentar a filha. Mesmo saltando abaixo dos 7m, ela conquistou a medalha de ouro no Pan do Rio, com 6,84m. Em junho deste ano, garantiu a segunda melhor marca mundial do ano, com 6,99m. A consagração viria nos Jogos: em seu primeiro salto na final, Maurren voou e atingiu o ápice de sua carreira e o melhor desempenho individual feminino brasileiro da história: 7,04m, que lhe garantiu a medalha de ouro.![]()  | |