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Consciência

por Elisabeth Cavalcante em Espiritualidade
Atualizado em 20/06/2007 19:27:43


Viver de modo consciente pressupõe que, em cada momento da vida, você tenha clareza de quem exatamente você é. Isto significa saber do que você gosta e daquilo que necessita para ser feliz.

À primeira vista pode parecer estranho afirmar-se que alguém possa não saber quem é. Entretanto, não se trata da identidade social, aquela que todos recebemos ao nascer, ou seja, um nome, uma família à qual pertencemos.

A verdadeira identidade de um ser humano provém de sua natureza interior, seu ser mais profundo, o qual sempre se revela nos momentos de isolamento e solidão, mesmo que se insista em ignorar sua voz.

Quanto mais conscientes desejarmos viver, maior será a atenção que devemos dedicar à nossa interioridade, pois ela é que revelará quem de fato somos e quais os sentimentos que constituem nossa verdadeira essência.

A realidade interior, na maioria das vezes, difere completamente da personalidade que mostramos ao mundo, pois esta se formou a partir daquilo que nos fizeram acreditar como sendo o certo, o adequado, o conveniente para sermos aceitos pelo resto do mundo.

Ficamos de tal modo condicionados a viver de acordo com estes valores, que acabamos acreditando que esta seja a única forma de existir. O primeiro passo no desenvolvimento da consciência é questionar, a cada momento, se estamos seguindo nossos sentimentos ou apenas reagindo de forma automática aos valores impostos pela sociedade.

Quanto mais exercitarmos esta prática, maior será o conhecimento que alcançaremos sobre quem de fato somos. Viver em sintonia com a verdade de nosso coração é o caminho mais fácil para alcançar uma vida plena de poder interior, alegria e paz.

“Uma antiga parábola no Oriente conta que uma leoa estava saltando de um monte para outro e, bem no meio, ela deu nascimento a um filhote. O filhote caiu na estrada onde um rebanho de ovelhas estava passando.
Naturalmente ele se misturou com as ovelhas, viveu com elas, comportou-se como uma ovelha. Ele não tinha a menor idéia, nem mesmo em seus sonhos, de que ele era um leão.
Como poderia ter? Todos ao redor dele eram ovelhas e mais ovelhas. Ele nunca havia rosnado como um leão; uma ovelha não rosna. Ele nunca esteve só como um leão; uma ovelha nunca fica só.

Ela está sempre em rebanho; o rebanho é aconchegante, seguro, certo. Se você vê uma ovelha caminhando, elas caminham tão juntas que elas quase tropeçam uma na outra. Elas têm tanto medo de ficar a sós.
Mas o leão começou a crescer. Era um fenômeno estranho. Ele estava mentalmente identificado como sendo uma ovelha, porém a biologia não quer saber de suas identificações; a natureza não vai seguir você.
Ele se tornou um belo jovem leão, mas como as coisas ocorriam tão lentamente, as ovelhas também se acostumaram com o leão enquanto ele também se acostumava com as ovelhas.

Elas, naturalmente, achavam que ele era um pouco louco. Ele se comporta estranhamente; e ele continua crescendo. Isso não era para ser assim.
E fingindo ser um leão... Mas ele não é um leão. Elas o viram desde seu nascimento, elas o criaram, o amamentaram. E nenhum leão pode ser vegetariano, mas esse leão era vegetariano, porque as ovelhas são vegetarianas. Ele costumava comer grama com grande alegria.

Elas aceitaram essa pequena diferença, que ele era um pouco grande e parecia com um leão. Uma ovelha muito sábia disse: é apenas um acidente natural. De vez em quando isso acontece.
E ele mesmo também aceitou isso como verdadeiro. A cor dele era diferente, o corpo dele era diferente; ele deve ser um acidente, uma anormalidade. Mas a idéia de que ele era um leão era inadmissível!
Ele estava cercado por todas essas ovelhas, e as ovelhas psicanalistas lhe deram explicações: você é somente um acidente da natureza. Não se preocupe. Estamos aqui para cuidar de você.

Mas um dia um velho leão passava e viu esse jovem leão entre o rebanho de ovelhas. Ele não pôde acreditar no que estava vendo! Ele nunca tinha visto tal coisa nem nunca tinha ouvido em toda história passada que um leão estivesse no meio de um rebanho de ovelhas e nenhuma delas estava assustada. E o leão estava caminhando exatamente como uma ovelha, pastando na grama.
O velho leão não podia acreditar nos seus olhos. Ele esqueceu que estava indo pegar uma ovelha para sua refeição. Ele esqueceu completamente da refeição. Era algo tão estranho que ele tentou chegar no jovem leão.
Porém ele era velho e o jovem leão era novo - ele fugia. Embora ele acreditasse que era uma ovelha, quando havia perigo a identificação era esquecida. Ele corria feito um leão, e o velho leão tinha muita dificuldade de alcançá-lo.
Mas finalmente o velho leão o agarrou e ele estava chorando e dizendo: me perdoe, sou uma pobre ovelha. O velho leão disse: idiota! Pare com isso e venha comigo até o lago.

Bem próximo havia um lago. Ele levou o jovem leão até lá. O jovem leão não estava indo voluntariamente. Ele foi relutantemente, mas o que você pode fazer contra um leão quando você é apenas uma ovelha? Ele pode matá-lo se você não segui-lo, então ele foi com o leão.
O lago estava silencioso, sem nenhuma ondulação, quase como um espelho. E o velho leão disse para o jovem: apenas olhe. Veja a minha face e veja sua face. Veja o meu corpo e olhe para o seu corpo refletido na água.
De repente aconteceu uma grande rosnada, que ecoou por todos os montes. A ovelha desapareceu; ele era um ser totalmente diferente - ele reconheceu a si mesmo. A identificação com a ovelha não era uma realidade, era somente um conceito mental. Agora ele tinha visto a realidade. E o velho leão disse: agora não preciso dizer mais nada. Você compreendeu.
O jovem leão podia sentir uma estranha energia que ele nunca havia sentido... Como se isso estivesse dormente. Ele podia sentir um tremendo poder, e ele tinha sido sempre uma ovelha fraca, humilde. Toda aquela humildade, toda aquela fraqueza, simplesmente evaporou.

Essa é uma antiga parábola sobre o mestre e o discípulo. A função do mestre é apenas trazer o discípulo para que ele veja quem ele realmente é e aquilo em que ele continua acreditando não é verdadeiro”...


Osho, extraído de: The Path of the Mystic



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elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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